Contratar loucamente na Free Agency não é garantia de nada, pelo contrário. Na temporada passada, Eagles, Jets, Dolphins e Jaguars foram os que mais movimentaram o mercado e, juntos, tiveram campanha de 28-36, sem nenhum ter alcançado a pós-temporada.
De todo modo, alguns times e jogadores estão em pauta, e merecem os devidos destaques por isso!
Denver Broncos
Entre os dois candidatos a posição de quarterback dos Broncos para 2016, nenhum se encontra mais no Colorado. Isto mesmo, o atual campeão do Super Bowl, neste momento, não tem seu QB titular definido. Peyton Manning se aposentou e Brock Osweiler – quem Denver queria que estive under center este ano – assinou um grande contrato com o Houston Texans. Além disso, dois dos melhores nomes do sistema defensivo da franquia na temporada passada – Malik Jackson e Danny Trevathan – tomaram a mesma decisão que Osweiler e não vestirão a cor laranja em 2016.
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Para nenhuma das posições abordadas no parágrafo anterior foram encontrados substitutos a altura. Mark Sanchez, aliás, foi o único contratado que merece certo destaque e, mesmo assim, o discurso neste momento não indica que ele será o quarterback titular.
Sim, as perdas defensivas serão sentidas, mas o setor continua fortíssimo e deixa (mais uma vez) o Denver Broncos como candidato ao Super Bowl. Todavia, para repetir a campanha da temporada passada, será necessário que alguém de qualidade esteja no comando da franquia durante os jogos. Os nomes mais cotados neste momento (mesmo que nenhum me agrade muito, apesar de serem interessantes, diga-se de passagem) são: Colin Kaepernick, Ryan Fitzpatrick e Robert Griffin III.
Brock Osweiler
Gostei muito da decisão que Osweiler tomou ao decidir trocar os Broncos pelos Texans. É fato que o camisa #17 terá o status de “jogador promissor que tenta provar ser um franchise quarterback” em qualquer time que estiver, mas Houston parece ser um destino melhor para ele. “Mas então não seria melhor que ele permanecesse com os Broncos, que não têm QB neste momento?” Ao meu ver, não. Não sou grande admirador de Osweiler e sim, estou quase certo que prefiro ver o Denver Broncos com Fitzpatrick (mesmo que seja por apenas uma temporada) ou Kaepernick (o qual, em alguma época, mostrou ter talento).
Por outro lado, o Houston Texans vem em uma “nova reformulação”, após anos ruins, e terá um cara propício para esse tipo de processo. Falarei mais sobre esta relação no 4º tópico deste texto.
AFC Oeste
Então, após uma semana de Free Agency, quem devemos apontar como o favorito na AFC Oeste?
Não, não é o San Diego Chargers, apesar da safra promissora que está por lá.
Sem querer causar “indignações e revoltas”, não é o Denver Broncos, neste momento, o atual campeão é a terceira força da divisão! Falei mais detalhadamente desse time no começo do texto, mas volto a afirmar: além das importantes perdas defensivas, um time sem quarterback titular definido (neste momento seria Mark Sanchez) e na iminência de perder seu melhor running back (C. J. Anderson recebeu proposta dos Dolphins) não pode ser colocado no topo de uma divisão (a menos que essa fosse a AFC Sul dos anos passados). Então, pelo menos até o momento, mesmo com a melhor defesa do futebol americano, os Broncos estão realmente ameaçados de verem o fim da sequência de cinco títulos divisionais consecutivos.
Assim, o favorito na AFC Oeste é… o Oakland Raiders!
O debate acerca do melhor time desta divisão neste momento é bastante interessante, uma vez que os Kansas City Chiefs também vem agindo corretamente até aqui.
São dois times em realidades diferentes: os Raiders buscam voltar aos bons momentos do passado, e viram em Derek Carr e Amari Cooper seu melhor caminho. Esta dupla, combinada com as grandes jogadas de Latavius Murray, fez todos ao seu redor parecerem melhor. Defensivamente, o ícone é Khalil Mack, o líder de sacks de 2015. Para 2016, além da evolução esperada para esses jovens jogadores, bons nomes foram contratados: Bruce Irvin, ex-Seattle Seahawks que pode complementar a posição de linebacker em alto nível; Kelechi Osemele, possivelmente o melhor offensive lineman disponível neste mercado; e Sean Smith, que permitiu menos de 60% dos passes lançados em sua direção e foi um dos principais nomes da sólida secundária dos Chiefs no ano passado. Todos eles são bons jogadores, e que podem terminar ainda melhores se tudo acontecer como esperado.
Os Chiefs, por sua vez, também agiram bem na Free Agency, mas de uma forma diferente em relação ao Oakland. O time não trouxe tantos jogadores de qualidade como seu rival, porém, manteve os melhores nomes no elenco. Com a Franchise Tag posicionada para Eric Berry, era esperado grande dificuldade em manter Derrick Johnson, Jaye Howard e Tamba Hali no plantel. Mas, após a abertura do mercado, nenhum deles se foi. Ademais, a franquia assinou com o tackle Mitchell Schwartz (ex-Cleveland Browns), um dos melhores tackles da NFL nas últimas temporadas, que chega na situação correta para um time que enfrentará Von Miller e Khalil Mack duas vezes no ano.
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“Mas por que Raiders acima dos Chiefs, uma vez que KC vem de dez triunfos seguidos em temporada regular?” Resposta: Jamaal Charles. Apesar de soar contraditoriamente, o que coloca Kansas abaixo de Oakland, ao meu ver, é J. Charles. O que vimos dos Chiefs na segunda metade da temporada passada foi um futebol americano de muita qualidade, pautado em uma forte e consistente defesa e um sistema ofensivo equilibrado. Tal ataque, todavia, só começou a engrenar após a lesão contra os Steelers na semana 7 que tirou Charles de toda temporada passada. Não estou dizendo que o camisa #25 era o problema dos Chiefs, nada disso. Apenas quero esperar para ver como será a relação QB-RB-WR da franquia em 2016 com a “alma” do time de volta.
AFC Sul
Os status de “pior divisão da NFL” parece estar deixando a AFC Sul. Neste momento, definiria esse grupo como “um dos mais interessantes da Liga” e que, pelo menos pelo próximo ano, merece ser observado de perto.
Veja bem: mesmo com o fracasso da temporada passada e poucas transações neste mercado, não podemos esquecer que o elenco do Indianapolis Colts possui bons e jovens jogadores e Andrew Luck, com certeza, buscará uma grande reviravolta em 2016.
O Tennessee Titans chega para esta temporada com boas expectativas. Motivos: 1) Marcus Mariota, esperado franchise quarterback da equipe, estará mais experiente e acostumado ao jogo; 2) A linha ofensiva dos Titans, enfim, parece estar preparada para mostrar seu valor na NFL. O time assinou com o center Ben Jones (ex-Houston Texans) e tem a 1ª escolha do próximo Draft, que deve o LT Laremy Tunsil. Deste modo, os dois podem ser grandes companhias para Taylor Lewan e Jeremiah Poutasi; 3) Jogo corrido da equipe. Em 2015, os torcedores do Tennessee viram em Dorial Green-Beckham uma grata surpresa. Agora, para compor ainda mais a posição de running back, DeMarco Murray está por lá. Resta ver qual Murray veremos (Cowboys 2014 ou Eagles 2015, por exemplo), mas com certeza é um nome de peso.
Se formos otimistas e acreditarmos que tudo dará certo para o Houston Texans, a franquia realmente tem boas chances para a próxima temporada. Defensivamente, o setor liderou a NFL em todas as principais categorias na segunda metade de 2015 e é esperado que o alto nível permaneça. Ofensivamente, os pontos de destaque ficam para DeAndre Hopkins, o qual promete ainda mais e espera um QB acima da média passando a bola. Para isso, US$ 72 milhões foram investidos em Brock Osweiler (ex-Denver Broncos). Ademais, Lamar Miller chegou para suprir a saída de Arian Foster e, se repetir a média que teve com os Dolphins, pode ser um dos grandes responsáveis pela melhor temporada da história dos Texans.
Deixei o (meu) melhor para o final. Poucos times irão atrair mais minha atenção do que o Jacksonville Jaguars. Após o sucesso ofensivo da franquia em 2015, com Blake Bortles, Allen Robinson e Allen Hurns, é aguardado que 2016 seja ainda melhor, e dos dois lados da bola. Depois da contratação de Julius Thomas no ano passado, o general manager David Caldwell foi atrás de quatro jogadores empolgantes para este ano: DT Malik Jackson (ex-Broncos), CB Prince Amukamara (ex-Giants), S Tashaun Gipson (ex-Browns) e RB Chris Ivory (ex-Jets). Nada mal. Oh, já ia me esquecendo; os Jaguars contarão com a estreia da sua 1ª escolha do Draft 2015, Dante Fowler Jr., o qual perdeu toda sua temporada de calouro por lesão.
New York Giants
A mentalidade interna do New York Giants está se mostrando diferente em relação aos anos anteriores. Basta dizer que o time, nesta Free Agency, já gastou mais dinheiro do que nos últimos cinco anos sob o comando de Tom Coughlin.
Em termos de linha defensiva, poucas franquias se reforçaram mais que o NYG. A defesa da equipe, no ano passado, teve sérios problemas, tanto na DL quanto na secundária. Por isso, este mercado – repleto de excelente defensores – era uma grande oportunidade para Nova Iorque ir atrás dos nomes certos. Foi o que o time fez; tornou uma de suas maiores fraquezas em uma grande força ao manter Jason Pierre-Paul e contratar Olivier Vernon (ex-Dolphins) e Damon Harrison (ex-Jets). Ainda vale lembrar que o bom cornerback Janoris Jenkins (ex-Rams) também chegou para reforçar um setor que deve permanecer repleto de incertezas para 2016.
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Chicago Bears
Assim como os Giants, o Chicago Bears merece destaque positivo pelas contratações que vem fazendo, mesmo que essas sejam a longo prazo. E aqui vale dar os méritos ao GM Ryan Pace, o qual com boas aquisições e trocas mudou a mentalidade da equipe e a coloca no caminho certo para um sucesso no futuro.
Após ir atrás do OLB Pernell McPhee para 2015, os Bears assinaram com outros dois linebackers, Danny Trevathan (ex-Broncos) e Jerrell Freeman (ex-Colts), com o defensive end Akiem Hicks (ex-Patriots) para este ano. Olhando para os linebackers, temos bons nomes, que completam muito bem as funções de cobertura, apoio e intensidade na posição. Partindo dessa conjuntura, e combinando isso com um ataque que espera ter Alshon Jeffery por um longo tempo e bom retorno do jovem Kevin White após lesão, podemos traçar um bom caminho para o time de Chicago em alguns anos.
Trocas que não podem passar batidas
Não gostei de algumas trocas. Outras me agradaram mas não terão o impacto merecido. E existem aquelas que pouco serão faladas daqui em diante. Enfim. Algumas mudanças neste Free Agency merecem ser apontadas brevemente aqui, seja qual for o motivo:
Matt Forte: ao contrário de alguns, não estou esperando um ano muito bom para o New York Jets em 2015. Em contrapartida, acredito que Forte ainda tem “lenha para queimar” e pode render bem por mais duas temporadas pelo menos. Já imaginou o impacto que ele teria no New England Patriots, Baltimore Ravens, Washington Redskins ou New Orleans Saints, por exemplo? Todos esses são destinos que fariam melhor a Matt Forte do que o NY Jets fará.
Eric Weddle: fui surpreendido com a notícia que informava a ida de Weddle para o Baltimore Ravens. Achei o contrato um pouco longo (quatro anos para um safety de 31 anos), mas é fato que E. Weddle é um dos defensores mais sólidos da Liga e deverá resolver (em partes) um dos maiores problemas enfrentados pelos Ravens em 2015.
Marvin Jones: com a aposentadoria de Calvin Johnson, os Lions precisavam de alguém para formar dupla com Golden Tate. A aposta foi Marvin Jones, ex-Cincinnati Bengals. Apesar de um contrato “pesado” (US$ 40 milhões por cinco anos), Jones (26 anos) tem seus méritos e tentará provar que é um wide receiver de elite.
Ainda temos bons nomes disponíveis
Não pense que após uma semana de Free Agency, apenas jogadores ruins estão disponíveis. Nomes interessantes ainda estão no mercado e merecem total atenção (mesmo que a maioria deles estejam acima dos 30 anos): T Russell Okung, FS Reggie Nelson, QB Ryan Fitzpatrick, DE Chris Long, DT Nick Fairley, RB Arian Foster, T Donald Penn.
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Lembrando que ao término do mercado dos Free Agents, farei um resumo completo sobre ele, com as franquias que melhor e pior se reforçaram, já fazendo uma projeção para a temporada 2016
Por Caio Miari
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