Há muito tempo o New York Jets procura por um cara para se chamar de “meu querido quarterback”. Recentemente, aqueles que chegaram com maior expetativa – vindo em primeira rodada de Draft – foram Chad Pennington, em 2000, e Mark Shanchez, em 2009. Com Pennington, mesmo que ele tenha permanecido saudável em apenas uma temporada, os Jets não foram muito bem. Já com Sanchez, apesar de chegar em duas finais de conferência, não foi nada convencedor (eu não preciso entrar em mais detalhes), tanto que o quarterback foi cortado posteriormente.
Mas tudo isso só aconteceu porque desde o Draft de 1983, os Jets “perderam” três dos maiores QBs de todos os tempos. No ano passado, pode ter “perdido” mais um. De fato, o Draft é uma “casa de apostas”, na qual você pode se dar muito bem, sem uma grande razão lógica, ou ir muito mal, sem os mesmos critérios. De todo modo, as coincidentes bobeiras de Nova Iorque valem o relato.
Naquele Draft em 83, os Jets procuravam por um quarterback na primeira rodada. Logo, com a 24ª escolha, escolheram Ken O’Brien. O’Brien teve certo sucesso e por muitos anos foi o líder novaiorquino. Entretanto, seus triunfos nem se comparam aos de Dan Marino, um dos maiores que a liga já viu e 27ª escolha daquela classe, o qual acabou indo para os Dolphins.
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No Draft Suplemental de 1990, o New York Jets foi atrás do wide receiver Rob Moore na primeira rodada. Assim, com o uso de tal escolha (primeira) no Draft Suplemental, necessariamente, a franquia perdera essa na primeira rodada no Draft “comum”, em 1991. Paralelamente a isso, Ron Wolf – um dos homens mais importante da história do Green Bay Packers e que trabalhava como executivo dos Jets em 1990 e 91 -, juntamente com o GM Dick Steinberg, “apaixonou-se” por Brett Favre e o listou como um dos melhores prospectos da classe, algo que as outras equipes não tinham feito.
Deste modo, os Jets haviam decidido quem seria sua escolha na 1ª rodada. A questão é que Nova Iorque não tinha mais aquela escolha, usada na seleção de Rob Moore. Por sorte, Favre não fora selecionado e estava livre para a segunda rodada, na qual New York tinha a 7ª posição em mãos, mas sabia que o Atlanta Falcons (que tinha a 6ª escolha) havia cobiçado o quarterback. Então, NY tentou “desesperadamente” uma troca de escolhas com o Phoenix Cardinals (atual Arizona Cardinals, que segurava a 5ª escolha da rodada), passando assim os Falcons. Porém, o jogador pretendido pelos Cardinals na época, o defensive end Mike Jones, ainda estava disponível, fato que bloqueou a troca. Final da história:os Cardinals ficaram com Jones, Favre foi para Atlanta, e os Jets adquiriam o decepcionante Browning Nagle.
Seis anos mais tarde, no Draft de 1997, o New York Jets se viu persuadido por outro grande quarterback, mas terminou o evento com um linebacker em mãos.
Naquele ano, os Jets tinham a primeira escolha geral. Entre os principais prospectos possíveis, estavam Peyton Manning (o qual acabara de completar seu terceiro ano com a universidade de Tennessee e então poderia optar pela NFL ou permanecer no college por mais uma temporada) e o offensive lineman Orlando Pace, um dos mais dominantes de todos os tempos. A qualquer custo, New York queria Manning. Bill Parcels, head coach da franquia na época, tentou conversar com os pais de Peyton para convencê-lo, mas o jovem QB estava decidido: permaneceria mais um ano na universidade. Novamente em um “vazio”, os Jets trocaram sua 1ª escolha (para os Rams) e selecionaram o LB James Farrior com na 8ª posição. Farrior teve uma carreira acima da média, mas nada comparado a Pace e muito menos Manning.
Caso um dos prospectos mais promissores do Draft 2015 vingue no nível profissional, o New York Jets pode “se culpar” por tê-lo deixado passar, mesmo que indiretamente, mais uma vez. Estou falando de Marcus Mariota, o qual despontou de vez na temporada passada e agora espera que sua ascensão continue acontecendo na NFL.
Em 2014, no dia 14 de dezembro, os Jets derrotaram o Tennessee Titans por 16 a 11 (diga-se de passagem, foi a primeira partida da história da NFL decidida por este placar). Apesar da vitória, para os fãs novaiorquinos, ela teve caráter de fracasso. Ambas as franquias, na época, estavam com campanhas 2-11. Com o triunfo, NY deixou Tennessee para trás. Ainda, na semana 17, o quarterback Geno Smith, o qual havia passado ultrapassado 100.0 de rating apenas uma vez (!) na carreira, teve um jogo perfeito contra os Dolphins, deletando de vez as chances dos Jets terem uma escolha altíssima no Draft. Resultado: Titans ficaram com a 2ª escolha geral de 2016 e escolheram Marcus Mariota. Já o New York Jets, com a 6ª escolha, foram atrás de Leonard Williams.
Ainda é muito cedo para falarmos se Marcus Mariota corresponderá às expectativas e brilhará na NFL, como os outros desejados pelo New York Jets fizeram. Em dois anos profissionais, Mariota totaliza 6.244 jardas, 45 touchdowns e 19 interceptações, além de liderar o talentoso time dos Titans, o que aumenta as chances do camisa #8 realmente dar certo. Se isso acontecer, mais uma vez os Jets terão visto um quarterback brilhar em um outro lugar. Quarterback que pôde, algum dia, ter defendido as cores verde-branco.
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