Os fãs de futebol americano foram surpreendidos com a notícia que anunciou a provável aposentadoria de Tony Romo. O veterano quarterback, que havia perdido sua titularidade no Dallas Cowboys para Dak Prescott, tinha seu futuro indefinido nesta offseason, uma vez que as incertezas quanto à sua forma física eram grandes mas boas propostas de outras franquias haviam chegado até ele. Todavia agora, praticamente um mês depois que o mercado da NFL foi aberto, chega a notícia que Romo não deverá defender outra equipe – ele se tornará comentarista da CBS.
Em geral, podemos entender a aposentadoria de Tony Romo, mesmo que não concordemos. Estamos falando de um jogador de 36 anos que desde que se tornou titular na liga (em 2006) sofreu sete graves lesões, incluindo nas duas últimas temporadas – saiba que dos últimos 32 jogos possíveis, Romo participou de apenas cinco. Tony ainda tem “gasolina no tanque”? Sim, tinha, e acredito que se ele jogasse teria tudo para ser um dos dez melhores quarterbacks da NFL neste ano. Contudo, a vida de um jogador de futebol americano marcada por lesões não é fácil – e o camisa #9 é mais uma vítima nisso.
Enquanto como “mediadores” entendemos a decisão de Tony Romo, é preciso analisar especificamente em alguns casos como ela impactará. Lembre-se que vários times da liga estão à procura de um quarterback titular competitivo (algo que ninguém duvida que Tony Romo ainda seja, acredito). Rapidamente, podemos citar uns sete deles, sendo que essa lista inclui o Houston Texans, o Denver Broncos e o Cleveland Browns – talvez as três franquias mais influenciadas pela saída de Romo e que de certa forma fizeram (ou contavam com) “planos” pelo quarterback.
Para o próprio Draft 2017, isso deverá ter implicações, já que times voltaram a desviar suas atenções para o evento a fim de encontrar seus quarterbacks. Acredite ou não, mas em meio à uma classe apenas regular para a posição, os valores dos QBs parecem aumentar a cada dia da offseason.
Dito isso, separamos cada um desses casos e falamos um pouco mais sobre como a aposentadoria de Tony Romo mexerá com seus rumos.
Houston Texans
Acredito que seja pertinente dizer que o Hoston Texans foi a franquia que mais “sofreu” com a aposentadoria de Tony Romo. Antes de qualquer coisa, devemos nos lembrar da troca maluca que os Texans se envolveram com os Browns, dando Brock Osweiler ao time de Cleveland – se você ainda não entendeu os detalhes aquela troca, tentamos explicá-la aqui.
Em suma, Houston se livrou de Osweiler para abrir espaço no teto salarial do time, único ponto que poderia atrapalhar a equipe em um eventual contrato com Tony Romo. Entretanto, ao que tudo indica, todo o esforço (se é que podemos considerar a dispensa de Brock Osweiler um esforço) feito para “ajeitar a casa” para o ex-camisa #9 dos Cowboys foi em vão e a incerteza na posição de quarterback que pairava sobre o Houston Texans pode até ter aumentado.
Neste momento, os dois jogadores que brigam pela titularidade no time são Tom Savage e Brandon Weeden, sendo o primeiro favorito para começar em 2017. Mas ser o favorito aqui, para Savage, pode até ser considerado um problema para Houston. Afinal, estamos falando de um time que está a um quarterback competitivo de se tornar uma das franquias favoritas da Conferência Americana.
Desta maneira, podemos desconfiar seriamente que os Texans estarão interessados em um quarterback no próximo Draft (ATENÇÃO AOS PARTICIPANTES DO DESAFIO MOCK DRAFT). O contratempo aqui é que o time tem apenas a 25ª escolha na primeira rodada e, mesmo que esta não seja uma classe ótima em termos de QBs, espera-se que os melhores nomes da posição sejam escolhidos antes disso. Pelo que as prévias mostram, na melhor das hipóteses Houston teria Patrick Mahomes (Texas Tech) disponível nesta colocação.
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Caso a equipe opte por ir ao mercado, as opções ora não são das mais empolgantes, ora acabam sendo inviáveis. Por exemplo, talvez os dois melhores nomes livres sejam Jay Cutler e Colin Kaepernick (considere ainda Ryan Fitzpatrick, Robert Griffin III). Mesmo em meio às incertezas sobre ambos, devemos concordar que já seria uma melhora se levarmos em conta que Tom Savage estaria sendo o titular neste momento.
Além disso, outros dois quarterbacks poderiam se tornar alvos de troca, Jimmy Garoppolo e A. J. McCarron. Entre eles, Garoppolo seria uma excelente aposta para o Houston Texans: ele tem seu caráter promissor, é jovem e aparenta estar pronto para ser um titular. Contudo, parecer ser difícil ver o camisa #10 deixando New England até 2018 e o “valor” inicial pedido pelos Pats é alto. No caso de McCarron, seria trocar Savage por alguém um pouco mais experiente, mas que até hoje não fez muito na NFL.
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Moral da história: o Houston Texans tem uma das melhores defesas da liga e jogadores de muito talento no ataque; falta um quarterback para a equipe realmente se tornar uma candidata na liga. O plano A para solucionar esse problema não deu certo, ele acabou de deixar a NFL. O plano B, além de improvável, aparenta ser algo a longuíssimo prazo, o que não parece ser muito interessante para atual conjuntura dos Texans. Já o plano C, devemos concordar que pode ser arriscado demais.
Como visto, as opções para a maior necessidade de Houston neste momento não são tantas – e muitas delas são complicadas. O momento do jogo não está do lado dos Texans. O recém-reforçado time dos Jaguars, os Titans de Marcus Mariota e os Colts de Andrew Luck, agradecem!
Denver Broncos
A ideia de ter Tony Romo, nas devidas proporções, seria algo como aconteceu em 2012 quando Peyton Manning chegou ao Colorado. Assim como o Houston Texans, devemos concordar que os Broncos estão a um quarterback competitivo de entrarem de vez na conversa das potências da Conferência Americana – a defesa é de alto nível e as peças ofensivas estão lá; falta um quarterback…
Em contrapartida, diferentemente dos Texans, Denver não fez planos mirabolantes para adquirir os serviços de Romo. John Elway mais uma vez estava “analisando a situação de fora”, esperando o momento certo para agir. Não deu.
Se fossemos falar em opções para os Broncos, acabariam sendo as mesmas conferidas aos Texans: o potente braço de Jay Cutler (um velho conhecido de Denver) e os questionamentos de Colin Kaepernick. Sendo assim, conhecendo o projeto feito por Elway no Colorado, podemos dizer que os Broncos deverão começar a próxima temporada com Trevor Siemian de titular e Paxton Lynch, agora em seu segundo ano, brigando pela posição.
Aparentemente, o interesse do Denver Broncos em Tony Romo passava pelo fato da experiência e talento do veterano, que sem dúvidas deixaria os Broncos mais competitivos do que os atuais quarterbacks do time. Mas Elway parece satisfeito com o que tem em mãos neste momento. Portanto, se for para investir a longo prazo ou apostar em algo incerto, é melhor ficar com Siemian/Lynch.
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Cleveland Browns
Talvez nenhum time da NFL precise tanto de um quarterback quanto o Cleveland Browns. A equipe vem em uma sequência desesperadora de QBs que passaram por lá e não conseguiram se firmar que, algumas semanas antes do Draft, qualquer ideia para recrutar o melhor da classe (mesmo que esse não aparente ser brilhante) é válida. Todavia, com a aposentadoria de Romo, o Draft se tornará o meio de acesso de pelo menos mais uma franquia que de fato precise de um quarterback.
Veja bem: o cenário ideal para Cleveland seria recrutar Myles Garrett (Texas A&M) na 1ª escolha geral e então encontrar um quarterback na 12ª posição – ou até mesmo na 33ª, porquê não. Porém, acima da 12ª escolha estarão 49ers, Bears, Jets e talvez até Chargers e Saints. Logo em seguida, agora com o adeus de Tony Romo, pelo menos mais dois times (sendo um deles com enorme necessidade) estão nesta conversa: Texans e Chiefs.
Um quarterback de talentoso na primeira rodada do Draft 2017 ficou mais concorrido a partir de agora; e isso não era algo que estava nos planos dos Browns.
Qual time mais se prejudicou com a aposentadoria de Tony Romo? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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