Para aqueles que duvidaram da mudança de quarterback em Notre Dame, deixe pra lá. Os Fighting Irish estão muito bem – e alguns times deveriam temer isso a partir de agora.
Após seis semanas jogadas, Notre Dame ainda não foi derrotada apesar de ter enfrentado três times ranqueados, e tem pela frente um calendário que a coloca em posição de terminar o ano invicta. Mais importante ainda, a universidade também está jogando bem, caso o “teste do olho” seja necessário.
A verdade é que Notre Dame se tornou um dos times mais sólidos do college football agora porque consegue marcar pontos também. A defesa começou a temporada permitindo menos de 17 pontos por jogo em média nas três primeiras semanas. Isso foi a principal razão para o time derrotar #14 Michigan na partida de estreia. O que colocou Notre Dame em xeque no começo do campeonato, então, foram as questões do ataque. Nos primeiros três confrontos, Brandon Wimbush não conseguiu liderar seu time a mais de 24 pontos em nenhum jogo. O senior totalizou 589 jardas, um tochdown e quatro interceptações nesse período.
Entretanto, uma lesão contra Vanderbilt na semana 3 forçou Notre Dame a tirar Wimbush e apostar em Ian Book. Book foi titular em um jogo pelos Fighting Irish em 2017, e atuou em três períodos do Citrus Bowl, entrando no confronto devido às oscilações de Wimbush. Ele venceu em ambos os casos. Assim, Ian Book se tornou o titular e foi capaz de assegurar o cargo. Desde a semana 4, o ataque de Notre Dame tem média de 46,3 pontos por jogos, e venceu seus oponentes por uma diferença média de 72 pontos (139-67).
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Book é uma das principais razões desse sucesso. Ele obteve 887 jardas, 12 touchdowns totais e uma interceptação desde que se tornou o QB nº 1. Ao seu lado, Dexter Williams se tornou uma parte crucial deste ataque. Williams totaliza 339 jardas e quatro touchdowns apesar de ter perdido os primeiros quatro jogos da temporada. Notre Dame ainda conta com Tony Jones Jr. e Jafar Armstrong como sólidas opções no backfield. Eles somam nove TDs em 2018. Quem também impressiona neste ataque é o wide receiver Miles Boyckin, que tem 28 recepções, 428 jardas e três touchdowns no ano.
A combinação de uma defesa que limita seus adversários a menos de 360 jardas totais e 20 pontos por partida, e um ataque com muito talento individual, cria um ótimo time de futebol americano. Notre Dame não apenas tem seis vitórias em seis jogos nesta temporada, mas derrotou três programas ranqueados no campeonato. Os Fighting Irish venceram na estreia contra #14 Michigan, e então derrotaram #7 Stanford e #24 Virginia Tech nas semanas 5 e 6, respectivamente.
Com isso em mente, devemos definitivamente colocar Notre Dame nas conversas de playoffs. Deve ser dito ainda que os Fighting Irish estão a seis vitórias de entrarem nos playoffs do college football pela primeira vez desde que o sistema começou em 2014. Os seis adversários restantes têm uma campanha combinada de 17-16. Ademais, nenhum deles está ranqueado neste momento, o que significa que, no pior dos cenários, Notre Dame vencerá todos os confrontos e terminará o ano com três vitórias convincentes. Isso deve ser necessário para colocar o programa nos playoffs apesar de não fazer parte do Power 5.
Além disso, existe uma boa chance de Michigan terminar bem a temporada. Ou talvez USC – o último rival de Notre Dame – surja no Top 25 na reta final. Esses dois casos ajudariam Notre Dame.
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Isso significa más notícias para os times com uma derrota, até mesmo para os que forem campeões de conferência. Em outras palavras, isso cria um desafio para os vencedores da Big 12 e Pac-12, por exemplo, os quais provavelmente não serão campeões invictos. Para a Big 12, será Oklahoma ou West Virginia. Na Pac-12, Washington é o favorito, especialmente após Stanford perder dois jogos consecutivos. Neste momento, os Fighting Irish são um time (muito) melhor/mais completo do que Sooners, Mountaineers e Huskies.
Não há dúvidas que Clemson – pois a ACC não é ótima – e Georgia – se os Bulldogs terminarem perdendo para Alabama na final da SEC – precisam impressionar também. Caso contrário, um deles pode sair dos playoffs no fim do ano para Notre Dame. Estou considerando que Ohio State vença a Big Ten, é claro. Nesse caso, seriam cinco favoritos para entrar nos playoffs do college football (Alabama, OSU, Clemson, Georgia, mais Notre Dame). O problema para um deles é que só quatro times chegam lá. O menos impressionante deste grupo estará em apuros – e esse não aparenta ser os Fighting Irish neste momento.
Caso Notre Dame termine a temporada 12-0, os Fighting Irish estarão nos playoffs. Eles têm que estar. A menos que o Comitê mude como o sistema funcionou desde que foi implementado. É difícil argumentar contra um time invicto e ótimo no “teste do olho” com (no mínimo) três vitórias contra adversários ranqueados. Portanto, a questão aqui não deve ser se os Fighting Irish vão ou não para os playoffs sob essas circunstâncias, mas sim quem saíra para dar lugar a eles.