O Sunday Night Football desta semana 5 resumiu bem o que tem sido o ataque do Dallas Cowboys em geral nesta temporada. Por mais uma rodada, os torcedores da equipe não viram os melhores jogadores do setor brilharem. Além disso, sofreram com um grupo de recebedores abaixo da média e, nas sidelines, viram um head coach indeciso e sem saber como aproveitar seus atletas da melhor maneira dentro do gramado.
Na derrota por 19-16 para o Houston Texans, o Dallas Cowboys viu seu ataque improdutivo novamente como visitante. Jogando longe de Arlington em 2018, foram três confrontos, e essa foi a terceira vez que a franquia não marcou mais de 16 pontos. Os Cowboys ainda não sabem o que é marcar mais de um touchdown em um jogo como visitante neste ano. Definitivamente, precisamos falar mais (e mal) sobre esse setor!
Os protagonistas
Por mais uma rodada, Dak Prescott não brilhou, completando 18/29 nos passes, 208 jardas, um touchdown e duas interceptações. Ezekiel Elliott, o qual correu 20 vezes para 54 jardas, muito menos. Elliott chegou à partida com duas atuações consecutivas acima das 100 jardas terrestres. O rating de 66,5 de Prescott foi o segundo pior da temporada.
Ademais, Prescott mais uma vez teve dificuldades em se conectar com seus recebedores. Tanto que Elliott liderou os Cowboys em recepções, com sete. O segundo melhor nesse quesito foi o tight end Geoff Swain, com três passes recebidos para 55 jardas. Acredite ou não, mas apenas um wide receiver de Dallas totalizou mais de uma recepção na noite (Deonte Thompson, com duas).
Terceiras descidas e red zone
Em situações de terceira descida, o time foi pífio também: quatro conversões em 14 ocasiões. Na semana 1 e 3 contra Carolina e Seattle, respectivamente, ambos longe do Texas, os Cowboys combinaram para um aproveitamento de 5/24 nessa conjuntura. Na temporada 2018 como um todo, o Dallas Cowboys converteu terceiras descidas em apenas 28,3% dos casos, a qual é a terceira pior marca do campeonato. Apenas Buffalo e Arizona são piores que isso. Em 60 oportunidades que teve, Dallas teve sucesso em somente 17!
Em geral, a equipe tem dificuldades para ganhar territórios dos rivais (média de 307,8 jardas totais por jogo apenas). Quando ganha, nem sempre converte em muitos pontos. Nesta semana 5, o aproveitamento na red zone até foi melhor que a média da equipe no ano; o problema foi, novamente, que o time chegou pouco. O Dallas Cowboys esteve na red zone de Houston apenas duas vezes, tendo convertido uma delas em TD. Neste ano, o aproveitamento dos Cowboys nessa situação é o quarto pior da NFL: 41,67%.
As quartas descidas
Chama a atenção que, se tem alguma dessas situações de jogo que Dallas tem bons números, são nas quartas descidas. A equipe tentou seis até agora, e converteu quatro. O Tennessee Titans é a única franquia da liga com mais conversões de quarta descida do que o Dallas Cowboys (5). Diga-se de passagem, os Cowboys poderiam (e deveriam) ter igualado essa marca contra os Texans. Certo, Jason Garrett?
Estamos falando de um ataque que tem um dos melhores running backs da NFL, talvez até o melhor. E o impacto de Ezekiell Eliott fica evidente pela forma como os adversários se “perdem” em play actions bem arquitetados. Vale lembrar ainda que a presença de Tavon Austin em campo, pela dinamicidade do wide receiver, também preocupa os oponentes. Dallas deveria trabalhar melhor com essas duas peças nessas situações; o touchdown de Allen Hurns mostra isso.
O que não pode acontecer, contudo, é o time temer uma quarta descida para uma jarda no campo adversário na prorrogação. Não com um quarterback móvel, um running back de elite, um wide receiver super rápido e um playbook amplo naquele momento. Dallas já havia convertido uma situação de 4ª para 1 no confronto.
Na NFL, em especial em uma semana 5, um empate é como se fosse uma derrota. Ainda mais para um time com campanha 2-2 até então. No esporte, quem se preocupa em não perder e não busca a vitória por isso, costuma ser castigado.
“O castigo de um WR nº1”
“Coincidentemente”, esse castigo do Houston Texans teve como protagonista DeAndre Hopkins. Para os Texans, Hopkins significa exatamente aquilo que o Dallas Cowboys mais precisa no ataque neste momento: um ótimo wide receiver.
Verdade seja dita, os Cowboys têm bons WRs. Recebedores esses interessantes para situações específicas dos jogos, os quais complementam bem um elenco. A combinação de Cole Beasley, Tavon Austin, Allen Hurns e Michael Gallup é interessante. Falamos nisso durante toda a offseason sobre o Dallas Cowboys. A questão é que falta um nome com a capacidade de executar uma grande jogada ou uma separação complicada do defensor nos momentos mais importantes. Uma jogada digna de um WR nº1, como aquela que DeAndre Hopkins apresentou na prorrogação, por exemplo.
Para a sorte do Dallas Cowboys, a defesa da franquia continua em alta. Contra os Texans, por mais que não tenha sido uma atuação impecável, essa se destacou pela eficiência. Os Cowboys forçaram dois turnovers. Ademais, permitiram 5/15 em terceiras descidas e 1/6 na red zone, incluindo uma quarta para TD na linha de uma jarda no fim do segundo período.
O Dallas Cowboys seguirá competindo durante os jogos enquanto sua defesa estiver sólida. E a boa notícia é que esse sistema defensivo tende a se manter bem durante o campeonato. A notícia ruim é que a franquia continuará oscilando e perdendo partidas com o ataque desconfigurado que tem. Esse, por sua vez, deverá continuar como está. Pelo menos até que alguma mudança mais drástica seja feita.