Seguimos com as avaliações das principais transações da free agency 2019 da NFL. Esta é a terceira parte — e posso assegurar que (ainda) não é a última.
Se você, leitor, ainda não conferiu as avaliações prévias, aqui estão estão os links para a primeira e segunda delas. Tenha em mente que o critério de avaliação segue o mesmo neste caso também, mantendo o estilo de A+ (não poderia ter sido melhor), A (excelente), A- (ótima), B+ (muito boa), B (boa), B- (acima da média), C+ (talvez na média), C (poderia ter sido melhor), C- (ruim).
Vamos ao que interessa!
TROCA: Kelechi Osemele (G) (+ escolha de sexta rodada [196ª] 2019) → New York Jets
O que os Raiders ganharam em troca: escolha de quinta rodada (141ª)
Como é o contrato de Osemele: 2019 será a quarta das cinco temporadas do contrato assinado por Osemele com os Raiders em 2016. Aproximadamente US$ 21 milhões do vínculo serão de responsabilidade novaiorquina nos próximos dois anos.
Nota Jets: A-
Nota Raiders: C-
De fato, os Raiders abrem mais de US$ 10 milhões no teto salarial. Em contrapartida, ganham uma dúvida para a linha ofensiva, a qual foi mal em 2018. Lembrando que, juntamente ao ataque aéreo, o jogo corrido de Oakland foi um dos mais ineficientes da NFL na temporada passada.
Para os Jets, a única questão é se Kelechi Osemele conseguirá se manter saudável — ele ficou fora de cinco partidas em 2018. Se sim, o bloqueador resolve um dos problemas de New York, algo que faz sentido para quem tem Sam Darnold e agora Le’Veon Bell no backfield.
Cole Beasley (WR) → Buffalo Bills
Como é o contrato de Beasley: quatro anos, US$ 29 milhões, com US$ 14,4 milhões garantidos.
Nota: B
O grupo de recebedores era uma grande necessidade dos Bills nesta offseason, então o time merece créditos por adquirir um dos principais slot receivers da NFL. Cole Beasley acrescentará ao sistema ofensivo de Buffalo. Por outro lado, tanto a duração quanto os valores do contrato assinado foram ligeiramente “mais do que deveria” para um jogador de 29 anos que jamais ultrapassou 900 jardas recebidas em uma temporada.
John Brown (WR) → Buffalo Bills
Como é o contrato de Brown: três anos, US$ 27 milhões, com US$ 10,1 milhões garantidos.
Nota: A
Os Bills acertaram na contratação de John Brown. Lembre-se que na primeira metade do ano passado Brown foi um dos principais recebedores da liga. Entretanto, a transição Joe Flacco-Lamar Jackson em Baltimore atrapalhou a produção do wide receiver no fim do campeonato. De qualquer maneira, estamos falando de uma ótima ameaça vertical, o que parece ser encaixe certeiro para Josh Allen — Brown teve média de 17 jardas por recepção em 2018. Outra boa notícia é que o recebedor voltou a se manter saudável.
Danny Amendola (WR) → Detroit Lions
Como é o contrato de Amendola: um ano, US$ 4,5 milhões, com US$ 4,25 milhões garantidos.
Nota: B-
Danny Amendola completará 34 anos em 2019. Além disso, o quão culpado é ele, jogando em um decepcionante sistema ofensivo em Miami, de ter tido possivelmente o pior ano de sua carreira na NFL desde quando calouro? A resposta para isso deverá indicar o quanto ele acrescentará no ataque dos Lions. Mas o baixo salário vale a aposta.
Carlos Hyde (RB) → Kansas City Chiefs
Como é o contrato de Hyde: um ano, US$ 2,8 milhões, com US$ 1,5 milhões garantidos.
Nota: B+
Os Chiefs pagarão pouquíssimo para um running back que, em 2016 e 2017, combinou para 14 touchdowns e mais de 1.800 jardas. Carlos Hyde caiu de rendimento em 2018 jogando nos Jaguars, porém o sistema ofensivo de Jacksonville em geral decepcionou. Provavelmente como segundo running back em Kansas City, Hyde pode voltar aos seus melhores dias.
Golden Tate (WR) → New York Giants
Como é o contrato de Tate: quatro anos, US$ 37,5 milhões, com US$ 22,9 milhões garantidos.
Nota: C+
Golden Tate ainda tem gasolina no tanque para continuar atuando em alto nível e ele chega para ser o principal wide receiver dos Giants. Isso merecia, no mínimo, uma nota B. O que não gosto neste caso é que New York assina um contrato considerável com um recebedor de 30 anos de idade logo após ter trocado Beckham Jr. e com um processo de reconstrução se aproximando para a equipe. Falta sensatez.
Ja’Wuan James (OT) → Denver Broncos
Como é o contrato de James: quatro anos, US$ 51 milhões, com US$ 32 milhões garantidos.
Nota: B
Em termos de encaixe entre jogador e franquia, essa transação foi excelente. Afinal, Ja’Wuan James teve uma das melhores temporadas de sua carreira em 2018 e a OL dos Broncos precisa de reforços. Contudo, tenha em mente que Denver fez de James o right tackle mais bem pago da liga. Lesões à parte, John Elway pagará a um bom jogador, um salário de quem precisa ser ótimo.
Matt Paradis (C) → Carolina Panthers
Como é o contrato de Paradis: três anos, US$ 29 milhões, com US$ 12 milhões garantidos.
Nota: A-
Matt Paradis sofreu uma grave lesão na temporada passada, a qual talvez seja o único ponto negativo desta contratação. No mais, os Panthers adquirem um sólido e experiente jogador para uma posição que havia se tornado uma necessidade do time neste ano.
Frank Gore (RB) → Buffalo Bills
Como é o contrato de Gore: um ano, US$ 2 milhões, com US$ 500.000 garantidos.
Nota: C+
Por que os Bills assinaram com Frank Gore? De fato, o running back teve a sólida marca de 4,6 jardas por tentativa em 156 corridas no ano passado. Todavia, ele não é mais o mesmo e chega a um grupo de corredores que já conta com os veteranos LeSean McCoy e Chris Ivory. No fim das contas, Buffalo ainda precisa de um jovem RB no elenco. Pelo menos, o contrato de Gore foi baixíssimo.
Cordarrelle Patterson (WR) → Chicago Bears
Como é o contrato de Patterson: dois anos, US$ 10 milhões.
Nota: B+
Em 2018, Cordarrelle Patterson totalizou cinco touchdowns (três recebidos, um corrido e outro em retorno). Ele não chega para ser titular em Chicago, mas sim uma ameaça em situações específicas. Matt Nagy terá uma opção versátil para seu ataque em Patterson.
Jamison Crowder (WR) → New York Jets
Como é o contrato de Crowder: três anos, US$ 28,5 milhões, com US$ 17 milhões garantidos.
Nota: B
Os Jets deram um grande contrato a Jamison Crowder, um recebedor que teve boas — nunca ótimas — temporadas na carreira e vem de uma lesão no ano passado. Em contrapartida, Crowder evoluiu no quesito drops em 2018 e é um recebedor que se encaixa bem no plano de jogo de New York. No fim das contas, o respaldo da contratação é positiva pois a diretoria novaiorquina segue acrescentando peças para o ataque de Sam Darnold.
Tyrod Taylor (QB) → Los Angeles Chargers
Como é o contrato de Taylor: dois anos, US$ 11 milhões, com US$ 6 milhões garantidos.
Nota: B+
Por mais que não seja o caso dos Chargers com Philip Rivers, temos visto vários casos recentes na NFL que elevaram os valores de backup quarterbacks para as franquias. Em 2019, Los Angeles terá um dos principais reservas da liga em Tyrod Taylor, o qual começou a temporada passada como titular em Cleveland.
Jason Verrett (CB) → San Francisco 49ers
Como é o contrato de Verrett: um ano, US$ 3,6 milhões, com US$ 1 milhão garantido.
Nota: B+
Há o risco, mas os 49ers apostaram relativamente pouco e podem ganhar muito.
Jason Verrett é um dos cornerbacks mais talentosos e instintivos que chegaram à NFL nos últimos anos. Porém, as lesões marcaram a carreira do CB até agora e não permitiram que ele atuasse em nenhuma temporada de forma completa até agora. Vale ressaltar, no entanto, que ainda assim Verrett foi capaz de ir ao Pro Bowl em 2015, ano em que disputou 14 partidas. Nas demais quatro temporadas profissionais que atuou, participou de apenas 11 dos 64 jogos possíveis.
Shaq Barrett (OLB) → Tampa Bay Buccaneers
Como é o contrato de Barrett: um ano, US$ 5 milhões.
Nota: B-
A relação custo-benefício de Shaq Barrett tem respaldo positivo. Barrett é um daqueles pass rushers que complementa bem e acrescenta velocidade ao front seven e, portanto, faz sentido ao incompleto setor defensivo dos Bucs. O ideal é tê-lo na rotação e não como titular absoluto, entretanto.
Ha Ha Clinton-Dix (S) → Chicago Bears
Como é o contrato de Clinton-Dix: um ano, US$ 3,5 milhões.
Nota: A-
A secundária dos Bears abriu as portas para um novo safety após a saída de Amos. Com isso, Chicago assinou com Ha Ha Clinton-Dix, outrora escolha de primeira rodada e que vem de uma de suas melhores temporadas na NFL. Repare que o acordo é curto, o que pressiona o defensive back a render imediatamente a fim de ganhar um vínculo maior.
Resta saber agora se Clinton-Dix conseguirá encaixar nas coberturas e encontrar a sintonia com Eddie Jackson. A responsabilidade de entrar na atual defesa dos Bears é grande.
Lamarcus Joyner (S) → Oakland Raiders
Como é o contrato de Joyner: quatro anos, US$ 42 milhões, com US$ 21 milhões garantidos.
Nota: A
Para os Raiders, tudo na contratação de Lamarcus Joyner foi sensato. Ele se encaixa bem na necessitada secundária de Oakland ao lado de Karl Joseph. Ademais, Joyner se mostrou um safety confiável nos últimos anos e deve manter o nível agora na Califórnia. E por fim, o contrato faz de Joyner o oitavo FS mais bem pago da liga, algo que condiz com suas atuações e mercado da liga também.