A temporada 2019 da NFL começou! Oficialmente. 13 de março marcou o primeiro dia do novo campeonato, o que significa que as franquias podem oficializar as transações feitas. E logicamente, seguir ativas no mercado também.
Assim sendo, como de costume, avaliaremos as principais transações do mercado da NFL. Devido às várias contratações, as avaliações serão separadas em partes, contendo algo em torno de 15 movimentações cada artigo. As primeiras partes tendem a ser os principais nomes e/ou as negociações mais surpreendentes, porém nada garantido devido à data em que essas acontecem.
Tenha em mente, para todos os artigos desta “série” que, em caso de troca, foi dada a nota para ambas as equipes envolvidas. No caso de contratações diretas de free agents, a avaliação corresponde ao time que adquiriu o atleta. Portanto, não compare as notas de jogador para jogador. Tudo depende do contexto da franquia que o contratou, bem como dos valores e estratégia por trás de tal decisão.
Here we go!
TROCA: Antonio Brown (WR) → Oakland Raiders
O que os Steelers ganharam em troca: escolha de terceira (66ª) e quinta rodada (142ª) em 2019
Como é o contrato de Brown: três anos, US$ 50,1 milhões, com US$ 30 mi garantidos.
Nota Raiders: A
Nota Steelers: C+
O único defeito de Antonio Brown neste momento é o vestiário e como ele controla seu ego ao lado dos companheiros. Sim, ele terá 31 anos em 2019, mas o recebedor não dá sinais de decadência. Ainda assim, o contrato assinado por Oakland é com uma duração sensata.
Dentro de campo, os Raiders adquirem um jogador que nas últimas seis temporadas teve média de 1.524 jardas recebidas e vem do melhor ano de sua carreira em termos de touchdowns, com 15. Brown é o melhor wide receiver de sua geração. Ponto final.
Para os Steelers, a troca só não foi pior pois Brown estava “fazendo mal” ao time fora de campo. De qualquer forma, duas escolhas OK de draft saíram baratas. Para piorar, Pittsburgh acará com mais de US$ 20 milhões em dead cap.
TROCA: Odell Beckham Jr. (WR) → Cleveland Browns
O que os Giants ganharam em troca: S Jabrill Peppers + escolha de primeira (18ª) e terceira (95ª) em 2019
Como é o contrato de OBJ: cinco anos, US$ 90 milhões, com US$ 65 milhões garantidos. Vale ressaltar que New York já arcou com parte do contrato e terá US$ 16 mi de dead cap, o que colocará os valores de OBJ em torno de US$ 15 milhões por ano em média para Cleveland.
Nota Browns: A+
Nota Giants: F+
Dave Gettleman nunca fechou as portas para uma troca envolvendo Odell Beckham Jr. desde que o recrutou. Todavia, nada justifica a decisão dos Giants de trocar o camisa #13 desta forma. Não pelo valor que New York recebeu. E não é que Beckham Jr. esteja em decadência ou algo do tipo. O wide receiver tem 26 anos e vem de uma temporada com mais de 1.000 jardas recebidas apesar de ter perdido quatro partidas. A única notícia aceitável da troca para NY é que Jabrill Peppers demonstrou boa evolução em seu segundo ano na NFL em 2018. De resto, é difícil enxergar a equipe novaiorquina ganhando valor com as picks que recebeu.
Para Cleveland, o grupo ao redor de Baker Mayfield segue cada vez mais talentoso e a equipe continua no caminho certo para sonhar com coisas grandes — mais rápido do que a maioria dos fãs esperava.
Le’Veon Bell (RB) → New York Jets
Como é o contrato de Bell: quatro anos, US$ 52 milhões, com US$ 35 milhões garantidos.
Nota Jets: A
Os Jets continuam se reforçando em peso. Adquirir Le’Veon Bell significa acrescentar um dos melhores running backs da NFL em um ataque que precisa de nomes produtivos e experientes ao lado de Sam Darnold. Bell era o melhor free agent disponível e New York o contratou por uma média salarial de US$ 13 milhões, algo abaixo do esperado pelos atos de Bell na última offseason. Se tivesse atuado em bom nível no ano passado, o corredor provavelmente ganharia mais que isso.
Landon Collins (S) → Washington Redskins
Como é o contrato de Collins: seis anos, US$ 84 milhões, com US$ 44,5 milhões garantidos.
Nota: A-
O lado negativo (talvez o único) desta contratação é que o contrato de Landon Collins é alto. O defensor é o free safety mais bem pago da liga atualmente em média salarial. Aliás, este contrato deve mudar o padrão da posição para as próximas temporadas.
Sobre Collins, apesar de ter sofrido com uma lesão em 2018, ele tem sido um dos melhores da NFL na função. Versátil, explosivo e instintivo, o camisa #21 realizará um sonho de atuar nos Redskins (Sean Taylor é um de seus ídolos) — e Washington ganha muito com isso.
Nick Foles (QB) → Jacksonville Jaguars
Como é o contrato de Foles: quatro anos, US$ 88 milhões, com US$ 50,1 milhões garantidos.
Nota: B
Nick Foles é uma evolução em relação a Blake Bortles. E as últimas atuações de Foles foram de alto nível, principalmente no quesito decisão. Em temporada regular, seus últimos oito jogos tiveram seis vitórias, 12 touchdowns, seis interceptações e média superior a 230 jardas por jogo. Em playoffs, ele venceu quatro dos últimos cinco que disputou.
Por outro lado, os Jaguars assinam um grande contrato com um quarterback que nunca se firmou como titular na liga e estará em um ataque diferente (mais limitado tecnicamente) do que aquele que esteve inserido quando prosperou.
TROCA: Case Keenum (QB) (+ escolha de sétima rodada em 2020) → Washington Redskins
O que os Broncos ganharam em troca: escolha de sexta rodada em 2020
Como é o contrato de Keenum: os termos do novo contrato de Keenum ainda não foram divulgados por completo. Sabemos, contudo, que pelo menos US$ 3,5 milhões ele custará aos Redskins em 2018, visto que Denver e Washington dividiram os US$ 7 mi que o QB tem garantido em 2019.
Nota Redskins: B+
Nota Broncos: B
Este não era o plano que os Redskins queriam para 2019. Tampouco o que os Broncos pretendiam. Mas Case Keenum não vingou em Denver e a equipe, pressionada, segue em busca de um titular realmente competitivo. Joe Flacco foi contratado e não fazia sentido manter Keenum pelo preço do jogador. Ao mesmo tempo, Washington perdeu o titular (e caro) Alex Smith no ano passado, o qual não estará à disposição neste ano também. Portanto, era preciso um substituto com boa experiência e por um preço sensato. Bingo!
Como citado, Keenum não era o que os Redskins queriam no momento, mas se encaixa pela conjuntura enfrentada pelo time. Denver, pelo menos, conseguiu dividir o custo do QB.
Trey Flowers (DL) → Detroit Lions
Como é o contrato de Flowers: cinco anos, US$ 90 milhões, com US$ 56 milhões garantidos.
Nota: A-
Trey Flowers chegou ao mercado como um dos principais nomes disponíveis. Por quê? Pois estamos falando de um pass rusher de 25 anos de idade que teve as melhores temporadas de sua carreira em 2017 e 2018. Versátil, Flowers tem a expectativa de se colocar no nível mais alto de defensive linemen da NFL. Para os Lions, ele chega para ocupar uma das necessidades do time. O contraponto é que estamos falando de um contrato muito grande, o qual em geral era esperado pelos padrões da função, para um atleta que ainda não é uma certeza na elite.
Malik Jackson (DT) → Philadelphia Eagles
Como é o contrato de Jackson: três anos, US$ 30 milhões.
Nota: B+
Mais detalhes sobre o novo contrato de Malik Jackson ainda serão divulgados. Mas podemos dizer de antemão que os Eagles acertaram na contratação. De fato, o defensor teve uma queda de produção em 2018. Contudo, estamos falando de um dos principais DTs da NFL, o qual combinou para 14,5 sacks entre 2016 e 2017. No ano passado, a decepcionante campanha dos Jaguars fez todos os defensores do elenco parecerem piores. Em Philly, Jackson manterá a rotação da linha defensiva da equipe em alta.
TROCA: Michael Bennett (DE) (+ escolha de sétima rodada em 2020) → New England Patriots
O que os Eagles ganharam em troca: escolha de quinta rodada em 2020
Maiores detalhes sobre a troca ainda não foram oficializados. As informações em questão foram reportadas pela NBC Philadelphia.
Como é o contrato de Bennett: o vínculo do defensor em Philly tinha dois anos, US$ 15,7 milhões (desses, US$ 2 mi são bônus de jogos). Os Eagles ainda terão que lidar com o dead cap de Bennett, mas serão os Patriots os responsáveis pelo contrato em vigor.
Nota Patriots: A-
Nota Eagles: B
Os números indicam que Michael Bennett continua eficiente. Mesmo jogando menos de 70% dos snaps defensivos dos Eagles em 2018, ele totalizou nove sacks, 15 tackles para perda de jardas e dois fumbles forçados. Para Philly, perder Bennett não estava no planejamento quando esse foi adquirido para a temporada passada, mas era algo que mais cedo ou mais tarde aconteceria nesta offseason. A forma como Bennett foi usado em Philly, sob uma rotação defensiva de profundidade, não o agradou. Então, por mais que as estatísticas sejam interessantes, o fato de Philadelphia ter ganhado algo em troca tem respaldo positivo, mas o dead cap em 2019 pesa negativamente. Em New England, Bennett deve se encaixar bem apesar de completar 34 anos em novembro.
C. J. Mosley (LB) → New York Jets
Como é o contrato de Mosley: cinco anos, US$ 85 milhões, sendo US$ 51 milhões garantidos.
Nota: A
Cada vez mais, os jogadores de elite na NFL são valorizados. Mais cedo ou mais tarde, titulares confiáveis, de calibre para Pro Bowl, receberão grandes contratos. E C. J. Mosley faz parte desse grupo. De fato, Mosley teve uma queda de rendimento em 2018 quando comparado a 2017. Todavia, ele foi uma certeza pelos Ravens desde quando foi recrutado em 2014. Baltimore deveria ter feito maiores esforços para manter o jogador. Além disso, estamos falando de um atleta que ainda completará 27 anos, ou seja, os Jets têm chances reais de contarem com Mosley pelas próximas cinco temporadas, algo que resolveria uma das necessidades defensivas do time.
Terrell Suggs (OLB) → Arizona Cardinals
Como é o contrato de Suggs: um ano, US$ 7 milhões.
Nota: B+
Terrell Suggs é mais um defensor que os Ravens deveriam ter se esforçado mais para mantê-lo no elenco em 2019. Suggs completará 37 anos em outubro é verdade, porém dentro de campo ele continua se monstrando um sólido titular. Neste caso, a idade seria interessante para diminuir o contrato eventualmente; não para dispensá-lo. Os Cardinals decidiram fazer uma pequena aposta em um veterano que, desde 2016, ficou fora de somente um jogo e totalizou 26 sacks.
O novo trio do Green Bay Packers: Za’Darius Smith (OLB/DE), Adrian Amos (S) e Preston Smith (OLB)
Como é o contrato de Z. Smith: quatro anos, US$ 66 milhões, com US$ 20 milhões garantidos.
Nota Z. Smith: B
Za’Darius Smith vem da melhor temporada de sua carreira, na qual obteve 8,5 sacks. Diga-se de passagem, ele colocou seu nome nas conversas dos pass rushers mais subestimados da NFL. O que não indica, necessariamente, que valerá tamanho investimento.
Como é o contrato de Amos: quatro anos, US$ 36 milhões, com US$ 12 milhões garantidos.
Nota Amos: A-
Adrian Amos, por sua vez, provou-se um dos defensive backs mais subestimados da liga. Parte importante da ótima defesa dos Bears em 2018, ele contribuiu com nove passes defendidos e duas interceptações.
Como é o contrato de P. Smith: quatro anos, US$ 52 milhões, com US$ 16 milhões garantidos.
Nota P. Smith: A-
Por mais que o ano de 2018 de Preston Smith tenha sido abaixo de suas temporadas de 2016 e 2017, os quatro anos de Smith na NFL até agora foram animadores. Versátil, resiliente e talentoso, o ex-Redskins era um dos defensores mais interessantes desta free agency.
Nota geral: B+
Dois pass rushers e um safety. Os Packers gastaram bastante, mas foram inteligentes. Principalmente nos casos de Z. Smith e Amos, Green Bay arriscou com grandes contratos. Entretando, desta vez a equipe fez isso em funções necessitadas e com jogadores que tiveram as respectivas melhor temporada de suas carreiras no ano passado. São apostas de respaldo positivo e que colocam os Packers em boa posição para o Draft 2019.