O período “maluco” da Free Agency terminou, mas isso não significa que o mercado da NFL parou. Pelo contrário. Nos últimos dias, além de uma surpreendente troca no Top 3 do Draft 2018, vimos importantes nomes tomando novos rumos, como foi o caso de Tyrann Mathieu, Michael Crabtree e LeGarrette Blount, por exemplo.
Assim sendo, mantendo uma tradição do site, avaliei mais uma leva de transações desta free agency, deixando notas e comentários em cada uma delas. E detalhe: mais avaliações ainda estão por vir.
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TROCA: New York Jets troca a 3ª escolha geral do Draft com o Indianapolis Colts
Resumo da troca: Os Jets recebem a 3ª escolha geral. Já os Colts, além da 6ª escolha geral, recebem de New York três escolhas de segunda rodada (37ª e 49ª de 2018, e outra de 2019).
Nota Jets: B-
Nota Colts: A-
Não é difícil entender porquê os Colts foram – claramente – os vencedores nesta troca. Indianapolis caiu três escolhas, isso é fato. Contudo, tenha em mente que ela recebeu quatro seleções por isso, incluindo três neste ano. A equipe terá agora 4 das primeiras 50 escolhas do Draft 2018. Além disso, é muito provável que Bradley Chubb e Quenton Nelson (quem sabe até Saquon Barkley) ainda estejam disponíveis para Indy na nova colocação. Ou seja, apesar de ter rebaixado algumas posições, a inicial escolha do time pode não ser alterada.
Para os Jets, o respaldo positivo fica para a iniciativa e ousadia do time – atos como esse algumas vezes são necessários para recrutar bons quarterbacks. Todavia, o lado negativo incerto desta troca é que New York agora tem a 3ª escolha geral porém as duas primeiras franquias no Draft (Browns e Giants) podem – e devem – escolher um quarterback. Em outras palavras, o New York Jets fez um grande esforço para adquirir um ótimo quarterback, mas pode acabar com o terceiro talento da posição na classe (algum nome diferente de Sam Darnold e Josh Rosen) – e isso é uma grande diferença. Ademais, lembre-se que New York ainda renovou com Josh McCown e contratou Teddy Bridgewater recentemente.
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Muhammad Wilkerson (DL) → Green Bay Packers
Nota: A
O Green Bay Packers precisava de reforços na linha defensiva. Por outro lado, Muhammad Wilkerson, que vem em declínio nas últimas temporadas, sabe que precisa voltar à melhor fase se ainda quiser ser considerado um dos principais defensive linemen da NFL novamente, o que indica que esse um ano de contrato com os Packers é crucial para ele. Se Wilkerson retornar aos seus melhores dias, tenha em mente que estou falando não apenas de um sólido defensive end/defensive tackle, mas sim de um dos principais defensores (em geral) da liga em termos de talento.
Teddy Bridgewater (QB) → New York Jets
Nota: A-
Quando olhamos para a contratação de Teddy Bridgewater isoladamente, é impossível não aprová-la. Os Jets assinaram com um QB que ainda pode ser considerado promissor por um salário de US$ 5 milhões (além de US$ 10 mi em incentivos) – tenha em mente que são reais as chances de Bridgewater ser o titular de New York na semana 1. A nota para essa aquisição novaiorquina só não é maior porque a equipe manteve Josh McCown no elenco e ainda pagou caro pela 3ª escolha geral do próximo Draft, aparentemente buscando um novo quarterback.
Danny Amendola (WR) → Miami Dolphins
Nota: B-
Em tese, Danny Amendola chega a Miami para ocupar a função de slot receiver, já que Jarvis Landry está em Cleveland agora. Todavia, os Dolphins deram um contrato de 2 anos US$ 12 milhões para um wide receiver que terá 33 anos em 2018, teve problemas com lesões recentemente (ele disputou apenas uma temporada completa desde 2010) e é um daqueles recebedores que precisa de um bom quarterback passando a bola para ele. Se todos esses problemas se tornarem apenas detalhes, Miami terá acertado (e muito) nesta contratação. Porém…
Patrick Robinson (CB) → New Orleans Saints
Nota: B
Talvez você não saiba, mas Patrick Robinson chegou à NFL justamente como escolha do New Orleans Saints (primeira rodada de 2010). Naquela época, Robinson decepcionou em seus primeiros anos profissionais, tanto é que acabou deixando New Orleans depois de 5 temporadas. Contudo, após passagens por Chargers e Eagles, o cornerback parece ter encontrado sua melhor forma desde os tempos universitários em Florida. Dito isso, por mais que seja um risco apostar um contrato de 4 anos (20 milhões de dólares garantidos) em Patrick Robinson novamente, tudo pode acabar bem se Robinson funcionar no slot, deixando Marshon Lattimore e Ken Crawley intactos nas laterias do campo.
LeGarrette Blount (RB) → Detroit Lions
Nota: B-
LeGarrette Blount é um dos melhores running backs da NFL em situações de corridas curtas, e isso explica em partes o sucesso que ele teve nos Eagles em 2017, uma vez que Philly contou com uma profunda rotação de corredores. Em Detroit, entretanto, Blount deverá participar mais das partidas, como um RB titular. A questão aqui é se ele terá sucesso nisso aos 32 anos de idade. Se sim – como em New England em 2016 –, será ótimo para os Lions. Se não, a pífia situação de running backs do time continuará.
Michael Crabtree (WR) → Baltimore Ravens
Nota: A-
Ao assinar com Michael Crabtree (3 anos US$ 21 milhões), o Baltimore Ravens não adquiriu um exímio wide receiver, como nomes que a franquia já teve no passado e vem buscando nos últimos anos. Contudo, tenha em mente que Crabtree vem de três temporadas seguidas com pelo menos 8 touchdowns. Ele ainda não é o cara que acabará com todos os problemas do grupo de recebedores dos Ravens, mas, de qualquer forma, está claro que uma considerável evolução para o elenco na função.
Adrian Clayborn (DE) → New England Patriots
Nota: B
Passada a temporada 2017 da NFL, ficou claro que o New England Patriots chegou nesta free agency precisando de reforços em sua linha defensiva. Paralelamente a isso, vimos Adrian Clayborn com um dos melhores desempenhos de sua carreira no ano passado. Enquanto o total de 9,5 sacks de Clayborn pode enganar (ele teve 6 sacks em apenas uma partida), em geral, foi um ano muito acima da média para o pass rusher. Boa contratação para os Pats!
Jordy Nelson (WR) → Oakland Raiders
Nota: C+
Em termos de produção, desde que se tornou titular na NFL, o ano de 2017 foi o pior da carreira de Jordy Nelson (53 recepções, 482 jardas e 6 TDs). Verdade seja dita, Aaron Rodgers se lesionou e quem passou a bola para Nelson foi Brett Hundley pela maioria do tempo. Em Oakland, portanto, será interessante ver a produção da dupla Derek Carr-Jordy Nelson. Além disso, o fato de Oakland ter feito uma “troca” entre Nelson e Michael Crabtree na prática parece ser bastante arriscado para a equipe (Crabtree é mais novo e vem de temporadas melhores). Por fim, é preciso destacar que o contrato de 2 anos valendo US$ 12 milhões também é outro ponto incerto neste acordo pelo camisa #87, que completará 33 anos em 2018. Jon Gruden não sobre aproveitar devidamente a free agency nesta situação.
Tyrann Mathieu (S) → Houston Texans
Nota: A
O único ponto negativo desta aquisição para os Texans é que o time assinou com Tyrann Mathieu por somente um ano (US$ 7 milhões!). No mais, Houston conseguiu reforçar sua então instável secundária com Tyrann Mathieu, um safety capaz de atuar como slot cornerback a qualquer momento, que foi o melhor da posição em 2015 (Pro Bowl e All Pro) e de certa forma busca repetir mais um ano fantástico em 2018 em busca de um contrato longo. Não tinha um nome melhor que o de Mathieu para o Houston Texans reforçar seu grupo de defensive backs nesta free agency.
Dontari Poe (DT/NT) → Carolina Panthers
Nota: B
Estava claro que o Carolina Panthers precisava encontrar um nome sólido para o meio de sua linha defensiva nesta free agency. No ano passado, Dontari Poe teve um bom desempenho em geral (possivelmente seu melhor desde 2014). Todavia, vale ressaltar que ele atuou sob um contrato de apenas um ano, buscando um longo acordo na NFL em 2018 – que ele acabou de conseguir. A questão agora é se os 3 anos e US$ 27 milhões não atrapalharão/acomodarão Dontari Poe nesta temporada.
Até agora, qual foi a melhor contratação da Free Agency 2018 da NFL? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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