Cam Newton, Carson Wentz e Nick Foles, e Aaron Rodgers, esses três quarterbacks roubaram a cena na NFL nas últimas semanas. Cada um deles por uma razão essencialmente diferente, devo dizer. Newton simplesmente vem sendo um dos piores QBs da liga depois de um começo digno de conversas para MVP. Foles, por sua vez, apareceu bem novamente e, para alguns, Wentz está ameaçado. Por fim, os torcedores dos Packers puderam ver Aaron Rodgers sem Mike McCarthy.
Mas então, o que o Carolina Panthers poderia ter feto a respeito de seu QB titular? O Philadelphia Eagles deveria mesmo considerar Nick Foles ao invés de Carson Wentz com ambos saudáveis? E o que concluímos num primeiro momento de Aaron Rodgers sem o técnico que o projetou na NFL? Foi com essas três perguntas em mente que comentei a respeito das situações desses quarterbacks abaixo, esclarecendo o que vejo como argumentos pertinentes, bem como aquilo que é (muita) loucura.
Não, não existe uma disputa de QBs em Philly
Os “deuses do futebol americano” quiseram que Nick Foles fosse o quarterback titular do Philadelphia Eagles na semana 15, contra o Los Angeles Rams. Mais que isso: Foles conseguiu uma improvável vitória, depois de entrar em campo como zebra por 13 pontos. Agora, com os Eagles ainda na briga pelos playoffs, Nick Foles pode conseguir uma classificação há algum tempo inesperada para o time.
Já imaginou se Nick Foles leva Philly à pós-temporada, vence como zebra novamente e chega ao Super Bowl? Lembrando: ele é o MVP do último Super Bowl, apesar de ser o reserva do elenco de Doug Pederson. Contudo, saiba que em nenhum (!) cenário Nick Foles ameaçará a titularidade de Carson Wentz. Pelo menos é assim que deve ser. Não, não existe uma controvérsia de quarterbacks em Philadelphia.
Tenha em mente, acima de tudo, que o plano de jogo é muito mais simplificado com Nick Foles under center. Pederson precisa ser mais conservador e cauteloso. O sucesso que o camisa #9 conseguiu contra os Rams, por exemplo, precisa ser relacionado ao pouco tempo de estudo que o adversário teve sobre ele. Foles é um reserva e suas participações são limitadas. Além disso, Carson Wentz é mais talentoso, tem melhores números e comanda melhor um sistema ofensivo.
Não deixe de levar em conta também que o apoio do elenco dos Eagles diante de Los Angeles em alguns aspectos foi maior do que vimos em alguns momentos neste campeonato. A linha ofensiva foi brilhante, por exemplo. E não desconsidere que o momento do Los Angeles Rams é o pior da era Sean McVay.
Seria algo marcante, estranho e sem precedentes se Nick Foles voltasse a vencer o Super Bowl com os Eagles. Claro, esse é o cenário dos sonhos. Ainda assim, Foles seria reserva. Pelo menos no Philadelphia Eagles de Carson Wentz ele seria. Na verdade, ele é.
O “beco sem saída” dos Panthers: apostar em Newton lesionado
O Carolina Panthers não vai aos playoffs nesta temporada. A sacramentação disso veio com o “feio” revés diante do New Orleans Saints, quando o ataque comandado por Cam Newton marcou apenas nove pontos. Essa foi a sexta derrota seguida dos Panthers, diga-se de passagem.
Em meio a esse conturbado momento, vimos Newton jogando desesperadoramente mal. Ele talvez seja a maior razão pelos reveses consecutivos de Carolina. O camisa #1 lançou nove interceptações nos últimos seis jogos, a pior marca da NFL no período. Pior que isso: Cam Newton se mostrou incapaz de executar passes longos, devido à uma lesão no ombro direito. Desde a semana 10, Cam completou somente 38% dos lançamentos de 15/+ jardas que tentou, sem obter um touchdown e com cinco interceptações.
Sem a ameça do jogo vertical, os adversários de Carolina adiantaram os safeties, povoaram em maior número o segundo nível da defesa e aumentaram as chances de combate a Christian McCaffrey.
Mas o Carolina Panthers não podia ter feito nada além de apostar em Cam Newton. Além de ser o franchise quarterback do time, Newton tem experiência na liga e é muito bom correndo com a bola. O problema é que os lançamentos mais explosivos ele não conseguia fazer, os quais eram necessitados pelos Panthers. A interceptação na red zone pouco antes do intervalo no confronto contra os Saints é um resumo de tudo isso.
A defesa dos Panthers foi bem contra Lions, Buccaneers, Browns e Saints, de um modo geral. Em todos esses jogos, o time saiu derrotado. Faltou o ataque desempenhar pelo menos na média. Faltou Cam Newton executar mais jogadas explosivas. Os oponentes sabiam que Newton não podia lançar em profundidade. Carolina também já pensava que isso iria acontecer. Porém, não havia nada a ser feito. Não com a equipe ainda sonhando com a pós-temporada. Agora, com o objetivo fracassado, essa insistência inevitável não precisa mais acontecer neste ano.
Viu? Mike McCarthy não era o único problema dos Packers
Aquilo que já tinha sido adiantado aqui, e algumas pessoas até desconfiavam, ficou em evidência nas duas últimas semanas: Mike McCarthy não era o único problema do Green Bay Packers. Como um todo, os Packers estão desconfigurados, digamos assim. Se considerarmos que o setor “mais errado” do time é o ataque e que esse conta com Aaron Rodgers, vemos onde começa os problemas. Green Bay precisa de Rodgers para triunfar, e as coisas não vão bem nesse sentido.
Ingenuidade de quem imaginou que o fato do ataque dos Packers ser bagunçado e sem sistema definido era culpa única e exclusivamente de McCarthy. O ex-head coach da equipe chamava as jogadas, portanto, incoerências para com essas devem ser debitadas em sua conta. Contudo, em geral, há um pouco de culpa de todos – e isso ficou claro nas últimas partidas.
Contra Atlanta e Chicago, quando Mike McCarthy já não estava mais no comando, os resultados foram normais. Uma vitória sem sustos diante da fraca defesa dos Falcons e uma derrota para o sólido Bears. Tudo isso provavelmente aconteceria com McCarthy também. De resto, o que vimos foi o mesmo Green Bay Packers. Aaron Rodgers precisa ser mais obediente no ataque. O grupo de recebedores deve fazer um trabalho melhor. A secundária, fruto de grandes investimentos, tem que render mais.
Certamente que o sistema ofensivo dos Packers irá terminar o ano sem convencer, da mesma forma como começou. A adaptação de um treinador, neste caso o temporário Joe Philbin, requer tempo. A questão é que as várias críticas a McCarthy muitas vezes camuflava a culpa dos jogos ruins de outros nomes, como o de Aaron Rodgers, por exemplo. Vimos isso nas semanas 14 e 15. Assim sendo, a procura pelo novo treinador em Green Bay deve ser detalhadamente analisada.