Há um ano, a pauta por aqui era “Marcus Mariota ou Jameis Winston”, se me lembro bem…
Discussões a respeito do melhor quarterback da classe 2016 já existiam anteriormente, mas após a grande troca entre Rams e Titans pela primeira escolha geral, elas ganharam ainda mais ênfase.
A ida de Los Angeles para o topo das posições de escolha do Draft, aceleraram as franquias a decidirem qual plano alternativo usarão no dia 28 de abril, se será o “B”, “C”, “D”, já que o primeiríssimo de muitas delas foram abaladas com a transação. Por exemplo, os 49ers precisam de um quarterback, mas neste momento, é extremamente improvável que Carson Wentz ou Jared Goff estejam disponíveis até sua vez, algo que era mais esperado quando Tennessee tinha a 1ª escolha. Assim sendo, a pergunta que paira para a equipe californiana é se vale a pena apostar uma escolha de primeira rodada em Paxton Lynch, o qual é apontado como o terceiro melhor da classe? Ainda neste pensamento, acredito que os Broncos também já estão pensando melhor em algum atleta de linha ofensiva (ou defensiva, pode acontecer também). Várias outras equipes estão passando por isto. Mas o foco agora não é este.
A pauta aqui diz respeito a quem é melhor entre Wentz e Goff; em outras palavras, melhor dizendo, qual deles pode ser o melhor na National Football League? Consequentemente, respondendo isso, fica explícita a opinião sobre a questão de quem os Rams devem escolher como primeira opção do Draft.
Comparações como esta acontecem frequentemente na liga; o exemplo mais recente veio logo em 2015, entre Jameis Winston e Marcus Mariota; em 2012, Andrew Luck versus Robert Griffin III; e assim vai. Vale lembrar que o sucesso pós-Draft depende de inúmeras questões além de apenas “fulano I ser melhor que fulano II no College Football“. Então, se você assistiu aos jogos das universidades de North Dakota State e California, não basta dizer que achou um melhor que o outro.
LEIA MAIS: 10 destaques do calendário da NFL em 2016
Presença de pocket, adaptação aos playbooks, comportamento em situações de pressão, força, adaptação… Tudo isso (e muito mais) fica em xeque quando estamos avaliando quarterbacks de uma classe, especialmente se tratando dos dois melhores.
Mas então, se você fosse o general manager dos Rams, quem selecionaria? Qual deles merece mais futuro à nível profissional? Estas são boas, amplas e complicadas perguntas. Vamos aos fatos!
#CarsonWentz
Carson Wentz (1,93m e 98 kg) é a grande estrela da universidade de North Dakota State. Efetivou-se como titular da equipe apenas em 2014, mas desde então mostrou seu valor, mantendo o bom nível do elenco enquanto esteve por lá. Resultou múltiplas temporadas vitoriosas ao seu time, brilhou como líder, e levou North Dakota State ao quarto título nacional de sua divisão consecutivo naquela temporada. Em 2015, então, teve um ano complicado por lesão (que o custou oito jogos), mas que terminou com o mesmo resultado, quando Carson Wentz levou a universidade a mais um título, o quinto em sequência. Como falado, sua liderança (e aqui falo principalmente do controle da situações críticas dos jogos e game management) é seu principal trunfo. Em seus dois anos como titular, foram 45 touchdowns no total.
O que continua impressionando em Wentz, do meu ponto de vista, é a combinação de sua habilidade atlética, tamanho e força no braço. Simplesmente, não são coisas encontradas com tanta frequência na posição de quarterback. A força de seus passes realmente impressiona, e a habilidade em encontrar espaços para correr com a bola e sua inteligência fazem dele um prospecto especial com enorme potencial de evolução.
Seus principais problemas ficam para as leituras de passe, precisão nos lançamentos e trabalho dos pés dentro do pocket.
#JaredGoff
Jared Goff (1,93m e 98 kg) foi um achado para a universidade da Califórnia. A equipe vivia tempos ruins – um dos piores de sua história – e viu em Goff um dos nomes mais promissores. Assim sendo, nos dois últimos anos universitários de Jared Goff, ele liderou “Cal.” a um Bowl (algo que não acontecia desde 2011) e conseguiu vencer tal jogo (quebrando uma seca que vinha desde 2008). Como titular, foi realmente bem, e teve enorme consistência dentro de campo: em três anos, atuou em todos os jogos, e passou para 96 touchdowns e 12.195 jardas.
Pelo fato de não ter tido um ótimo elenco ao seu redor, sofreu com linhas ofensivas ruins, fato que evoluiu bastante sua capacidade em completar passes sob pressão. Ele é um exímio passador da era recente da NFL: não exita em ir para o passe em momento algum, arrisca bons passes, e sabe colocar a bola no lugar ideal para os recebedores fazerem a recepção. Tem boa mecânica, demonstrou bons sinais quando lançando em movimento também e evoluiu muito quanto à presença no pocket (que tanto o atrapalhou há dois anos).
Suas principais incertezas vão para o braço (questionado principalmente pela força) e leituras de passe.
“Com a primeira escolha do Draft 2016, o LA Rams deve escolher…”
Estamos falando dos dois principais nomes na posição de quarterback deste ano, os quais são apontados como possíveis “franquise guys”, o que implica uma discussão detalhada; essa que, diga-se de passagem, fica ainda mais complexa, quando temos jogadores tão parecidos como neste caso.
LEIA MAIS: Com certeza, alguns times gostaram da troca entre Rams e Titans
Como visto, ambos, especialmente Wentz, não vieram de universidades tão conhecidas na NCAA; em outras palavras, a avaliação para ambos os atletas, em termos de dificuldade dos jogos e comportamento diante de grandes defesas, pode ficar rasa. No Pro Day, ambos foram bem e tiveram performances sólidas. No Combine, por outro lado, não se destacaram tanto assim.
Neste momento, tudo indica que Jared Goff é alguém mais preparado a curto prazo, para “chegar e vencer” na liga. Contudo, a ideologia da NFL na atualidade pode influenciar aqui, deixando Carson Wentz em desvantagem, o que não é justo, visto que até agora ele parece ser aquele com mais talento para mostrar futuramente entre os dois. Deste modo, vale ressaltar que ambos têm futuro, cada qual com sua metodologia, digamos assim.
Não será uma decisão fácil para os Rams, nunca é quando se trata da primeira rodada de um Draft. Em 2016, especificamente, isso pode ser ainda mais complicado, uma vez que a franquia precisa tanto de um bom quarterback, mas ambos os prospectos são tão similares (em termos positivos e negativos). E aqui chegamos a um ponto que passa pelas necessidades exatas de cada time para seu atleta under center, indo além da “simples” comparação.
O que nos resta agora é aguardar e futuramente avaliar como Goff e Wentz estarão na liga. Boa sorte aos Rams (e aos futuros times também), para esta difícil tarefa de escolher um quarterback no Draft da NFL.
Por Caio Miari
Siga-me no Twitter @CaioMiari