Eu sou o único que considera que o Cleveland Browns não fez o melhor possível em nenhuma das principais escolhas que a franquia teve no Draft 2018?
Esta foi a primeira vez na história que o Cleveland Browns teve duas escolhas entre as dez primeiras de um Draft. Mais que isso: a franquia teve ambas as escolhas no Top 4 da classe 2018. Os Browns também sabiam o que Giants e Jets, os dois times que recrutaram entre as picks nº 1 e 4, iriam fazer. Em outras palavras, era a chance de Cleveland de adquirir o principal nome da posição mais importante do futebol americano e o melhor defensor do recrutamento. E o mesmo pode ser dito para a equipe na segunda rodada. Nada disso foi feito. A verdade é que nenhuma das principais escolhas (1ª e 2ª rodada) tomadas pelos Browns no Draft 2018 me convenceu – e olha que o time teve quatro das primeiras 35 escolhas.
Meu problema não é com Baker Mayfield. Meu problema é em como o Cleveland Browns avalia os prospectos e, mesmo sabendo de tudo que está a sua volta, toma suas decisões. Mayfield é um quarterback sólido e, a menos que eu esteja enganado, ele terá uma carreira interessante e de certa forma próspera na NFL. Sua precisão é acima da média, a mobilidade necessária ele tem, e em Oklahoma mostrou que sabe improvisar as jogadas e liderar um ataque. Mayfield tem muito pouco a ver com Johnny Manziel, como muitos disseram. Mas, ao mesmo tempo, não é quase nada parecido a Drew Brees, Russell Wilson ou algum outro QB de baixa estatura.
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Denzel Ward é o melhor cornerback da classe de 2018 e os Browns precisam de melhores CBs, porém, não me lembro de ter visto alguma lista na qual Ward era o melhor defensor geral deste Draft – a única foi a feita por John Dorsey. A defesa do Cleveland Browns tem necessidades em todos setores. Portanto, na quarta escolha geral, por que não escolher o melhor nome disponível? Ward não era nem o principal defensive back do draft.
Com a aposentadoria de Joe Thomas, a linha ofensiva da franquia de Ohio passou a precisar de reforços na função mais importante. Ao que tudo indica, foi isso que impulsionou ainda mais a escolha de Austin Corbett na 33ª posição geral. Os Browns gostam de bloqueadores de Nevada e em especial de recrutá-los no começo da segunda rodada. Num primeiro momento, a ideia de Cleveland é fazer de Corbett um “novo Joel Bitonio” e, futuramente, quem sabe um substituto para Thomas como left tackle.
Por fim, é preciso reconhecer o talento e instinto de Nick Chubb correndo com a bola – esses são fatores indiscutíveis. Contudo, Chubb tem um passado marcado com lesão e desconfia-se que possa não haver muito espaço para evolução na NFL, já que o melhor ano do running back no college football foi em 2014.
Não era o momento certo para o mais arriscado
Baker Mayfield sobre Sam Darnold, Josh Rosen e até mesmo Josh Allen. Denzel Ward sobre Bradley Chubb e Minkah Fitzpatrick. Austin Corbett ao invés de Will Hernandez e principalmente Connor Williams é o mais aceitável entre as escolhas mas não estava nas simulações dos principais analistas. E Nick Chubb na 35ª posição geral, a frente de Derrius Guice, Ronald Jones, Kerryon Johnson, não era o aconselhável, digamos assim… Considerando essas escolhas, com enfoque para as de primeira rodada, você tem certeza que os Browns fizeram um Draft 2018 tão bom assim?
O Cleveland Browns teve a chance de escolher o melhor quarterback, melhor defensor (e talvez jogador) do Draft, e dois dos três melhores nomes disponíveis no segundo dia do evento, e não conseguiu. Teoricamente falando, os Browns recrutaram bons jogadores com carreiras promissoras, porém que não condizem com as posições que foram chamados. Em todos esses casos, como visto, haviam melhores opções disponíveis no papel. Cleveland pode não ter tomado decisões erradas já que, quando estamos tratando de Draft, tudo pode acontecer. Contudo, de fato, a equipe apostou no mais arriscado de cada posição. E arriscado é uma palavra que não deveria ter vez em um time que não sabe o que é vencer um jogo desde dezembro de 2016.
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