Mais de um mês se passou desde que o Comitê do college football definiu o último ranking da competição e, portanto, estabeleceu as equipes que disputariam os playoffs do futebol americano universitário em 2017. Como de costume, na última (e decisiva) rodada da NCAA, nenhuma universidade estava garantida no Top 4, porém basicamente todas elas sabiam o que precisavam para chegar lá. Clemson precisava apenas vencer Miami, assim como Georgia não podia perder para Auburn e Oaklahoma dependia de um triunfo sobre TCU. Não havia nenhum segredo. Em caso de alguma surpresa, é claro, novas discussões iriam surgir. Contudo, para essas três colocações, aconteceu o mais provável – e duvido que alguém tenha algo contra a presença dos Tigers, Sooners e Bulldogs nas primeiras posições dos playoffs. Para a última vaga, todavia, o mesmo não pôde ser dito.
Como o #4 do país, considerando os campeões de conferência citados, as opiniões ficaram divididas principalmente entre Ohio State e Alabama. Negativamente falando, ambas as universidades foram derrotadas ao longo do campeonato – os Buckeyes foram amassados pelos Sooners (31-16) e pelos Jayhawks (55-24) e os Crimson Tide foram derrotados pelos Tigers de Auburn na última rodada (26-14).
Do lado de Ohio State, estava o fato de a equipe ter vencido a Big Ten (derrotando o até então invicto (!) Wisconsin na decisão de conferência). Do lado de Alabama, o Comitê tinha que fazer o “teste de olho” pelo que o time apresentou durante toda a temporada. A derrota para Auburn na rodada derradeira tirou os Crimson Tide da final da SEC; se não fosse por isso, eles teriam terminado como melhor ranqueado do país, estou certo disso.
O ranking final do Comitê do college football foi revelado e Nick Saban e companhia estavam dentro, contrariando aquilo que muitos fãs da NCAA acreditavam até 2017. Primeiramente, por que uma equipe com uma derrota que não venceu a conferência ficou dentro e outra, que tinha dois reveses porém com a conquista de conferência em mãos, estava fora? Essa equipe escolhida, aliás, foi da SEC e se juntou a Georgia para concretizar a primeira vez desde que os playoffs do futebol americano universitário foram criados que duas universidades de uma mesma conferência terminam no Top 4. Onde estava Ohio State? Wisconsin – uma derrota e uma final de conferência disputada – não foi melhor também? Acredite ou não, mas havia pessoas argumentando que Aurburn, finalista da SEC e com três (!) derrotas na temporada, merecesse mais que Alabama estar nos playoffs.
Ficou claro que o Comitê – talvez pela primeira vez concreta desde que surgiu – iria priorizar aquilo que fora visto dentro das quatro linhas, única e exclusivamente – e os Buckeyes não foram melhores que os Crimson Tide.
Então, os playoffs chegaram, Alabama mostrou mais uma vez porquê é o melhor programa de futebol americano da NCAA na atualidade, derrotou dois fortes oponentes e, pela segunda vez em três anos, foi campeã nacional. Definitivamente, o Comitê estava certo ao colocar os Crimson Tide (e consequentemente duas universidades de SEC) dentro da lista.
Nas semifinais do college football desta temporada, Alabama enfrentou a melhor ranqueada Clemson, e Georgia teve Oaklahoma pela frente no Rose Bowl. As duas equipes piores ranqueadas nos confrontos saíram vitoriosas. Os atuais campeões Tigers mereciam estar em primeiro no ranking pelo nível de futebol americano e conquistas gerais na temporada. Mas não foram páreos para os Crimson Tide. Já os Sooners, deixaram claro que tiveram o melhor ataque da temporada, porém pecaram em termos defensivos. Os Bulldogs sabem bem disso. Uma vez com as semifinais concluídas, deveria ter ficado claro para todos que Alabama foi melhor do que Clemson e Georgia melhor que Oklahoma. Essas foram as duas melhores (e mais equilibradas principalmente) equipes da temporada 2017 do college football, aliás.
Os Crimson Tide, do primeiro ao último dia da temporada, tiveram o melhor futebol americano do college football. O time foi derrotado uma vez, é verdade, e o fato de esse revés ter acontecido na última semana do campeonato fez com que Nick Saban não tivesse a chance de vencer a SEC. Se a derrota de Alabama para Auburn tivesse acontecido no meio do ano, não tenho dúvida que a universidade teria vencido sua conferência pela 4ª vez consecutiva e terminaria o ano com o título nacional, como aconteceu.
Além disso, se o que foi explicado no parágrafo anterior acontecesse, ainda assim Ohio State deveria ficar fora dos playoffs – o time simplesmente não teve tantas vitórias convincentes (acabou sendo vítima do instável ano da Big Ten neste caso) e futebol americano apresentado suficiente para isso. Ao invés de Alabama, a escolhida seria Georgia, um dos elencos mais equilibrados durante toda a temporada. É fato que se a discussão para o nº4 do país fosse com os Bulldogs, haveria ainda mais discussões, assim como foi com os Crimson Tide. Contudo, não se esqueça que Alabama e Georgia foram as finalistas do college football e fizeram um confronto digno dos dois melhores times do país no ano. Ponto final. O Comitê estava certo ao colocar as duas equipes da SEC – e ele deve ter isso em mente para as próximas temporadas.
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