Neste fim de semana, a NFL recebeu a notícia que DeMarco Murray, um dos principais running backs da liga nos últimos anos, decidiu se aposentar após sete temporadas no futebol americano profissional. Murray, que defendeu o Tennessee Titans em 2017, pendura as chuteiras com três Pro Bowls, uma indicação ao All Pro Team principal e um prêmio de Jogador Ofensivo do Ano no currículo, aos 30 anos de idade.
É inegável que DeMarco Murray tenha decidido pendurar as chuteiras “antes da hora”. Estamos falando de um jogador que, mesmo atuando na posição de RB, terá 30 anos e apenas em sua oitava temporada na NFL em 2018. Evidentemente, Murray conseguiria chamar a atenção de alguma outra franquia, talvez até como titular, dependendo da conjuntura do elenco em questão.
Todavia, o ponto central deste texto não é especular se Murray ainda tem (ou não) gasolina no tanque; a questão aqui é como o camisa #29, em um intervalo de quatro anos, deixou de ser o melhor running back da temporada para acabar cortado pelos Titans e, em consequência disso, aposentar-se.
Uma das melhores temporadas da história dos Cowboys
Não é um exagero afirmar que a temporada protagonizada por DeMarco Murray em 2014 com a camisa do Dallas Cowboys foi uma das melhores por um running back na história da franquia. Com 392 corridas, 1.845 jardas e 13 touchdowns, Murray quebrou o recorde da equipe de jardas corridas em um ano, além das jardas de scrimmage, também a melhor marca naquele campeonato, com 2.261.
Ademais, é preciso ressaltar que a passagem de Murray pelos Cowboys em geral colocou seu nome na história do time, afinal, ele foi o primeiro corredor de Dallas a obter pelo menos 1.000 jardas terrestres desde 2006, quando fez isso em 2013. O recorde de jardas em uma partida do Dallas Cowboys, 253, também pertence a ele, assim como o fato de ter sido o único da história da equipe a marcar três touchdowns em um jogo de Thanksgiving.
A ingrata função de running back
Todavia, ao mesmo tempo que 2014 foi o grande ano da carreira de DeMarco Murray, marcou também a temporada derradeira do contrato do jogador, que deveria renovar o vínculo com os Cowboys para não se tornar free agent. Verdade seja dita, poucas pessoas esperavam que Dallas não iria oferecer um ótimo contrato a Murray, afinal, é importante bater nesta tecla novamente, ele havia liderado a NFL em jardas e TDs naquele campeonato. Mas essas poucas pessoas, de um modo geral, não faziam parte do staff do Dallas Cowboys, visto que a franquia optou por “deixar de lado” todas essas façanhas e focar no futuro do atleta no futebol americano profissional. Lembre-se, as franquias da NFL visam o lucro, a curto e longo prazo!
DeMarco Murray foi o melhor running back da liga em 2014, porém ele conseguiu isso tendo corrido com a bola 392 vezes, além de recebido 57 lançamentos, o jogador que mais pegou na bola durante aquele campeonato. Em outras palavras, os Cowboys tinham o argumento de que a vida útil de Murray no backfield do time poderia não ser tão grande, uma vez que os corredores estão sempre sujeitos à lesões, ainda mais quando se participa tanto dos confrontos.
É preciso ressaltar que Dallas fez ofertas oficiais a DeMarco Murray. Ambas tinha duração de quatro anos, no entanto, a primeira delas estava na casa dos US$ 16 milhões e a segunda oferecia US$ 24 milhões, sendo metade desse valor garantido. As duas foram ofertas interessantes… para running backs que não acabaram de totalizar 2.000 jardas de scrimmage em uma temporada. Murray queria mais, afinal, vivia seu auge e precisava pensar no incerto e ingrato futuro da posição de running back.
Depois disso, vieram Philadelphia e Tennessee
Em meio aos impasses de renovação contratual entre DeMarco Murray e Dallas Cowboys, o Philadelphia Eagles se viu sem um running back de elite, em virtude da troca que a franquia fez mandando LeSean McCoy para Buffalo; e não deu outra: Philly ofereceu mais que seus arqui-rivais, cinco anos e US$ 42 milhões (US$ 21 milhões garantidos), e contrataram Murray, fazendo dele o primeiro líder de jardas terrestres a mudar de time na temporada seguinte desde 1947.
O rendimento de Murray com a camisa dos Eagles, contudo, não foi como esperado. Além do fato de o time não ter um running back titular realmente definido durante o campeonato, quando acionado, o camisa #29 não conseguiu brilhar, totalizando apenas 3,6 jardas por tentativa. Essa oscilação, combinada à mais uma campanha instável de Philadelphia, forçou um processo de reformulação na equipe, o qual demitiu os principais técnicos e precisava de um teto salarial maior; ou seja, Murray iria sair.
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Naquele momento, então, poucas franquias precisavam tanto de um runninng back quanto o Tennessee Titans, especialmente para auxiliar o jovem Marcus Mariota. Desta maneira, a equipe aceitou uma troca pelo corredor e, ao mesmo tempo, recrutou no Draft 2016 Derrick Henry, um dos principais RBs da classe. A temporada inaugural de DeMarco Murray em Tennessee foi muito boa, com o jogador voltando a ultrapassar as 1.200 jardas e totalizando nove touchdowns.
Em contrapartida, 2017 não foi tão bom assim. No ano passado, em 15 partidas como titular, Murray totalizou somente 659 jardas, tendo visto Henry aparecer bem nas oportunidades que teve, obtendo até mais jardas que o camisa #29 em menos tentativas. Além disso, DeMarco Murray se lesionou na semana 15, perdendo a última rodada e os playoffs pelos Titans. Isto posto, os Titans chegaram nesta offseason com Murray custando mais de US$ 6 milhões ao time, vindo de uma temporada abaixo da média, aos 30 anos de idade e com um concorrente na posição em plena ascensão. O resultado disso você já deve imaginar: ele foi cortado.
O que poucos esperavam, no entanto, é que DeMarco Murray fosse pendurar as chuteiras após o terceiro time diferente em um período de quatro temporadas. A grande coincidência é que foi tratado justamente de aposentadorias precoces no Shotgun na semana passada. Essa lista acaba de ganhar mais um nome. No auge, Murray foi um dos melhores que passaram pela NFL nos últimos anos. Pena que esse auge – e sua carreira como um todo – foi curta demais.
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