Pela terceira vez na era Bill Belichick-Tom Brady – e quinta na história da franquia, o New England Patriots foi derrotado em um Super Bowl. Aquilo que havia acontecido em 1985 para os Bears, em 1996 para os Packers, em 2007 e 2011 para os Giants, acabou acontecendo agora para o Philadelphia Eagles. Diga-se de passagem, se analisarmos friamente, o revés no Super Bowl LII para Philly foi talvez um dos menos “sentidos” para os Pats, em tese. Nas duas primeiras derrotas, o time ainda não havia vencido, então o sentimento de quebrar a escrita pairava (algo como aconteceu com os Eagles agora). Já na primeira partida contra New York, New England saiu derrotado apesar de ter entrado em campo favorito por 12 pontos. No segundo SB entre os times, de certa forma, ficou o sentimento de “P!#@, perdemos mais uma vez para Eli Manning”.
No último domingo, o New England Patriots teve uma das melhores atuações ofensivas da história do futebol americano. Tanto é que a equipe acabou derrotada apesar de ter totalizado mais 600 (!) jardas ofensivas e sofrido só um turnover (praticamente no Two Minute Warning). Ao mesmo tempo, isso mostra qual setor do elenco precisa demais reforços, aliás.
Depois de uma temporada tão desgastante, chegar ao Super Bowl e ser derrotado não é fácil. Passa um filme na cabeça de todos os jogadores envolvidos. Se existe um desejo de sair, ele fica ainda maior, por exemplo. Mas a diretoria dos Patriots parece sempre saber o que está fazendo e, considerando que as principais peças do elenco não vão a lugar algum (não, Brady e Belichick não estão se aposentando em 2018), a próxima temporada deve ser mais uma vez sólida para o time. Resta saber exatamente o que estará ao lado desses dois protagonistas.
Aposentadorias?
O principal assunto nas entrevistas coletivas dos profissionais do New England Patriots após o Super Bowl LII abordava a questão das aposentadorias. Claro, Tom Brady, Bill Belichick e Rob Gronkowski foram os alvos dos questionamentos. Afinal, são os três jogadores mais importantes da franquia na atualidade e, por uma série de fatos que vieram à tona nos últimos dois meses aproximadamente, era algo que se tornara possível. Além disso, no caso de Brady, é preciso lembrar que ele completará 41 anos antes do próximo campeonato. Gronk, por sua vez, tem sofrido com lesões nas últimas temporadas. Mas a verdade é que não vejo nenhum deles pendurando as chuteiras neste ano.
Brady foi o mais otimista e direto em sua resposta após o Grande Jogo: “Não vejo porquê eu não voltaria”, foi uma de suas frases. E ela faz todo sentido: o camisa #12 acabou de chegar em seu 8º Super Bowl, foi o MVP da temporada regular, disputou todas as partidas possíveis e ainda liderou a liga em diversas estatísticas entre os QBs. Certamente que não é comum vermos quarterbacks sendo titular depois dos 40 anos. Contudo, a impressão que fica é que Brady melhora a cada ano que passa.
O treinador Bill Belichick evitou falar de aposentadoria e optou por responder apenas perguntas relacionadas ao jogo. De qualquer forma, quando Robert Kraft conseguiu “segurar” Josh McDaniels, várias fontes afirmaram que ele permaneceria em New England como coordenador, ao lado de Belichick. Por que um dos maiores técnicos de todos os tempos iria sair, ainda mais agora que a defesa dos Pats tanto precisa dele depois de perder Matt Patricia?
Por fim, temos Rob Gronkowski. Enquanto em termos de chance/porcentagem de permanecer na NFL Brady aparece com algo em torno de 95% e Belichick, de um modo geral, 75% (sendo pessimista em ambos os casos), podemos dizer que Gronk está 50-50. O tight end deixou claro que precisa de um tempo para refletir e tomar sua decisão. Se decidir parar, certamente é porque o camisa #87 sofreu com lesões ultimamente (ele não disputa uma temporada completa desde 2011). Entretanto, ele vem buscando uma renovação contratual, e tudo isso pode ser uma estratégia para garantir mais alguns milhões de dólares. Gronk vem de um de seus anos profissionais mais produtivos e tem só 28 anos. Ele estará de volta!
A free agency pode ser algo preocupante
Enquanto os principais nomes do New England Patriots deverão estar de volta para a temporada 2018, outros, que também são de suma importância para o elenco, podem ter que deixar o time. Este é o caso dos free agents Malcolm Butler, Danny Amendola, Dion Lewis, Rex Burkhead, Nate Solder, Cameron Fleming, LaArian Waddle, Jonathan Bademosi, Rick Jean Francois, James Harrison, Matthew Slater e Nate Abner.
Após o SB LII, ficou claro que Malcolm Butler defenderá outra franquia em 2018. Além da sua qualidade, os Patriots adiaram por estender seu contrato ao término da temporada 2016, quando ele jogou muito bem. Agora, depois de não ter atuado no Super Bowl, ele certamente estará no mercado. Ainda na defesa, a qual terá a volta de Dont´a Hightower, nenhum dos possíveis free agents dos Patriots deverá fazer muita falta, até porque basicamente nenhum deles ocupa a rotação titular do time. New England precisa de reforços de peso para seu sistema defensivo.
Do outro lado da bola, é difícil imaginar que Dion Lewis e Rex Burkhead parmaneçam. Por questões contratuais, deverá ser um ou outro – e eu não ficaria surpreso se Lewis saísse. Pela produção que o camisa #33 teve recentemente, seu preço pode ter saído daquilo que os Pats estavam esperando e, com tantas outras renovações pela frente, pode ter custado caro. Literalmente. Isso acontecendo, Burkhead formaria dupla com James White.
No mais, as duas outra preocupações vão para Danny Amendola e Nate Solder. Mesmo com um grupo de recebedores sólido – e que terá Julian Edelman de volta – Amendola tem chances reais de renovar. Ele vem aceitando redução salarial para ajudar a franquia e foi o nome mais importante da última pós-temporada para os Patriots. Solder, por sua vez, foi um dos bloqueadores mais sólidos da linha ofensiva de New England. É de suma relevância para o elenco.
BÔNUS: O que New England deve priorizar no Draft?
O Super Bowl LII deixou claro as principais necessidades deste New England Patriots. Enquanto os RBs do time se ajeitam sob o comando de Brady e Belichick, o grupo de recebedores continua bem (e ficará ainda melhor quando Edelman voltar) e a linha ofensiva, quando precisa, faz muito bem o seu trabalho. Pensando no Draft, para o ataque, os Patriots deveriam aproveitar uma das escolhas de 2ª rodada que tem e buscar um QB. Brady completará 41 anos em 2018 e Brian Hoyer não é um quarterback para o futuro.
Como citado anteriormente, os Pats foram brilhantes ofensivamente contra os Eagles e mesmo assim saíram derrotados. Nick Foles teve mais de 370 jardas aéreas (maior marca da temporada), não foi sackado nenhuma vez e seu único turnover nem deveria ter acontecido. New England precisa de mais talento em sua defesa. Sem Hightower (e agora Butler), nenhum nome deste sistema defensivo parece ter capacidade de decidir um jogo. Certamente que Derek Rivers também estará de volta para o pass rush, contudo, ainda é preciso mais jogadores ótimos, tanto para o front seven quanto para a secundária.
New England já é novamente favorito para a próxima temporada
O New England Patriots entrou em campo contra Philly como favorito, e terminou a noite também como favorito. Afinal, nas primeiras relações das casas de apostas, os Patriots já são apontados como favoritos para o Super Bowl LIII. Alguma surpresa?
Sempre que Tom Brady e Bill Belichick estiverem juntos, isso irá acontecer. Levando em conta que o melhor wide receiver e o melhor defensor do elenco também retornarão de lesão, e que Gronkowski esteve de volta, é claro, nada mais justo do que colocar New England neste patamar novamente. Todavia, para corresponder à essas expectativas iniciais, os Pats terão que quebrar um próprio jejum: o time nunca chegou ao Super Bowl um ano depois de ter sido derrotado na grande decisão do futebol americano.
O que devemos esperar do New England Patriots daqui pra frente? Mande para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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