Justas ou não, as temporadas do college football chamam a atenção pela subjetividade. Afinal, não se pode concretizar o que o Comitê pensará ao término do campeonato. Sabe-se que ele colocará as quatro melhores equipes nos playoffs, não necessariamente as quatro melhores ou mais impressionantes campanhas. Desta maneira, cada rodada é uma nova oportunidade para as universidades brilharem perante aos olhos dos especialistas.
No universitário, duas rodadas já se passaram e, como de costume, surpresas aconteceram. Com isso em mente, reconhecendo que ainda estamos na reta inicial da competição, é hora de destacar o que de melhor aconteceu nas conferências do Power Five até agora. Além disso, saiba também sobre a corrida pelo Heisman, o fato mais deslumbrante e como estariam os playoffs se a temporada terminasse agora!
SEC
Em termos de como os times têm jogado até aqui, a SEC continua sendo a melhor conferência do college football. Além disso, ela segue dominada por uma equipe: Alabama. Os Crimson Tide não enfrentaram ótimos adversários é verdade, porém derrotaram Louisville e Arkansas State por um placar combinado de 108-21. Os atuais campeões, que ainda variam entre Tua Tagovailoa e Jalen Hurts under center, têm feito o dever de casa impecavelmente.
Georgia aparenta ser o maior desafio para Alabama. Os Bulldogs têm visto bons jogos de Jake Fromm e, apesar das perdas, mantiveram a defesa e o ataque corrido competitivos. A SEC Leste aparenta estar aberta para Georgia, que pode sonhar com os playoffs mesmo não conquistando a conferência – basta chegar invicto até a decisão.
No segundo plano, aparecem Auburn e LSU – e a semana 3 será decisiva para ambas. Louisiana State University vem de uma vitória pouco convincente contra Southeastern Louisiana depois de um relevante triunfo diante de Miami. Auburn, por sua vez, começou o ano como um dos times mais quentes do college football. Primeiro, uma vitória contra o ranqueado Washington. Na semana passada, 430 jardas corridas frente à Alabama State. Invictas ambas precisam ter uma “margem de erro” para enfrentar Alabama e Georgia futuramente. Essa margem, entretanto, ficará menor para um dos lados agora: Auburn e LSU se enfrentam na semana 3.
No pelotão abaixo aparecem duas universidades que têm feito interessantes apresentações até o momento. Mississippi State foi capaz de derrotar seus oponentes por um placar total de 94-16. Texas A&M triunfou bem na semana 1 e foi derrotada pela #2 Clemson por 28-26. Uma “derrota positiva”, digamos assim. Ambos os times se preparam para desafios interessantes nos próximos meses.
Big Ten
A temporada não começou como esperado para algumas equipes da Big Ten. Michigan foi derrotada por Notre Dame na estreia do campeonato e Michigan State acabou de perder para Arizona State após uma semana 1 pouco convincente. Isso implica que Wolverines e Spartans precisarão vencer os grandes jogos de qualquer maneira para sonhar com algo relevante em 2018. Ademais, saiba que Penn State segue firme após bater Appalachian State e Pittsburgh sem maiores dificuldades.
Com isso em mente, então, o lado leste da conferência segue com Ohio State como franco favorito. Na segunda partida sem Urban Meyer, os Buckeyes não tiveram dificuldades, contudo, os oponentes foram Oregon State e Rutgers. Ohio State tem se mostrado um time de playoffs até agora no college football e poderá provar isso diante de #16 TCU no fim de semana.
Por fim, tenha em mente que Maryland vem sendo uma grata surpresa na Big Ten. Os Terrapins, que desbancaram #23 Texas na estreia da temporada, continuam invictos após a vitória diante de Bowling Green.
Big 12
Assim como na SEC, Big Ten e (como destacado adiante) ACC, a Big 12 tem um melhor time definido: Oklahoma precisou de pouco tempo para provar que continua no topo da conferência. Os Sooners, liderados por Kyle Murray, aparentemente estão competitivos. Mas qual será o impacto da lesão de Rodney Anderson? O running back está fora pelo restante do ano. A partir de agora, portanto, a questão para Oklahoma será continuar impressionando a cada rodada para brigar pelos playoffs. Ainda mais por estar em um conferência menos desafiadora do que SEC e Big Ten.
Consideravelmente abaixo de Oklahoma no que diz respeito às considerações para playoffs, aparece West Virginia. Os Mountaineers têm 92 pontos marcados e 31 sofridos após encontros contra Tennessee e Youngstown State. Will Grier segue produzindo bem e a defesa, a qual sofreu lesões e perdas relevantes, tem se mostrado sólida. West Virgnia não é a nº 14 do college football por acaso.
No mais, TCU e Oklahoma State também fizeram campanhas dentro das expectativas até aqui. Os Horned Frogs têm um complicado confronto frente à Ohio State. Será um embate interessante para ver a real competitividade do time. Já os Cowboys, preparam-se para o primeiro duelo contra uma equipe ranqueada. Depois de ultrapassarem os 50 pontos nas duas rodadas iniciais, #17 Boise State é o próximo desafio.
Pac-12
A Pac-12 não teve uma equipe sobressaindo exageradamente como as outras conferências, contudo, tem uma briga interessante no que tange qual é o melhor time do grupo. De um lado, aparece Washington, que foi derrotado por Auburn, porém ainda se mostra em posição de fechar o ano invicto e brigar pelos playoffs do college football. Do outro, está Stanford, que enfim viu Bryce Love brilhar e parece ser o maior desafio para os Huskies. Além do fator Love no ataque, esteja atento à defesa dos Cardinal: foram só 13 pontos cedidos até agora.
Adicionalmente, vale destacar o poderio ofensivo de Oregon, visto que os Ducks estão com média de 60 tentos por partida. Bem como as surpreendentes campanhas de Arizona State e Colorado, que vêm de vitórias diante de #15 Michigan State e Nebraska, respectivamente. Por outro lado, USC e UCLA, universidades que perderam Sam Darnold e Josh Rosen no último draft (nesta ordem), ainda não engrenaram.
ACC
Neste momento, nenhum time da ACC está nem próximo de Clemson. Ainda com uma secundária instável, os Tigers vêm de uma vitória fora de casa contra Texas A&M. E que triunfo importante foi esse. Existe a (grande) possibilidade que Clemson termine o campeonato sem enfrentar nenhum oponente ranqueado. Em outras palavras, isso implica que a campanha da equipe seja impecável para que o Comitê continue impressionado e dê a vaga à ela.
A “vida tranquila” de Clemson dentro da conferência se dá, em partes, porque o maior rival da escola neste ano – Miami – estreou com uma péssima derrota (33-17 vs. LSU). Os Hurricanes até tiveram uma boa resposta no 77-0 contra Savannah State. Mas estamos falando de Savannah State, ou seja, qualquer empolgação ainda é precipitada. Miami está ranqueada como 21ª neste momento. Se a escola engrenar uma boa sequência de vitórias e for capaz de desbancar Virginia Tech em novembro, um confronto de “vida ou morte” contra Clemson na final de conferência pode salvar o ano dos Canes. Contudo, ainda é cedo demais para pensar assim.
Corrida pelo Troféu Heisman
Ainda é cedo para prever o Top 5 inteiro, mas as três primeiras posições parecem as mais certas até aqui. Ou pelo menos deveriam.
1) Will Grier, QB, West Virginia
2) Jonathan Taylor, RB, Wisconsin
3) Ed Oliver, DT, Houston
4) Tua Tagovailoa, QB, Alabama
5) Kyler Murray, QB, Oklahoma
Já leu nosso guia geral sobre o college football em 2018?
Melhor fato do college football após duas semanas
Na semana 2, Kentucky derrotou Florida após 32 anos, ou 11.620 dias, para ser mais exato. Os Wildcats não venciam os Gators desde 1986.
Se os playoffs começassem hoje…
1) Alabama
2) Clemson
3) Georgia
4) Ohio State
— (ficariam fora por pouco)
5) Wisconsin
6) Oklahoma
Alabama é o atual campeão e o melhor time da conferência mais competitiva do college football. Clemson vem de três títulos seguidos na ACC, três idas aos playoffs e foi campeã nacional em 2016, com campanha 40-4 desde 2015. Georgia foi finalista na temporada passada e é a segunda força da SEC. Ohio State, até que Wisconsin prove o contrário, é a equipe mais preparada da Big Ten.
Sem grandes discussões para o Comitê, mas até quando?