Não é novidade para ninguém que a NFL é uma liga que depende de quarterbacks. Como analisado em outros momentos por aqui, houveram épocas em que as defesas predominavam, em outras era o jogo corrido o ponto mais importante, depois os passes curtos (porém produtivos – o famoso West Coast Offense aperfeiçoado Bill Walsh), a era dourada dos QBs… Enfim, sabemos que quem está under center tem a maior relevância entre posições de todos os outros esportes.
Justamente por isso, ano após ano, vemos várias trocas, contratações e especulações em torno de quarterbacks. Afinal, o sonho de toda franquia é ter um quarterback confiável e para o futuro, no qual ela pode ter como base para construir um elenco realmente competitivo. Sim, defesas ganham campeonatos, mas essas precisam estar apoiadas pelo menos por um QB.
Foi em um desses períodos “malucos” de procura por quarterbacks titulares que Case Keenum e Nick Foles se encontraram, na época ainda no St. Louis Rams, comandados pelo irreverente Jeff Fisher. É isso mesmo, Keenum e Foles já foram companheiros de time, rivais de posição e acabou que nenhum deles deu realmente certo. Cada um deles, então, seguiu um destino diferente, mais uma vez não emplacaram e uma “ironia do destino” quis com que ambos se reencontrassem na final da NFC de 2017, desta vez como adversários. Ironia do destino essa que, aliás, contou com algumas trocas, contratações e, como de costume, lesões.
Tudo começou na desesperada procura do Philadelphia Eagles por um quarterback da franquia. Desde Donovan McNabb, a franquia não teve um exímio líder na posição até 2016. Tudo isso fez com que todos os olhares em Philly se voltassem para Nick Foles em 2013, quando o quarterback venceu oito dos dez jogos que começou, tendo lançado 27 TDs e apenas 2 INTs na ocasião. Na época, Foles só teve a chance de ser o titular porque Michael Vick sofreu uma lesão.
O problema foi que nos playoffs daquela temporada Foles não conseguiu repetir as ótimas atuações e Philly acabou eliminada. Esse mesmo insucesso, atenuado por algumas lesões, repetiu-se em 2014, sendo mais uma enorme decepção para os Eagles. O time precisava de um quarterback realmente competitivo. Paralelamente a isso, Sam Bradford também não enchia os olhos pelo St. Louis Rams, que já tinha Case Keenum como um de seus backups, mas não acreditava no jovem QB. Philadelphia, então, conseguiu uma troca que mandou Nick Foles para St. Louis e adquiriu Bradford, que fora a 1ª escolha geral de 2010.
Apesar das novas franquias, nem Foles e nem Bradford corresponderam às expectativas, fazendo com que os times continuassem à procura de um quarterback titular. A tentativa de solução tomada por Rams e Eagles foi basicamente a mesma: era a hora para buscar um nome de peso no Draft. Em 2015, enquanto Foles perdeu a titularidade para Case Keenum (que também não encantou nas oportunidades que teve), Bradford dividiu a posição com Mark Sanchez em alguns momentos. Para ambos, foi um ano de planejamento. Planejamento esse que começou a ser concretizado quando St. Louis e Philadelphia se envolveram em duas das maiores trocas da história da NFL para adquirirem a 1ª e 2ª escolha geral do Draft de 2016, de Tennessee e Cleveland, respectivamente.
Desta maneira, os Rams adquiriram Jared Goff, e os Eagles selecionaram Carson Wentz. Como era esperado, apesar de isso não ter acontecido logo num primeiro momento, Goff se tornou o titular, deixando Keenum no banco. Foles acabou saindo naquele ano, indo para os Chiefs. Em Philly, Wentz se tornou a primeira opção desde a semana 1, fato que fez com que a equipe trocasse Sam Bradford para os Vikings, que também procuravam por um quarterback desde que Brett Favre saiu em 2010. E adivinhe só quem também chegou a Minnesota após ter assinado contrato por um ano no começo de 2017? Case Keenum, após ter sido “deixado de lado” pelos Rams. E ah, no começo deste ano, Nick Foles retornou a Philadelphia como reserva de Wentz.
Lembra que eu falei das inevitáveis lesões na NFL? Pois então: pelo Minnesota Vikings, Sam Bradford sofreu mais uma lesão, logo na semana 1 da temporada. O reserva imediato do camisa #8 foi Case Keenum (lembrando que Teddy Bridgewater naquele momento ainda não tinha condições de jogo). Os Vikings tiveram campanha 11-3 depois disso sob o comando de Keenum.
No Philadelphia Eagles, melhor time da NFL pela maioria desta temporada, Carson Wentz estava sendo para muitos o MVP de 2017. A franquia tinha o melhor futebol americano e a melhor campanha do planeta até a semana 14, quando Wentz se lesionou. A segunda era de Nick Foles nos Eagles começava ali!
Apesar desses “quarterbacks improváveis”, a verdade é que Eagles e Vikings terminaram com as duas melhores campanhas da Conferência Nacional, cada um dos times venceu um complicado adversário nesta pós-temporada e a NFC será representada no Super Bowl por algum deles.
Como citado anteriormente, em meio à trocas, decisões arriscadas, contratações despretensiosas, lesões e um reencontro, em um período de menos de três anos, a conjuntura da conferência mais forte da NFL na atualidade está drasticamente diferente.
Teremos Nick Foles vs. Case Keenum. De novo.
Quem levará a melhor no domingo, Nick Foles ou Case Keenum? Deixe sua opinião nos comentários ou nas redes sociais!
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