Sempre me prendeu a atenção saber como as pessoas começaram a gostar de “esportes especializados”, definição tanto quanto inadequada para dizer a respeito das modalidades diferentes do futebol, o esporte mais popular do Brasil. De qualquer forma, entender o contexto de como as coisas aconteceram para que as pessoas pegassem gosto e começassem a acompanhar o futebol americano, por exemplo, é algo que me intriga. Afinal, fatos como esse acontecem das formas mais inesperadas e acabam fazendo parte da rotina de cada um rapidamente.
Com isso em mente, acabei vendo como um casal de amigos ganhou interesse pelo basquete da NBA na noite da última quinta-feira (31). Mais precisamente, estava em uma roda de amigos assistindo ao primeiro jogo das finais da NBA entre Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers e, no começo do confronto, eu era o único realmente interessado no que estava acontecendo. Entretanto, em meio à conversas e perguntas esporádicas sobre o jogo, esse casal passou a olhar para a televisão com um enfoque bem maior do que “vou só ver o que está passando”. Certo interesse começou a surgir, assim como a torcida pelos Cavaliers. Ah, importante ressaltar que esse último fato só aconteceu porque eles pediram para que eu explicasse o contexto daquela partida, o favorito, melhores jogadores, “qual o time do LeBron James”, como funcionava a final em sete jogos, e outras coisas do tipo.
Disse a eles que essa é a quarta decisão consecutiva protagonizada pelos dois times, que o James esse ano não tem um elenco tão bom à sua volta mas que, em contrapartida, o grupo dos Warriors é composto por quatro dos melhores da NBA… Enfim, um guia básico e geral sobre o atual momento da equipe de Golden State e Cleveland. De imediato, veio a frase: “Vou torcer pro pior!”. O jogo foi se passando, a partida foi ficando cada vez mais emocionante e, no fim das contas, os times terminaram empatados, com o embate indo para a prorrogação. Todos ficaram decepcionados com J. R. Smith, reconheceram a falta de apoio a LeBron, o quanto Stephen Curry e Klay Thompson (e o time dos Warriors em geral) são bons e, mais importante, como basquete é espetacular!
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Com o jogo já terminado, na hora de ir embora, o casal de amigos disso: “Vamos começar a ver basquete agora! Quando é o segundo jogo da Final?” Naturalmente, como um fã do esporte também, achei isso muito bom e ao mesmo tempo tive a ideia de fazer esse texto, com o assunto principal sendo o futebol americano, é claro – lembre-se do que eu citei no primeiro parágrafo.
Assim sendo, quero saber qual a sua história no futebol americano como fã. O que aconteceu para que você começasse a acompanhar o esporte e se tornar mais um fanático pela bola oval? Mande sua mensagem abaixo nos comentários da página ou do post no Facebook, pelo Twitter ou via email, nem que seja algo bem resumido. Quem sabe ela não pode aparecer aqui ou até mesmo impulsionar pautas para outros textos?!
Como eu comecei a gostar de futebol americano
“Lembro-me que tudo começou em dezembro de 2005 quando, em uma tarde de férias em um shopping de Belo Horizonte, passando por uma loja, vi na vitrine o jogo NCAA FOOTBALL 2005 (que tem Larry Fitzgerald na capa. Naquela época, obviamente, não tinha nem ideia que se tratava do jogo de futebol americano universitário, e muito menos quem era Fitzgerald). Pela proximidade do Natal, acabei conseguindo fazer com que o jogo, então, acabasse sendo meu presente, um complemento ideal para quem havia ganhado um video game semanas antes, mas só tinha jogos de futebol para se contentar.
Desta maneira, passei basicamente o mês de janeiro inteiro jogando tentando jogar aquele jogo de futebol americano. O problema no caso foi que eu não tinha noção alguma do que se tratava o esporte e menos ainda como funcionava o jogo no console. Não me lembro o porquê, mas recordo que o time que mais me agradou fora o de LSU. Curioso que mais tarde descobri que Joseph Addai, Andrew Withworth e Kyle Williams, nomes que fizeram (ou fazem) suas histórias na NFL durante a minha geração faziam parte dos Tigers naquela edição.
Em janeiro de 2006, eu estava com dez anos e não querendo imaginar que logo mais as aulas estariam recomeçando pois as férias iriam acabar. Enquanto para os estudantes mais jovens o fim de janeiro e começo de fevereiro significa a volta às aulas, no calendário da NFL esses meses marcam exatamente a semana do Super Bowl, que acontece no primeiro domingo de fevereiro. Acredite ou não, porém logo no segundo dia de aula (uma terça-feira), uma das professoras pediu para que cada aluno (ou grupo) estudasse as regras de um esporte e explicasse para os colegas na sexta-feira. Eu, que não queria falar de futebol naquela ocasião, optei por fazer a apresentação sobre meu “esporte preferido naquele momento”, o qual na verdade eu nem conhecia as regras.
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Imprimi várias folhas de regras, como funcionava o jogo, principais nomes e posições (páginas essas que tenho guardadas até hoje), li sobre a modalidade e apresentei o trabalho. Naquele momento, o futebol americano ainda era estranho para mim, contudo, não mais intraduzível. Foi com isso em mente que estava assistindo televisão no domingo (4 de fevereiro) seguinte aquela sexta-feira e me deparei com a abertura de um jogo ao vivo de futebol americano na ESPN… Logicamente, assisti ao jogo completo, fiquei apaixonado pelo esporte e estava determinado a saber mais sobre ele.
O dia 4 de fevereiro de 2006 foi justamente o Super Bowl XLI, disputado entre Indianapolis Colts e Chicago Bears. Sim, a primeira partida de futebol americano que eu assisti pela televisão foi um Super Bowl, e justamente aquele que marcou o retorno para touchdown de Devin Hester na primeira jogada do confronto, a rendenção de Peyton Manning, o título de Tony Dungy… Enfim, não foi o jogo mais emocionante do mundo, porém alguns fatos marcantes acabaram acontecendo.
Desde então, foram vários Madden NFL comprados, muitos jogos antigos assistidos, doze Super Bowls consecutivos, algumas partidas vistas no estádio, estudo sobre regras e tudo que está ligado ao futebol americano, e textos produzidos, até chegar nos dias de hoje com o Shotgun.”
Essa é a minha história como fã de futebol americano. Qual a sua?
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