Os fãs de futebol americano, finalmente, puderam acompanhar a estreia da NFL em 2018. A expectativa era enorme, visto que estávamos sem futebol americano há quase sete meses. Sem contar o fato do duelo colocar frente a frente os dois últimos campeões da Conferência Nacional, claro. O Philadelphia Eagles buscava brindar sua conquista do Super Bowl LII em casa contra o Atlanta Falcons. Dois bons times, com ótimos jogadores. No entanto, dentro de campo, vimos um jogo “feio”, no qual os ataques tiveram mínimos lampejos, muito em decorrência da noite nada inspirada dos quarterbacks. No fim das contas, iria vencer o time que soubesse ganhar, que fosse mais objetivo.
Foi neste contexto que Nick Foles escreveu mais um capítulo na NFL. O QB agora não sabe o que é perder quando começa jogando uma semana 1 de campeonato. Nas outras ocasiões, ele havia liderado seus ataques a 34 pontos. Neste kickoff inicial, foram apenas 18. Contudo, ele mostrou que aquilo que aconteceu na Rodada Divisional dos playoffs 2017, não foi “um achado”. Foles provou mais uma vez que tem altos e baixos impressionantes na liga. Porém, mostrou novamente que sabe vencer quando tem o técnico certo nas sidelines e uma defesa refinada do outro lado da bola.
Ao contrário do último mês de janeiro, os números do camisa #9 estiveram longe de ser ao menos sólidos. 19 de 34 nos passes, 117 jardas, nenhum touchdown e uma interceptação. Além disso, ele recebeu um passe, na jogada que quero definir de “Philly Special 2.0”. Doug Pederson mostrou que sabe observar outros treinadores e extrair o que é bom. A recepção que Tom Brady não conseguiu fazer, Nick Foles fez, em jogadas similares, aliás.
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Estamos falando de uma abertura de temporada com 12 punts. Com nenhum dos quarterbacks lançando para touchdown. Com nenhum running back ultrapassando as 62 jardas corridas. Quem mais me desapontou com isso? Os Falcons, obviamente. Salvo o fato do time estar na temporada defendendo o título, os Eagles não tinham uma enorme responsabilidade no confronto. Lembre-se: Carson Wentz ainda está fora, e assim deve permanecer mais algumas semanas. Melhor dizendo, a pressão estava do lado de Atlanta, que se espera um dos melhores ataques da NFL, Matt Ryan, Julio Jones…
Jones foi o grande destaque dos Falcons. A produtividade do camisa #11 segue brilhante: foram mais dez recepções e 169 jardas. Ainda, a equipe da Georgia viu Deion Jones (9 tackles, 2 passes defendidos e 1 INT) muito bem, o que tem sido corriqueiro por lá, e Takkarist McKinley (1 sack) chegando bem aos QBs adversários, apesar de cometer erros infantis algumas vezes. Foi basicamente isso. Ryan, o MVP de 2016, completou 21 de 43 lançamentos, para 251 jardas, sem nenhum TD e com uma INT. Devonta Freeman talvez tenha sido ainda pior ao obter apenas seis corridas para 36 jardas.
Talvez você, leitor, ainda não tenha reparado e somado as estatísticas, porém saiba que que os dois QBs titulares combinaram para 40 lançamentos certos em 77 lançados, 368 jardas, nenhum touchdown e duas interceptações. Definitivamente, um começo de temporada decepcionante.
A diferença para Philadelphia Eagles e Atlanta Falcons, então, foi a forma como os concluíram suas melhores chances. Estamos aqui falando de uma atuação ruim ofensivamente dos Falcons pois a equipe, tendo chegado à red zone adversária, foi ineficiente. Chamou uma quarta descida no começo do embate muito questionável, sofreu com interceptação… Enfim.
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Por outro lado, estamos falando de um desempenho ruim do ataque dos Eagles porque o time teve poucas jardas totais (232) e incomodou pouco Atlanta na red zone. Mas soube aproveitar melhor quando isso aconteceu.
Atenção para esses números! Situações de terceiras descidas na partida: os Eagles tiveram 50% de aproveitamento (8/16); os Falcons, 26,7% (4/15). Houve ainda uma quarta descida fracassada de Atlanta. Ademais, Matt Ryan colocou seu time na red zone cinco vezes, porém só marcou um touchdown. Já Nick foles, esteve lá três vezes e viu Philly anotar dois TDs. Os Falcons ainda tiveram mais faltas na noite (15-11). Tudo isso certamente explica porque os Eagles venceram por 18-12 mesmo com menos jardas totais (299-232) e mais turnovers (2-1).
Duas bolas do jogo precisam ser dadas para o primeiro Thursday/Sunday Night Football da temporada. A primeira para Jay Ajayi (15 corridas, 62 jardas e 2 TDs), o qual não foi excelente, mas marcou os dois touchdowns do seu time no confronto. A outra fica com Doug Pederson, por ter conseguido parar o ataque dos Falcons mais uma vez, por vencer sem seu principal QB e WR, e por ter orquestrado mais uma jogada genial, a Philly Special 2.0. Pederson segue extraindo o melhor de cada jogador dos Eagles e mostrando que sabe vencer jogos.
Felizmente para o treinador, ele tem dentro de campo um quarterback que também conhece o caminho dos triunfos. Não precisa ser uma atuação brilhante como diante dos Patriots no Super Bowl. Na prática, o resultado final é o que importa. E Philadelphia, novamente com seu QB nº2, mostrou que sabe disso. Agora, 249 dias já se passaram desde a última derrota dos Eagles na NFL.