Muita coisa aconteceu no Draft 2019 da NFL. Claro, surpresas, diferentes estratégias, trocas, apostas, tudo isso fez parte do recrutamento deste ano.
Em outro artigo, já foi destacado os times que mais agradaram (e desagradaram) o autor no draft. Agora, é hora de destacar rápidos pensamentos uma vez que o Draft 2019 foi concluído. Muitos deles, aliás, tornaram-se pauta no próprio momento em que determinada escolha foi feita no fim de semana do draft. Vale a pena entender o que está por trás de algumas picks.
Here we go!
1 – Os Raiders tiveram reaches, mas merecem créditos
Clelin Ferrell não era o quarto melhor prospecto disponível, tampouco o principal pass rusher livre no momento em que foi chamado. Josh Jacobs talvez fizesse mais sentido para a segunda rodada. E poucas pessoas preveram Johnathan Abram selecionado no primeiro dia. Sim, os Raiders tiveram reaches nas primeiras escolhas.
Contudo, dê créditos ao time. Ferrell, Abram e Jacobs são prospectos com enorme talento, esse último sendo o melhor running back da classe. Além disso, a seleção dos cornerbacks Trayvon Mullen e Isaiah Johnson, em especial no caso de Mullen, é uma tentativa de solução para uma carente função do elenco.
Hunter Renfrow também pode vir a ser uma opção interessante para slot receiver.
2 – Há uma explicação para os Giants terem selecionado Daniel Jones
Os Giants arriscaram bastante ao recrutar Jones na sexta escolha geral. Mas há algo racional por trás disso que precisa ser destacado.
Jones foi treinado por David Cutcliff em Duke. Cutcliff também já trabalhou diretamente com Eli Manning (quando era técnico principal de Ole Miss) e Peyton Manning (coordenador ofensivo e técnico de QBs em Tennessee). Peyton indicou Jones a vários times.
3 – Falando em arriscar na primeira rodada…
Uma das surpresas da primeira rodada foi Rashan Gary na 12ª escolha geral. Gary tem habilidade atlética e instinto impressionantes, porém não teve números brilhantes no college football e teve problemas no ombro recentemente.
No mais, os Packers ainda buscaram Darnell Savage Jr. (S) na primeira rodada e seguiram o segundo e terceiro rounds com Elgton Jenkins (C) e Jace Sternberger (TE), respectivamente. Todas essas escolhas sensatas para a equipe.
Aparentemente, a classe 2019 dos Packers pode ter impacto imediato na defesa. Ofensivamente, as opções tendem a ser projetos futuros. E ao que tudo indica, Green Bay confia no que está ao redor de Aaron Rodgers.
4 – Os Cardinals “abusaram” de steals na classe
É válido afirmar que os Cardinals fecharam o Draft 2019 com o melhor quarterback, cornerback e safety da classe, mesmo com o time tendo apenas uma escolha de primeira rodada. E como Arizona fez isso? Usando e abusando de steals no recrutamento.
Byron Murphy (CB) e Andy Isabella (WR) foram chamados na segunda rodada, Zach Allen (DE) na terceira, Hakeem Butler (WR) na quarta, e Deionte Thompson (S), pasmem, no quinto round.
A tendência é que os Cardinals, além de solucionarem necessidades do time, ganhem valor com todos esses escolhidos.
5 – Tudo aponta para uma boa classe dos Ravens
A era Lamar Jackson começou em Baltimore. Ao mesmo tempo, a equipe sofreu perdas consideráveis no sistema defensivo, o que aumentou ainda mais os olhares sobre a classe 2019 dos Ravens.
O time destinou duas das primeiras três picks, incluindo a de primeira rodada, à posição de wide receiver (Marquise Brown e Miles Boykin). Ambos casam com limitações do elenco e devem ter impacto revelante para o sistema ofensivo.
Entre Brown e Boykin, os Ravens selecionaram Jaylon Ferguson, defensive end de Louisiana Tech, possivelmente o melhor pass rusher das universidades de menor expressão.
6 – Mais uma vez, um sólido CB para os Browns
Depois de um Draft 2018 de respaldo positivo, os Browns ficaram marcados por escolhas questionáveis em 2019.
Sione Takitaki (LB), Sheldrick Redwine (S), Mack Wilson (LB), Austin Seibert (K), Drew Forbes (OT) e Donnie Lewis Jr. (CB). Esses foram os selecionados de Cleveland a partir do terceiro round. Enquanto alguns deles (Takitaki, Redwine e Wilson) devem ser vistos como potenciais titulares, a verdade é que os valores adquiridos em todos eles levantam questões.
O que salvou Cleveland de uma classe ainda mais questionável foi Greedy Williams na segunda rodada. Para muitos, Williams era o melhor cornerback do Draft 2019, mas ele acabou caindo até a 46ª escolha (7º CB).
Depois de recrutar Denzel Ward em 2018, os Browns saem com Williams em 2019. Isso pode fazer valer a classe deste ano do time.
7 – Boas decisões dos Redskins
Em geral, a essência do draft é conseguir reforçar um elenco com promissores jogadores adquirindo bom valor sobre as escolhas. E isso explica por que os Redskins se saíram bem no Draft 2019 da NFL, teoricamente falando.
Em primeiro lugar, o time selecionou um potencial franchise quarterback — Dwayne Haskins na 15ª posição geral. Além disso, adquiriu outra escolha de primeiro round (26ª) em uma troca que resultou na seleção de Montez Sweat. No que diz respeito a talento, Sweat estava entre os 10 melhores pass rushers deste ano.
Depois disso, as quatro escolhas seguintes dos Redskins incluíram wide receiver, running back e dois guards. Todas elas condizentes com vulnerabilidades do plantel. O WR Terry McLaurin, aliás, além de subestimado pela sua produção faz ainda mais sentido em Washington pois foi companheiro de Haskins em Ohio State.
8 – A classe 2019 dos Saints também depende de Marcus Davenport
Vimos os Saints fazendo grande investimento na primeira rodada de 2018 para selecionar Marcus Davenport. Tamanho esforço, que tirou a escolha de primeiro round do time em 2019, teve como base a ideia de “vence agora”, algo sensato para os últimos anos da era Drew Brees.
Assim sendo, nas duas primeiras escolhas (segunda e quarta rodada), New Orleans recrutou Erick McCoy (C), um sólido offensive lineman que deve manter a OL dos Saints em alta mesmo com eventuais perdas, e Chauncey Gardner-Johnson (S), um steal para o time na escolha nº 105 visto que, além de ser ser um prospecto promissor, casa com uma necessidade do elenco.
O grupo de prospectos de New Orleans neste ano não tem necessariamente a responsabilidade de produzir resultados imediatos. Afinal, tanto em qualidade quanto em quantidade, esse esteve limitado devido à aquisição de Davenport. Esse sim precisa provar algo agora. Ele carrega, direta e indiretamente, a responsabilidade de dois drafts dos Saints no momento.
9 – A estratégia dos Rams
Os Rams entraram no Draft 2019 com poucas escolhas. Para melhorar isso, o time se envolveu em trocas, caiu de posição e teve como primeira escolha apenas a 61ª geral.
Sob esse contexto, sabendo dos vários veteranos no plantel, Los Angeles preocupou em se reforçar a longo prazo. Adquirir produndidade/opções nos setores.
Taylor Happ pode ser um substituto imediato de Mark Barron e futuramente ocupar a posição de Eric Weddle, contratado nesta offseason. E o mesmo pode ser dito no caso de Bobby Evans como suplente de Andrew Whitworth. Já o cornerback David Long, terá a chance de ganhar experiência em segundo plano em um renomado grupo de cornerbacks liderado por Aqib Talib e Marcus Peters.
Adicionalmente, L. A. ainda encontrou em Darrell Henderson, running back ideal para times que usam zone blocks. Espere ver Henderson como um dos trunfos de Sean McVay em breve.
10 – O Draft 2019 foi um sucesso
O Draft 2019 da NFL foi o mais assistido e o de maior público na história do evento. Enquanto mais de 600 mil fãs estiveram nas ruas de Nashville, Tennesse, aproximadamente 47,5 milhões de pessoas assistiram ao recrutamento na TV.
Em ação, os torcedores puderam ver 254 prospectos chamados, dos quais 11 foram quarterbacks (três na primeira rodada) e 13 do interior da linha defensiva ou pass rushers, organizados e configurados por um recorde histórico de 40 trocas nos três dias.
– Lembrando que mais textos sobre o Draft 2019 estão por vir. Um deles, aliás, responderá perguntas enviadas pelos leitores via Twitter ou Instagram. Se você tem alguma questão e quer vê-la abordada aqui, acesse uma de nossas redes sociais.