A semana 11 da NFL começou com o Thursday Night Football entre Seattle Seahawks e Green Bay Packers. Como de praxe nos encontros entre eles, vimos um bom jogo, com viradas no placar e definido nos minutos finais. Para Seattle, o time viu suas principais armas funcionarem. Em contrapartida, Green Bay pecou em erros que já haviam aparecido desde a semana 1.
Separei alguns fatos sobre o confronto e tirei conclusões. Todas elas estão logo abaixo!
Russell Wilson jogou como MVP novamente
Russell Wilson continua tendo a resposta certa para o Seattle Seahawks sempre que a equipe precisa. Há anos ele deixou de ser um quarterback que mais corria do que passava. Hoje, Wilson faz estragos dentro e, obviamente, saindo do pocket – isso é um dos grandes diferenciais do QB. Há muita coisa ao redor do triunfo de Seattle e derrota de Green Bay na abertura da semana 11. Mas a principal delas é o camisa #3.
No confronto contra Green Bay, Russell Wilson foi preciso e eficiente novamente, apoiado por um jogo corrido refinado. Ele fechou o TNF com 21/31 nos lançamentos, 225 jardas e dois touchdowns. Aliás, esses TDs aconteceram em terceiras descidas, quando Wilson teve aproveitamento de 7/10.
Caso ainda não tenha sido mencionado, Russell Wilson já está nas conversas de MVP desta temporada. Ele não irá levar o prêmio, porém a contribuição dele na campanha 5-5 dos Seahawks é enorme. O 11º TNF de 2018 foi só mais um exemplo disso.
Mike McCarthy e o fim da linha
A pressão sobre o Green Bay Packers para a demissão de Mike McCarthy não é novidade alguma. Nos últimos anos, as chamadas de jogada da franquia são incoerentes, bem como as tomadas de decisão. Olhando até em detalhes “menores”, como desafios e timeouts, McCarthy também peca.
No duelo diante de Seattle, tudo isso ficou em evidência. Os Packers gastaram dois timeouts cedo demais no segundo tempo, não desafiaram uma recepção importante de Tyler Lockett (pois só tinham mais um tempo, imagina-se) e optaram por chutar uma quarta para duas jardas perdendo por três pontos e com aproximadamente quatro minutos restantes. Mais uma vez: os Packs tinham somente um timeout. Se nenhum tivesse sido gasto anteriormente, dar a bola para os Seahawks podendo parar o relógio três vezes, sem contar o Two-Minute Warning, faria algum sentido. Devolver a posse como aconteceu, nenhum.
Não estou levando em conta que, tanto ofensiva quanto defensivamente, o Green Bay Packers se mostrou desconfigurado mais uma rodada. O time piorou depois do intervalo, marcando somente três pontos e ganhando 114 jardas nos 30 minutos finais do jogo. E a defesa não teve respostas para Seattle quando mais precisou.
Em entrevista depois da partida, Mike McCarthy justificou o punt na 4ª para 2 com “Jogamos com os números”. Tudo bem. No entanto, os números finais foram 27 para Seattle e 24 para Green Bay. Esse último fica em situação complicada com campanha 4-5-1 agora.
O revés nesta semana 11 para Mike McCarthy pode ser visto como o assassinato de Francisco Ferdinando antes da Primeira Guerra Mundial. Em outras palavras, o estopim para drásticas mudanças de algo que está errado há algum tempo.
Aaron Rodgers não é santo
O maior problema do Green Bay Packers hoje é Mike McCarthy. Mas o head coach está longe de ser o único. No oscilante ataque da franquia, Aaron Rodgers merece culpa também.
É indiscutível o talento de Rodgers. Sua capacidade de fazer arremessos ridículos com certa frequência, idem. Nisso, ele provavelmente é o melhor da história, aliás. Contudo, ele nunca foi o quarterback perfeito para um sistema. A ideia dos técnicos de ter uma ideologia de ataque, pautada em jogadas que requerem um comportamento repetido do QB titular, não existe para A-Rod. Ele é teimoso nesse sentido.
Rodgers talvez confie demais no potencial que tem no braço. Essa confiança é crucial para que ele salve os Packers como já fez diversas vezes. Entretanto, as coisas poderiam ser mais fáceis se ele fosse o quarterback ideal para o sistema que sua comissão técnica tenta implantar. O camisa #12 precisa olhar para todos os alvos em campo, e não apenas para aqueles que ele quer, digamos assim. Afinal, ele não está jogando o Pro Bowl entre setembro e dezembro.
Pete Carroll e as falhas ideias de demissão contra ele
As notícias de que Pete Carroll estava pressionado no comando dos Seahawks antes da temporada não existem mais. Pelo menos não deveriam. O trabalho feito por Carroll em Seattle neste ano é, na prática, quase perfeito.
Precisamos lembrar que o Seattle Seahawks tem um elenco em reformulação, que perdeu a maioria de suas referências técnicas recentes durante a offseason. A linha ofensiva foi uma das piores da NFL em 2017. E o ataque nunca foi brilhante no grupo de recebedores.
Pete Carroll, então, tem conseguido dar excelente competitividade ao seu elenco. Defensivamente, Seatle é explosivo, rápido e eficiente. Os recebedores são dos mais dinâmicos do futebol americano. A linha ofensiva melhorou nesta temporada. E até mesmo o jogo corrido, o qual sempre teve respaldo positivo, evoluiu agora.
Neste Thursday Night Football, o Seattle Seahawks representou tudo isso. Os bloqueadores, que começaram a partida contra Green Bay cometendo faltas, ficaram mais disciplinados. O sistema defensivo não permitiu touchdown no segundo tempo. O ataque, como citado, deixou a defesa dos Packs sem resposta.
Ficou evidente que os Hawks melhoraram no segundo tempo da partida – e isso significa que ajustes, do head coach, foram feitos durante o intervalo.
O jogo corrido do Seattle Seahawks
Uma das características desse novo Seattle Seahawks (pós Legion of Boom, digamos assim) vem sendo o jogo corrido. Estamos falando de um setor que chegou ao oitavo jogo seguido com 100/+ jardas terrestres, a oitava melhor marca na era Super Bowl.
Em 2018, três corredores de Seattle totalizam 300/+ jardas corridas, sendo que Russell Wilson também merece uma menção honrosa neste caso pelas 227 que somou até agora. Estou falando de Chris Carson, Mike Davis e Rashaad Penny, o qual repetiu corridas sólidas pela segunda partida consecutiva.
A média do time de jardas terrestres por jogo é a melhor do campeonato (154,3), a qual foi até superada no embate diante dos Packers. Os Seahawks acumularam 173 na ocasião.
Neste caso em específico, correr muito bem com a bola significa que Wilson tem menos pressão em seus lançamentos. E os recebedores da equipe fiquem com mais confrontos individuais em suas rotas. Paralelamente, a defesa adversária cansa mais, e a aliada esteja descansada.
O que 2018 ainda guarda para Seahawks e Packers
A disputa pelos playoffs da Conferência Nacional está muito acirrada. O encontro entre Seattle e Green Bay era um confronto direto entre dois candidatos às vagas por Wild Card. Além disso, o triunfo foi de uma importância para os Seahawks tendo em vista que confrontos complicados estão por vir. O time ainda enfrenta Panthers, Vikings e Chiefs. Então, essa vitória significa que agora há margem para deslizes, os quais não seriam surpresa alguma. Até porque, em meio aos difíceis confrontos, há 49ers (duas vezes) e Cardinals.
Pelo lado do Green Bay Packers, mais um revés fora de casa (a franquia não sabe o que é vencer como visitante em 2018) significa que não existe mais espaço para erros. Sonhar com a divisão ainda é possível, porém também complicado. O número mínimo para pensar em pós-temporada na NFC é dez vitórias. Restam seis jogos para os cabeças de queijo. Portanto, Green Bay precisa vencer todos os seus jogos a partir de agora. E detalhe: talvez nem isso seja suficiente para chegar aos playoffs. Tampouco para salvar Mike McCarthy.