Se você leu sobre o Draft 2018 – mesmo que isso não tenha sido em grande quantidade – percebeu que a classe deste ano se resumia aos quarterbacks. Não por acaso a quantidade de QBs promissores (e a necessidade exagerada das franquias também) provocava rumores que apontavam para seis nomes chamados na primeira rodada. Até hoje, na história da NFL, isso só aconteceu uma vez, na gloriosa Classe de 1983. O Draft se passou e “apenas” cinco nomes foram recrutados no Top 32. Mas não pense que isso diminui o valor deste recrutamento na posição: nomes interessantes estavam disponíveis para o começo, meio e fim do draft.
O que muitos fãs não ficaram cientes, contudo, é que vários outros quarterbacks que foram recrutados neste ano têm talento para quem sabe se tornarem sólidos titular na NFL algum dia. Quando me refiro a outros quarterbacks, excluo da lista os cinco principais (Mayfield, Darnold, Allen, Rosen e Jackson), afinal, desde quando se começou a analisar o Draft 2018, esses jogadores estão em pauta. Diga-se de passagem, vários dos atuais QBs que brilham atualmente na liga não foram selecionados na primeira rodada: Brady, Brees, Wilson, enfim, é preciso não descartar todas as possibilidades.
Assim sendo, localizamos e detalhamos mais sobre a situação dos 13 quarterbacks recrutados no Draft 2018. Características principais, destinos, conjuntura na nova franquia, escolha em que foi chamado… Saiba mais sobre a classe de QBs deste ano – inteiramente!
Mayfield, Darnold, Allen, Rosen e Jackson: o grupo dos conhecidos
Baker Mayfield (Browns, 1ª escolha geral) – No fim das contas, Mayfield surpreendeu, foi a primeira escolha geral e agora tem a missão de “salvar” o Cleveland Browns. O poder de liderança, competitividade e capacidade de improvisar jogadas chama a atenção e pode ser um diferencial.
Sam Darnold (Jets, 3ª escolha geral) – Há algum tempo, dizer que Darnold estaria nos Jets era uma loucura. Mas isso acabou acontecendo. O prospecto de USC aparenta ter um bom braço e tamanho ideal de um quarterback sólido. Além, é claro, do poder de decisão nos momentos importantes, que é o melhor da classe. New York torce apenas para que os turnovers deixem de ser uma rotina na carreira de Sam Darnold.
Josh Allen (Bills, 7ª escolha geral) – O Buffalo Bills tomou uma das decisões mais arriscadas do Draft 2018 ao subir para a sétima posição geral e recrutar Josh Allen – lembrando que Rosen ainda estava disponível. Allen tem o braço mais forte deste ano, mas claramente precisa melhorar suas leituras, precisão nos passes e comportamento no pocket. Informalmente falando, é um diamante raríssimo, porém que precisa ser lapidado em vários sentidos.
Josh Rosen (Cardinals, 10ª escolha geral) – Em termos de toque na bola e técnica nos lançamentos, Josh Rosen é o mais qualificado deste “grupo dos cinco”. Isso faz com que os Cardinals, que o recrutaram na décima escolha geral, tenha protagonizado um enorme steal. Não tenho dúvidas que a personalidade (e arrogância em alguns casos) de Rosen foi o motivo principal para a queda de posição do jogador no draft.
Lamar Jackson (Ravens, 32ª escolha) – Neste “grupo dos cinco”, Lamar Jackson é o projeto mais distante. Ótimo correndo com a bola, Jackson precisa melhorar (e muito) seu instinto, precisão e decisão lançando a bola. Se considerarmos que ele está em Baltimore, onde Joe Flacco ainda aparenta ter alguns anos como titular, pode-se dizer que está no destino certo. Ele terá tempo para aprender mais sobre como ser um exímio pocket passer na NFL.
Os outros
Mason Rudolph (Pittsburgh Steelers, 76ª escolha geral)
O valor de Mason Rudolph durante o Draft 2018 foi algo curioso. De candidato a ser chamado no fim da primeira rodada (quem sabe até pelos Patriots), ele acabou caindo para a terceira – e para um time que não aparenta ter um projeto para Rudolph futuramente. A impressão que fica é que o ex-Oklahoma State terá que ganhar sua posição em Pittsburgh. As leituras e estatura de Mason Rudolph correspondem às de um sólido quarterback profissional, mas a verdade é que sua precisão e força nos lançamentos precisam melhorar.
Kyle Lauletta (New York Giants, 108ª escolha geral)
A opção do New York Giants por Kyle Lauletta como 108º geral agradou à maioria dos fãs e analistas de futebol americano – com razão. Lauletta tem boa precisão e mecânica acima da média para a posição. A empolgação com o ex-quarterback de Richmond se dé porque seus defeitos principais (força no braço e velocidade nas leituras da secundária) são corrigíveis com alguns anos profissionais. Imaginando que Eli Manning ainda seja o titular dos Giants por dois ou três anos, acredita-se que o time terá tempo suficiente para preparar Lauletta e, quem sabe, ter um novo QB confiável no elenco.
Mike White (Dallas Cowboys, 171ª escolha geral – compensatória)
Se fóssemos definir Mike White neste momento, tendo em mente tudo o que ele fez no college, o mais correto seria “um bom reserva, com potencial para ser mais que isso”. Ao que tudo indica, o Dallas Cowboys optou por White quinta rodada pelo valor do jogador nesta colocação (a maioria dos Mock coloca Mike sendo chamado no terceiro ou quarto round). Ele pode vir a ser um steal interessante para Dallas. A era Dak Prescott não aparenta estar perto do fim, fato que é ideal para um QB como Mike White, que tem os instintos ideais de um passador e capacidade de liderança, precisando corrigir o trabalho dos pés e a presença no pocket em algumas situações.
Luke Falk (Tennessee Titans, 199ª escolha geral)
Assim como no caso dos Cowboys, o valor de Luke Falk foi bom para uma escolha nº 199. A princípio, ele chega para ser um backup de Marcus Mariota, o qual aparenta ter vários anos na NFL ainda. Quem sabe algum dia poderemos ver o ótimo toque na bola de Falk, que encantou a universidade de Washington State. Se ele pelo menos tiver uma oportunidade oficial de mostrar isso, deverá tomar cuidado, entretanto, para que sua limitada mobilidade não seja um agravante.
Tanner Lee (Jacksonville Jaguars, 203ª escolha geral)
Não gostei de Jacksonville como destino para Tanner Lee. Num primeiro momento, o novato chegará para ser reserva de Cody Kessler, que está atrás de Blake Bortles no elenco. Certamente que o potencial de Lee é maior que o de Kessler, porém situações como essa já aconteceram na NFL e o terceiro QB acabou sendo o mais prejudicado. Os Jaguars nunca se destacaram por desenvolver ótimos quarterbacks, ainda mais um como Tanner Lee, que precisa encontrar uma maneira de corrigir seu comportamento no pocket e as leituras em profundidade (foram muitas interceptações para ele no futebol americano universitário).
Danny Etling (New England Patriots, 219ª escolha geral)
O New England Patrios foi o melhor destino para Danny Etling no Draft 2018. O quarterback estará aprendendo com um dos melhores quarterbacks da história, o qual teve um começo de carreira parecido ao de Etling. O problema para o ex-LSU é que sua presença no pocket, leituras após o snap e mecânica precisam melhorar – erros como esses são complicados para um prospecto na NFL. Em contrapartida, estatura e toque na bola de nível profissional ele aparenta ter. Não fique surpreso se Danny Etling for cortado antes do começo da temporada; mas também não se surpreenda se ele for o QB nº 3 de New England neste ano.
Alex McGouch (Seattle Seahawks, 220ª escolha geral)
Muito dificilmente o Seattle Seahawks irá escalar Alex McGouch algum dia, a menos que o quarterback consiga fazer algo que não conseguiu em quatro anos no college football. McGouch vem de uma universidade pouco renomada no futebol americano (Florida International) e, com a exceção da mecânica e forma como a bola sai da sua mão, não chama a atenção nos outros aspectos da posição. Seattle tentou um tiro no escuro (somente com um pequeno alvo para acertar).
Logan Woodside (Cincinnati Bengals, 249ª escolha geral)
Lendo e entendendo o jogo de futebol americano, poucos quarterbacks do Draft 2018 são melhores que Logan Woodside – tanto que a sétima rodada foi um ótimo valor por ele; os Bengals têm chance de terem conseguido um steal neste caso. O maior problema para Woodside é que nem sempre o físico consegue acompanhar suas principais características, já que ele precisa melhorar consideravelmente como pocket passer. Sem dúvidas, Logan Woodside pode (e deve) render mais que o quarterback nº 249 da classe; a questão aqui é qual o limite para ele na NFL. Num primeiro momento, pensá-lo como um reserva absoluto em algum lugar é o mais apropriado.
Quantos desses QBs você acha que chegarão a ser titulares na NFL? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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