Desde o começo desta semana, quem acompanha o Shotgun regularmente (aqui, no Twitter ou no Facebook) viu uma grande cobertura do pós-Draft, com várias histórias, fatos, curiosidades e muito mais sobre o Draft 2016.
Infelizmente, por mais que publiquei muitos (!) textos a respeito do evento, não é possível tratar exatamente de tudo aqui no site, analisando cada time, cada jogador, os possíveis busts, os steals… Enfim. Deste modo, considerando que as principais narrativas foram feitas, é hora de abordar uma avaliação final, com os derradeiros (e curiosos) fatos do Draft. Vamos às considerações finais!
Muitos quarterbacks foram selecionados
Jared Goff, Carson Wentz, Paxton Lynch, talvez Connor Cook…Esses foram os quarterbacks mais badalados do Draft 2016. Não foi uma ótima classe para a posição, apesar de os três primeiros nomes terem sido escolhidos na primeira rodada. Porém, além dos quatro abordados, tivemos outros 11 quarterbacks selecionados em 2016, cada qual representando um interesse diferente por parte de cada franquia. Vamos a eles:
1ª rodada – Os três nomes que saíram na primeira rodada eram devidamente aguardados e fazem muito sentido para cada time em questão. Nas duas primeiras escolhas gerais, respectivamente, J. Goff foi para o Los Angeles Rams, que busca reencontrar um exímio passador da liga; já Carson Wentz, por mais que não seja o quarterback dos sonhos de todos, só foi escolhido pelo Philadelphia Eagles pois o time precisa, desesperadamente, de uma certeza na posição. Por fim, na 26ª posição, o Denver Broncos, após perder Peyton Manning e Brock Osweiler, foi buscar Paxton Lynch, que pode render bons frutos futuramente.
2ª rodada – Enquanto muitos acreditavam que P. Lynch iria para o New York Jets na primeira rodada, a franquia foi buscar Darron Lee. Entretanto, apesar de não priorizar centralmente a posição de quarterback no primeiro momento, os Jets não passaram batido nisso em sua segunda opção na classe: Christian Hackenberg, de Penn State, tornou-se o nome da vez. Muitos especialistas não gostaram da escolha e, de fato, o futuro de Hackenberg no profissional é uma verdadeira incógnita. Por outro lado, em meio às incertezas contratuais de Ryan Fitzpatrick, a comissão técnica do NY Jets não quer correr o risco de apostar seu futuro em Geno Smith.
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3ª rodada – Dois times, em situações extremamente diferentes, buscaram quarterbacks na terceira rodada de 2016. De um lado, com a 91ª escolha, o New England Patriots, de forma até surpreendente, escolheu Jacoby Brissett, ex-North Carolina State. Do outro lado, quem procurou um quarterback foi o Cleveland Browns que, ao contrário de New England que procura alguém para aprender melhor o jogo e estrear daqui há cinco anos ou mais, precisa de um nome para ser titular de imediato. Neste cenário, tentaram escolhendo Cody Kessler, de USC.
4ª rodada – O Oakland Raiders foi a equipe que abriu as escolhas de quarterbacks na 4ª rodada, e fez uma das chamadas mais interessantes. O time foi atrás de Connor Cook, o qual muitos esperavam sair antes e que agora será reserva de Darek Carr por um bom tempo até fazer valer o investimento.
Em seguida, vimos o Dallas Cowboys colocar um “aprendiz” de Tony Romo no elenco ao selecionar Dak Prescott (Mississippi State) e, posteriormente, o Buffalo Bills optar por Cardale Jones, de Ohio State.
5ª rodada – Os Chiefs negociaram Chase Daniel para os Eagles na última offseason e chegaram ao Draft sabendo que um jovem quarterback seria válido para a franquia, especialmente quando se sabe que Alex Smith já tem seus 31 anos. Por isso, Kansas City decidiu ficar com Kevin Hogan, de Stanford.
6ª rodada – Washington Redskins, Detroit Lions, Jacksonville Jaguars e San Francisco 49ers, respectivamente, escolheram Nate Sudfeld (Indiana), Jake Rudock (Michigan), Brandon Allen (Arkansas) e Jeff Driskel (Lousiana Tech). De um modo geral, o motivo da escolha de cada um deles é o mesmo, já que essas quatro franquias (especialmente as três primeiras) sabem quem serão seus titulares para a próxima temporada, mas já pensam em algo para o futuro.
7ª rodada – Fechando o Draft já na sétima rodada, com a 223ª escolha, o Miami Dolphins decidiu pegar alguém para “fazer sombra” ao pressionado Ryan Tannehill. Para isso, foi atrás de Brandon Doughty (Western Kentucky).
“Punter and Kickers are people too”
Não é muito comum ouvirmos as palavras kicker ou punter ao longo do Draft, isso pois as maiores atenções ficam voltadas para, especialmente, a primeira rodada e, em partes, a segunda, e jogadores dessas posições quase (!) nunca são escolhidos a essas alturas.
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Em 2016, contudo, quem esteve acompanhando as transmissões da ESPN na semana passada (de 1ª e 2ª rodadas) viu o Tamba Bay Buccaneers escolher Roberto Aguayo, kicker de Florida State, em sua segunda oportunidade da noite, na 59ª posição.
Por fim, ainda tivemos três punters, Drew Kaser (Chargers / 6ª rodada); Riley Dixon (Broncos / 7ª); e Lac Edwards (Jets / 7ª), e um long snapper, Jimmy Landes (Lions / 7ª rodada), escolhidos.
Mr. Irrelevant
Não é fácil ser, e nem mesmo selecionar o Mr. Irrelevant de um Draft. Esse nome, para quem não sabe ainda, é dado ao último jogador selecionado em cada Draft. Aliás, como curiosidade, assim como existe o prêmio dado ao melhor jogador universitário de cada temporada – o Troféu Heisman, cujo prêmio tem a imagem de John Heisman correndo com uma bola de futebol americano -, temos o Troféu Lowsman, conferido ao último jogador escolhido de cada Draft (o troféu, em reverência ao atleta em questão, mostra um jogador deixando a bola cair de suas mãos).
Na teoria, o troféu conferido ao Mr. Irrelevant, marca o pior jogador universitário entre todos aqueles que foram escolhidos na classe. Contudo, o “Sr. Irrelevante” (traduzindo para o português) de 2016, para muitos foi subestimado: Kalan Reed, cornerback que atuava pela universidade de Southern Miss, foi selecionado pelo Tennessee Titans na 253ª desse Draft. Reed, o qual morou em Nashville entre seus três e seis anos de idade, tem boa velocidade, ótimas mãos e acumulou seis interceptações nos últimos dois anos (sendo duas delas retornadas para touchdown). As características principais desse atleta o colocavam, nas previsões pré-Draft, como escolha de 4ª ou 5ª rodada aproximadamente. O Pro Football Focus, por exemplo, colocava Reed saindo no final da segunda rodada.
O calouro peca, principalmente, nas marcações individuais de curta e média distância. Ele ainda perde o foco na jogada, ficando perdido com os movimentos nas rotas dos adversários.
Ao contrário de várias outras equipes que selecionam o último atleta de um Draft, os Titans estudaram e perceberam que Kalan Reed completa bem o time, tem bons fundamentos e está longe de ser irrelevante para a franquia.
Jogadores sem experiência no College também vão para a NFL
Dois jogadores em especial, neste Draft, foram selecionados mesmo sem ter experiências no College Football. Primeiramente, destaco Rico Gathers, que após jogar futebol americano no High School, defendeu o time de basquete da universidade de Baylor e agora chega para ser tight end do Dallas Cowboys. Além dele, o alemão Moritz Boehringer se tornou o primeiro jogador europeu a ser escolhido no Draft da NFL. Ele disputou a Liga de Futebol Americano da Alemanha, e espera mostrar seu valor no ataque do Minnesota Vikings.
Por Caio Miari
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