Muita coisa aconteceu nos esportes americanos na última quinta-feira (28). Opening Day da MLB, aposentadoria de Manu Ginóbili na NBA, reta final da temporada regular da NHL… E a NFL? Em meio a tal cenário, a NFL acabou ficando em “segundo plano” por algumas horas. O que não significa que nada precisa ser destacado na liga. Pelo contrário: a NFC Leste viu Dallas Cowboys e Philadelphia Eagles protagonizando trocas. Trocas essas que merecem destaque positivo para ambos os casos.
Em Dallas, o pass rush tem um novo integrante
Por mais uma temporada, o pass rush é assunto na offseason do Dallas Cowboys. Primeiramente, devido aos 39 sacks em 2018, a franquia segue em busca de melhorar em tal quesito. Pressionar os quarterbacks adversários tem sido a principal arma contra sólidos ataques aéreos.
Em segundo lugar, a situação de vários jogadores chama atenção. A principal delas é a de DeMarcus Lawrence, o qual recebeu a franchise tag em 2019 e agora negocia um grande contrato com os Cowboys. Além disso, Randy Gregory foi suspenso recentemente e David Irving anunciou aposentadoria.
Acrescente tudo isso ao rendimento de Taco Charlton em 2018, seu segundo ano na liga: a escolha de primeira rodada de Dallas em 2017 não evoluiu como esperado após seu campeonato de calouro.
Desta maneira, os Cowboys acertaram a troca pelo defensive end Robert Quinn, ex-Miami Dolphins. E Dallas acertou na troca.
De fato, Quinn não é o mesmo de cinco anos atrás, quando marcou presença em dois Pro Bowls em 2013 e 2014. Mais que isso, ele foi ao All-Pro principal da NFL ao totalizar 19,5 sacks em 2013. E ah, de 2012 a 2014, Quinn obteve 40 sacks.
Obviamente, os Cowboys não esperam que isso se repita agora.
Quinn vem de uma temporada na qual teve 6,5 sacks, dois a menos que em 2017, e agora não alcança pelo menos 10 sacks desde 2014.
Todavia, Dallas perdeu apenas uma escolha de sexta rodada no Draft 2020 na transação por um jogador de 28 anos de idade. E o salário de Quinn em 2019, de US$ 10 milhões, é justo pelo que temos visto dentro das quatro linhas. Lembrando que os Dolphins queriam, no mínimo, uma pick de quarta rodada para dar continuidade ao processo de reformulação da equipe.
Não conseguiram.
Portanto, os Cowboys saíram ganhando na negociação.
Pode não ser a solução ideal para um dos problemas do time, especialmente se considerarmos a longo prazo. Porém acrescentar competitividade a um pass rush que visivelmente pode melhorar, pagando um valor satisfatório por isso, é algo sensato.
Philly continua reforçando o arsenal ofensivo
Quem também reforçou uma necessidade do elenco por um valor justo foi o Philadelphia Eagles. A franquia adquiriu o running back Jordan Howard dando ao Chicago Bears uma escolha condicional de sexta rodada em 2020.
Considerando que Howard tem apenas 24 anos de idade e vem de uma temporada na qual marcou nove touchdowns, foi um ótimo negócio.
A questão neste caso talvez seja: por que os Bears aceitaram perder Howard? De um modo geral, três razões podem (e devem) ter levado a isso.
A primeira delas é que o RB, desde que foi o segundo da NFL em jardas corridas como calouro em 2016, apenas caiu de produção. Além disso, o ataque de Chicago tem Tarik Cohen, o qual deverá ser o titular a partir de agora, em plena ascensão sob o comando de Matt Nagy. E vale ressaltar que 2019 será o último ano do contrato de Howard. Ou seja, havia a possibilidade de os Bears perderam o corredor “de graça” na próxima offseason.
O que deve ser questionado, contudo, é que Howard mesmo com queda em produtividade nos últimos dois anos, teve números interessantes. Somando 2017 e 2018, ele totalizou 2.057 jardas, 3,9 jardas por tentativa e 18 touchdowns.
Há também o desempenho de Howard recebendo a bola, algo que Nagy busca para seus ataques. O running back teve somente 20 recepções e 145 jardas no ano passado.
Então os Eagles, que não tiveram nenhum jogador com mais de 600 jardas e três TDs terrestres em 2018 e têm uma das principais linhas ofensivas da NFL, adquirem um ainda promissor jogador por uma escolha de sexto round em 2020. A pick pode vir a ser de quinta rodada, mas ainda assim Philly saiu no lucro.
Howard jogará “pressionado” pela derradeira temporada do contrato. Precisará mostrar serviço.
Paralelamente, Philly carece de um running back nº 1, alguém para jogar ao lado de Corey Clement, Josh Adams e companhia.
Colocando na balança risco pelo valor investido, necessidade e talento do atleta, os Eagles acertaram.