Em algumas semanas, o Draft 2018 da NFL irá começar, mais precisamente no próximo dia 26 de abril (durando até 28 desse mesmo mês). E quanto mais próximo o recrutamento da liga fica, as especulações, análises e debates sobre temas acerca do assunto ganham destaque, afinal, este é um assunto que sites especializados, analistas e jornalistas esportivos têm abordado desde setembro do ano passado, quando a temporada 2017 do college football começou.
No fim das contas, o que todos querem saber é quais são os melhores jogadores. Depois disso, aos fãs, é interessante conhecer os principais nomes de cada posição a fim de encontrarem prospectos relevantes para as necessidades de cada elenco. Em 2018, as posições de ataque têm sido mais badaladas do que as de defesa, o que não está necessariamente errado. Os motivos: muitas equipes precisam de bons quarterbacks; quando aparecerá um novo Saquon Barkley; o que dizer sobre Quenton Nelson… Enfim, tudo isso (entre outros fatores) favorece os nomes de sistema ofensivo neste ano. Contudo, não é justo esquecer dos defensores, em hipótese alguma.
Na lista de posições que estão ganhando cada vez mais destaque em 2018 pela profundidade da classe é preciso colocar ao menos mais um nome no topo, além do grupo de running backs. Em tese, o mesmo “processo” que acontece com os jovens corredores da NFL também ocorre com os defensive backs. Safeties e cornerbacks vêm se destacando nas últimas temporadas e, ao que tudo indica, estão cada vez mais preparados para o estilo da National Football League. Tendo em vista ainda em especial o que prospectos dessas duas posições fizeram no ano passado, é preciso olhar com outros olhos para os DBs.
Uma classe não muito profunda, mas que bate com os padrões da atualidade
Esta classe de defensive backs, principalmente analisando a posição de cornerback, não é uma que me agrada bastante – um dos podcasts desta semana mostra isso. Costumo apreciar mais as posições que contam com vários nomes muito bons e, neste caso em específico, só Denzel Ward é um CB de primeiro escalão até o momento. Entretanto, o grupo de safeties já conta com melhores nomes, como Minkah Fitzpatrick e Derwin James. Além disso, de uma perspectiva geral dos DBs, outros novatos – com muitas coisas a serem melhoradas ainda – podem ganhar valor no recrutamento.
Por exemplo, Ward é o único ótimo CB do Draft 2018, mas é preciso lembrar que nomes como Josh Jackson, Jaire Alexander, Mike Hughes e Isaiah Oliver estão em um segundo nível (todos eles são bons cornerbacks) e provavelmente terão seus nomes chamados no segundo dia, alguns até no primeiro considerando as necessidades dos elencos. Em safeties, já é possível considerar até três nomes como sensatos na 1ª rodada: Fitzpatrick, James e Ronnie Harrison. Fitzpatrick e James estão entre os melhores do Draft. Harrison, por sua vez, não está no mesmo nível dos dois primeiros, porém se encaixa bem nos padrões de defensive back ideal na NFL. Ademais, vale citar Marcus Allen, Justin Reid, Jessie Bates III; esses são três que protagonizam o segundo escalão da classe.
O conjunto de tudo isso que foi citado é o que faz a classe de defensive backs merecer destaque positivo no Draft 2018. Não é pelo extenso leque de ótimos nomes, mas sim pelo talento específico de alguns prospectos que fazem deles reais candidatos a ocuparem “novas” posições no futebol americano profissional. Por exemplo, a competitividade de Alexander faz dele um exímio nickelback. Oliver, pela estatura, pode se alinhar contra grandes alvos. Jackson é ótimo nas interceptações. O entendimento de jogo de Reid como safety faz dele um inside linebacker ocasionalmente. Marcadores versáteis e situacionais estão cada vez mais requisitados no futebol americano.
Assim como nos RBs, o ano passado foi ótimo para os defensive backs
Certamente que os defensive backs deste ano reúnem nomes interessantes, seja por ser um dos mais talentosos do Draft (Fitzpatrick, James e Ward), seja pela versatilidade, característica específica ou capacidade de atuar no time de especialistas. Tudo isso conta. Entretanto, o destaque dos defensive backs no Draft 2018 ocorre também em decorrência do sucesso recente da posição. Veja bem: desde 2015, 156 defensive backs foram recrutados, a maior quantidade entre todas as posições. Está claro que as franquias vêm buscando uma maneira de encontrar shutdown corners, nickels sólidos ou safeties que podem atuar como linebackers.
Acontece que em 2015 e 2016, salvo as exceções de um ou outro nome de 1ª rodada (Jalen Ramsey, Marcus Peters, Trae Waynes, Landon Collins (começo da 2ª rodada), por exemplo), não foram vistos vários nomes promissores entre os DBs recrutados. Todavia, no ano passado, a posição foi um sucesso e acabou vendo vários nomes surpreendendo dentro de campo.
De fato, Marshon Lattimore, Adoree´Jackson, Tre´Davious White e Jamal Adams apenas corresponderam às expectativas de terem sido chamados na 1ª rodada. Porém, Kevin King (33ª escolha geral) nos Packers, Teez Tabor (53ª) em Detroit, Chidobe Awuzie (60ª) em Dallas, Saquill Griffin (90ª) na Legion of Boom, Desmond King (151ª) nos Chargers, e Jamal Agnew (165ª) também em Detroit, todos esses foram cornerbacks abaixo da 1ª rodada (em alguns casos chegou até o 5º round!) que foram gratas surpresas.
Para os safeties, então, Budda Baker (36ª) pelos Cardinals, Marcus Maye (39ª) pelos Jets, Marcus Williams (42ª) em New Orleans, e John Johnson (91ª) nos Rams, esses quatro nomes inesperados também tiveram grande contribuição para seus respectivos sistemas defensivos.
Em outras palavras, recrutar defensive backs em larga escalda durante o Draft, ato que não vinha dando muito certo há algumas temporadas, acabou sendo um tiro certeiro em 2017 – e essa tendência tem tudo para ganhar ainda mais relevância nesta temporada. Isso, combinado com os nomes da classe deste ano e habilidade atlética cada vez maior de alguns jogadores de ataque, faz com que os cornerbacks e safeties sejam dois dos grupos mais demandados no Draft 2018.
As franquias querem encontrar marcadores para “Rob Gronkowskis”
Ofensivamente, a NFL vive uma era pautada em quarterbacks. Tudo o que um sistema ofensivo procura fazer, na maioria dos casos, é pensando em melhorar o arsenal de ataque para quem está under center. Portanto, running backs seguros e que preferencialmente recebem passes apareceram. A linha ofensiva ganhou mais destaque, assim como os wide receivers muito completos. E os tight ends não são mais aqueles que precisam saber, primeiramente, como bloquear. TEs visados na atualidade são aqueles que sabem receber, são atléticos, criam confrontos desfavoráveis aos defensores e até podem se posicionar como wide receivers nos lados do campo – Rob Gronkowski é o maior exemplo disso.
Desta maneira, tem sido comum ver as franquias da NFL buscando defensive backs versáteis e extremamente completos para tentar combater confrontos individuais desvantajosos em situações decisivas das partidas (end zone ou third down, por exemplo). Importante ressaltar que, em geral, defensores preparados para isso vêm aparecendo. Portanto, considerando o talento de alguns defensive backs no Draft 2018, o passado recente desta função e o que os ataques da liga impõe nos dias de hoje, é natural que safeties e cornerbacks continuem sendo procurados.
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