O New Orleans Saints fez mais uma vítima: a franquia derrotou o Atlanta Falcons por 31-17 na partida que fechou a abertura da semana 12. Por mais uma rodada, o ataque dos Saints funcionou e a defesa foi eficiente. Agora, a equipe de Sean Payton acumula dez vitórias seguidas, tendo assim a melhor campanha da NFL.
O que achei do jogo, destaques individuais e coletivos, e razões para mais um revés dos Falcons, foi comentado abaixo!
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Mais um sinal do talento de Brees
Vendo aos jogos do New Orleans Saints, muitas vezes a impressão que fica é que todos os recebedores do time são muito bons e seguros para quase todas as situações. Afinal, nomes que poucas vezes ouvimos falar fazem grandes recepções e contribuem para o franquia.
Isso ficou claro novamente diante dos Falcons. Todos os quatro touchdowns de New Orleans no confronto foram marcados por jogadores não draftados, seja calouro ou free agent.
O primeiro a entrar na end zone pelos Saints foi Tommylee Lewis, o qual ainda não recebido passe nesta temporada. Lewis chegou à NFL em 2015 após não ter sido recrutado. Depois dele, Austin Carr também marcou. Em 2018, foi o segundo TD do WR que tem menos de 100 jardas recebidas na carreira.
Além deles, Dan Arnold e Keith Kirkwood receberam touchdowns. Foi o primeiro TD profissional de Arnold, bem como o do calouro não-draftado Kirkwood. Tenha em mente que nesta temporada, Drew Brees já distribuiu a bola para 17 alvos diferentes. Incrivelmente, 13 desses têm no mínimo um TD aéreo.
Mas não é que existe uma mágica em New Orleans que faz com que “todos os recebedores do time sejam bons”. Talvez haja um mágico por lá chamado Drew Brees. O toque que Brees coloca nos lançamentos, o tempo de jogo e decisão do camisa #9 fazem com que seus passes sejam precisos (quase) sempre. É o que chamamos de elevar o nível daqueles que estão ao redor. Isso, somente os ótimos quarterbacks são capazes de fazer.
Seria injusto não falar de Sheldon Rankins e Eli Apple
Não é de hoje que o pass rush do New Orleans Saints está jogando bem. E a secundária da franquia tem crescido de produção semana após semana. A verdade é que neste momento ambos os níveis defensivos estão em alta. Sobre eles, detalhadamente, dois nomes merecem ser destacados depois do embate contra Atlanta.
Sheldon Rankins fechou a semana 12 com um sack, um hit no QB e dois tackles para perda de jardas. Rankins subiu de produção na temporada passada após um ano de calouro atrapalhado por lesões. Contudo, as estatísticas do camisa #98 nem sempre refletem sua real contribuição para o time – isso é comum entre defensive tackles, aliás. No entanto, em 2018, Sheldon Rankins já totaliza sete sacks, um recorde pessoal e segunda melhor marca dos Saints no ano.
Ademais, em especial pelo desempenho frente aos Falcons, Eli Apple merece critica positiva. Apple chegou aos Saints na semana 8 em uma troca com os Giants. O cornerback, desde que foi escolha de primeira rodada em 2016, não correspondeu como esperado. Todavia, o jogo contra Atlanta foi o melhor do camisa #25 na temporada possivelmente. Eli Apple somou oito tackles e um passe defendido, e esteve cobrindo Julio Jones individualmente pela maioria dos snaps. E Apple fez um bom trabalho, em especial pelo que vimos dele nos últimos anos, marcando um dos melhores wide receivers da NFL.
Qual é o maior problema deste Saints?
Hoje, o New Orleans Saints talvez seja o melhor time da NFL. Mais que isso, é difícil olhar para o elenco da equipe e apontar um grande problema. O maior deles, no grupo como um todo, provavelmente é a defesa, visto que é um setor que ainda cede muitas jardas. Quarterbacks adversários têm média superior a 280 jardas aéreas contra New Orleans, uma das piores marcas da temporada.
Permitir quase 24 pontos por partida, como é o caso também, deixa espaço para melhora. Entretanto, o ataque dos Saints “camufla” isso. É quase válido dizer que, para os padrões de Brees e companhia, esses números defensivos são aceitáveis.
Entre setores específicos, o grupo de recebedores e linebackers são os mais limitados. Salvo Michael Thomas, o New Orleans Saints não tem um wide receiver realmente sólido e com certa experiência no elenco. Tanto que a franquia foi atrás de Dez Bryant e acabou assinando com Brandon Marshall recentemente.
Para os LBs, não há um jogador que estará no Pro Bowl, por exemplo. O trio A. J. Klein, Alex Anzalone e Demario Davis é instintivo e tem velocidade, mas carece de uma ótima referência técnica.
De qualquer maneira, a limitação dos recebedores é “compensada” pelo talento de Drew Brees, como apontado no primeiro item deste texto. No caso dos linebackers, a forma como a linha defensiva dos Saints está jogando lidera o front seven como um todo.
No fim das contas, para derrotar o time de Sean Payton, talvez não haja um defeito a ser explorado. É preciso ser de fato superior em campo. O que vem sendo difícil neste ano.
As três principais razões para a derrota dos Falcons
Todo time que tem um ataque aéreo sólido, consegue competir na NFL. Mas por que Atlanta não foi páreo para New Orleans novamente?
1) Batalha dos turnovers – Os Falcons cometeram quatro turnovers (dois na red zone), contra somente um dos Saints. Fora de casa, contra um adversário melhor tecnicamente, isso não pode acontecer.
2) Jardas corridas – Você não vai derrotar este New Orleans Saints totalizando 26 jardas corridas. Ainda mais se o time de Drew Brees tiver 124 jardas a mais que isso, como neste duelo.
3) Situações de third downs – Atlanta fechou a partida com 5/15 em situações de terceiras descidas. Quando seu ataque não fica em campo, e Brees consequentemente no banco de reservas, fica complicado derrotar este Saints. Atlanta sentiu isso na pele.