Andrew Luck é oficialmente o jogador mais bem pago da história da NFL! Na última sexta-feira (29), o atual quarterback do Indianapolis Colts – e um dos mais promissores de todos os tempos – assinou um novo contrato recorde com a franquia. Serão mais seis anos de vínculo do atleta com a equipe, com um total de US$ 140 milhões (US$ 23,3 milhões por ano) , sendo US$ 87 mi garantidos. Todos os valores citados são um novo recorde histórico da liga.
Por tudo que foi dito por Jim Irsay desde o decorrer da temporada passada, de fato, era esperado que Luck assinasse este acordo milionário. Muitas pessoas, inclusive, disseram que esperavam números ainda maiores para esse contrato.
Mas nem tudo são flores em ser o mais bem pago que a liga já viu. Andrew Luck, acredito que isso possa ser dito, nunca esteve sob tanta pressão em toda sua carreira. O camisa #12 agora, o qual teve uma temporada ruim em 2015, deve provar que é o nome certo para a franquia e fazer jus ao status de um dos melhores prospectos da história da NFL.
Por que tanto dinheiro?
Como dito, nunca, na história da NFL, viu-se um atleta receber tanto dinheiro quanto Andrew Luck receberá. E neste sentido, muitos podem estar se perguntando porquê o camisa #12 ganhará tanto. Basicamente falando, existem duas respostas para isso.
Primeiramente, devemos destacar o que Luck tem feito desde que entrou na liga. O quarterback veio para o profissional em 2012 (como um dos melhores prospectos da história, aliás), após a opção de renovação da franquia do GM Jim Irsay. Assim sendo, já em sua primeira temporada Andrew Luck mostrou que realmente tinha algo especial. Como calouro, por exemplo, ele passou para 4.374 nardas e 23 touchdowns. Um ano mais tarde, diminuiu seus 23 turnovers sofridos em 2012, para apenas 11 em 2013. A temporada de 2014, então, foi o grande marco na carreira de Andrew Luck até aqui; ela deu novos rumos e opiniões sobre a carreira do ex-jogador de Stanford.
Naquele ano, Luck foi simplesmente brilhante. Além de completar 61,7% dos passes, lançou para 4.761 jardas – marca recorde na história da franquia (sim, superando as de Peyton Manning) – e 40 touchdowns. Nas três primeiras temporadas de sua carreira, Andrew foi titular em todos os jogos, além de ter chegado aos playoffs nos três anos, incluindo uma participação na final da conferência Americana. Tudo isso, ademais, sem um grande apoio do elenco a sua volta, diga-se de passagem.
Se olharmos bem para o elenco dos Colts, desde 2012, não vemos um grande elenco ao redor do camisa #12: o jogo corrido fora abaixo da média e a linha ofensiva demonstrou enormes fragilidades. Do outro lado, na defesa, há de ser concordado, que o sistema defensivo de Indianapolis não vem sendo algo de elite, nos padrões que um time realmente competitivo requere. Para via das dúvidas, comparando Andrew Luck a Russell Wilson e/ou Cam Newton – nomes que, acredite, sempre serão comparados principalmente pela contemporaneidade e talento deles -, temos que os quarterabacks dos Seahawks e Panthers disputaram Super Bowls e alcançaram grandes feitos na liga, inclusive maiores que os de Luck. Contudo, não se esqueça que ambos sempre tiveram enorme apoio de seus running backs e, principalmente, de seus sistemas defensivos.
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Junto com tanta produção ofensiva em situações e contextos adversos, o milionário contrato de Luck pode ser explicado também pelo atual mercado da NFL. Quarterbacks, especialmente se tratando de um que é apontado como a cara da franquia, vêm recebendo valores altíssimos, alguns até absurdos em certos casos. De todo modo, caso me tornasse um general manager, de forma alguma pagaria tanto dinheiro a Andrew Luck, algo meramente pessoal. Enfim. Assim sendo, o contrato de Andrew Luck concretiza dois fatos: o quanto Jim Irsay acredita no atleta; e como o mercado da liga está “inflacionado”, digamos assim.
O primeiro grande obstáculo
Pela primeira vez como profissional, Andrew Luck se deparou com uma verdadeira adversão dentro de campo. É importante lembrar que para a temporada 2015, o Indianapolis Colts construiu um grande elenco, recheado de atletas renomados. Por exemplo, ofensivamente, além da questionada escolha do wide receiver Phillip Dorsett na primeira rodada, renomados nomes como Andre Johnson e Frank Gore assinaram com a franquia. Isso para não citar os nomes defensivos. Ou seja, um ataque que já era perigoso, com T. Y. Hilton, Coby Fleener, etc. recebeu alguns dos melhores jogadores da NFL nos últimos anos.
Tudo isso, de fato, fez com que, nas prévias antes do começo da temporada passada, apontassem os Colts como um dos favoritos à representar a conferência Americana no Super Bowl. Entretanto, essa grande campanha rumo a mais um título para a franquia, considerava que Andrew Luck, o principal jogador do elenco, continuasse brilhando. Mas isso acabou não acontecendo. Luck sofreu com lesões e viu, além de seus números caírem consideravelmente, Indianapolis decepcionar seus torcedores.
O quarterback dos Colts, devido à lesões, atuou em apenas sete jogos da temporada passada, algo que, como já mostrado, nunca havia acontecido em sua carreira. Para piorar, sua produção em campo não continuou a mesma e os Colts simplesmente não conseguiam vencer com Luck em campo. O jogador acabou triunfando em apenas duas partidas de 2015; seu aproveitamento caiu para 55,3%; e seus 15 touchdowns e 12 interceptações ficaram muito abaixo da média.
Deixando claro que o fato do Indianapolis Colts ter feito uma fraca temporada no ano passado, sendo incapaz de vencer sua fraca divisão, não tem Andrew Luck como único culpado. A franquia viu outros nomes importantes se lesionarem e outros não renderem o esperado. A questão aqui é que os Colts decepcionaram, e seu jogador mais importante, inevitavelmente, acaba sendo o mais pressionado.
E agora, Andrew Luck?
Vale a pena ficar de olho em Andrew Luck na temporada 2016 da NFL!
Além do milionário contrato assinado, o jogador terá que provar a todos que as más atuações da temporada passada não influenciarão em nada seu desempenho futuro. Os fãs da NFL sabem que adversidades são comuns na vida dos quarterbacks, Andrew Luck também.
O camisa #12, considerado por muitos com talento de um Hall of Famer, terá uma grande pressão a sua volta. Seu principal dever agora é “nos lembrar” quem ele realmente é, fato que fatalmente seria de enorme importância para que os Colts voltassem ao caminho da glória e conquistasse novamente o Super Bowl, algo que não acontece desde a temporada 2006.
Por Caio Miari
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