Não era novidade para ninguém que a offseason 2019 do Dallas Cowboys seria muito especulada e movimentada. Normal, já que os titulares na posição de quarterback, running back e wide receiver estão em busca de novos contratos.
Isso para não falar no head coach, que também entra no último ano contratual.
Mas esses são os principais/mais badalados jogadores dos Cowboys em questão nesta offseason, não os únicos.
O quarto nome desta lista era Jaylon Smith, linebacker que foi excelente em 2018, seu terceiro ano profissional.
Smith, 25, assinou uma extensão contratual com os Cowboys por cinco anos, US$ 64 milhões, sendo US$ 35,5 milhões garantidos.
Não é difícil entender por que Dallas teve interesse em manter Smith no elenco, mesmo com duas temporadas a serem jogadas no antigo contrato do defensor.
Depois de aceitar o risco de recrutar no segundo round um jogador que alguns consideravam que jamais atuaria futebol americano em alto nível novamente devido às lesões, os Cowboys agora têm em Smith um dos principais steals do time nos últimos anos.
De fato, ele não atuou como calouro em 2016 por uma lesão no joelho. Mas uma temporada depois, o jovem defensor evoluiu e disputou todos os confrontos sendo titular seis vezes, nas quais totalizou 81 tackles, um sack e dois fumbles forçados.
Errado também estava quem pensou que aquilo era o ponto máximo. Afinal, o linebacker acumulou 121 tackles, quatro sacks e dois fumbles forçados em 2018, configurando um dos principais grupos de linebackers da atualidade, ao lado de Leighton Vander Esch.
Foi fácil para ambas as partes assinar este novo acordo. Smith continuará na equipe que apostou em seu trabalho, apesar das adversidades, enquanto os Cowboys mantêm um dos melhores jovens linebackers da NFL no elenco.
A média salarial de US$ 12,8 milhões do ex-Notre Dame agora o coloca como o quinto inside linebacker mais bem pago da NFL, atrás de Bobby Wagner (Seahawks, US$ 18 mi), C. J. Mosley (Jets , US$ 17 mi), Deion Jones (Falcons, US$ 14,25) e Kwan Alexander (49ers, US$ 13,5 mi).
A questão é: os Cowboys conseguirão ter quatro jogadores entre os cinco mais bem pagos de suas respectivas posições ao mesmo tempo?
O teto salarial da liga aponta para um não como resposta. A franquia, contudo, precisa tentar encontrar soluções para isso, porque a possibilidade existe.
Smith foi o nome mais fácil de uma lista de renovações contratuais que sobrou com Dak Prescott, Ezekiel Elliott e Amari Cooper.
A tendência na atual NFL é que a prioridade fosse Prescott, Cooper e Elliott quarterback, wide receiver e running back, nesta ordem.
Porém, é difícil argumentar que Elliott não seja o jogador mais importante do elenco dos Cowboys desde que o corredor foi selecionado em 2016. O ex-Ohio State liderou a NFL em jardas corridas por partida em todas as temporadas desde então e vem de um campeonato no qual ultrapassou as 2.000 jardas de scrimmage.
Por outro lado, ninguém duvida que a posição de QB é a mais importante do futebol americano. E Prescott, pela campanha 32-16 e duas idas aos playoffs desde 2016, ganha muito com isso. Ganha também com os contratos recentes assinados por outros quarterbacks, como o rival Carson Wentz, por exemplo.
Ao mesmo tempo, os torcedores dos Cowboys se lembram como foi não ter Cooper (leia-se um WR nº 1) em campo na temporada passada. Com o ex-Oakland Raiders, Dallas venceu sete de nove partidas, com o ataque melhorando mais de 42 jardas totais por confronto.
A resposta parece óbvia, e a mesma, para todos eles: esperar a temporada 2019 e, a partir dela, tomar um rumo.
Todavia, Elliott deixa claro em seu holdout que não quer isso. E como culpar um running back neste caso?
Tendo em vista as sólidas temporadas que esses trio protagonizou em 2018, é verdade que eles têm mais a perder do que ganhar ao entrar em 2019 sem um novo contrato.
Por outro lado, superar as atuações do ano passado para a próxima offseason significaria para Jerry Jones e companhia que “não há para onde correr” com os novos acordos. E aí sim um teria que partir.
Falando em partir, o que Jason Garrett precisa para continuar sua era em Dallas? Em 2014, três anos depois de ter sido contratado, bastou uma classificação à pós-temporada (que terminou com um revés na Rodada Divisional para os Packers).
Estamos a menos de três semanas do começo de uma temporada regular que cada jogo contará muito para os Cowboys, dentro e fora de campo.
Não há muito o que fazer neste momento, aparentemente. Então adiar a solução de tantos impasses relevantes parece ser uma estratégia sensata. Quase tão sensata quanto assegurar um grande contrato a Smith.