Um lance ocorrido na partida entre Detroit Lions e Chicago Bears chamou a atenção de todos os fãs da NFL! A jogada foi envolvendo Golden Tate, WR dos Lions, que aparentemente fez uma recepção e entrou na endzone. Contudo existem incertezas se ele tinha ou não o domínio da bola. A incerteza quanto a isso é porque o CB Kyle Fuller conseguiu tirar a bola das mãos do recebedor, gerando uma possível interceptação do time visitante. Veja o lance no vídeo abaixo:
Os árbitros, primeiramente, deram interceptação para Chicago. Contudo, após a revisão eletrônica do lance, mudaram de ideia e deram pontuação para Detroit. Marcação extremamente difícil, realmente. Mas eles acertaram!!!
Em vários grupos de redes sociais, vi pessoas questionando a decisão e até afirmando que fora interceptação. Por isso, tentarei explicar melhor o lance. Vamos lá!
Primeiramente, vou explicar o básico. É óbvio que a bola sai das mãos de Tate e fica com um dos defensores dos Bears. Contudo, se Golden Tate já tivesse computado o touchdown, tudo a partir dali já não valia mais, a pontuação já estava marcada. A dúvida central era (ou ainda é): o cornerback dos Bears conseguiu fazer com que o recebedor não tivesse o domínio TOTAL da bola ao agarrá-la? Se sim, deveria ser confirmado o turnover. Se não, Tate então teria 100% da posse da bola já dentro da endzone; TD.
A arbitragem acertou em dar o TD a favor dos Lions pois quando a bola sai da mão do Golden Tate, ele já está começando os atos de “pós-recepção“. Em outras palavras, naquele momento, ele não está focado em conseguir uma recepção, mas sim apto aos “football movements“, o que confirma uma recepção.
De acordo com as regras da NFL, quando o jogador conclui a primeira etapa de uma recepção (ter posse da bola) e também a segunda etapa (estar preparado para uma corrida/na iminência de começar uma corrida após a posse), a recepção já é validada.
Por que? A regra básica de recepções ou não, resumidamente, é: ter TOTAL controle da bola e os dois pés dentro do campo, o que possibilita o jogador a correr, driblar, saltar. Ou melhor, executar os “football movements” .
Explicando melhor os Football Movements, em outras palavras, é quando o recebedor, em uma jogada, já não está mais no estágio de ser propriamente o recebedor, mas sim o corredor, “status” adquirido após ter o controle da bola em suas mãos.
Ou seja, a partir dessas definições, como vemos na jogada, Golden Tate demonstra posse da bola, tem os dois pés em campo e, repare principalmente no tronco do camisa #15, tinha “liberdade” para executar seus movimentos. Isto é touchdown!
“Mas então, por que ele não fez nenhum desses movimentos citados na jogada?” Pois ele tinha um marcador encostado nele, pronto para fazer o tackle. Além disso, dentro da endzone, com um TD aparentemente marcado, não faz sentido um receiver tentar driblar e escapar da marcação, a jogada já está terminada. Ele até tenta gira levemente seu corpo para ter equilíbrio, mas Fuller estava em ótima cobertura.
Esclarecendo um fato: se Kyle Fuller tivesse conseguido mover a bola nas mãos de Tate no momento em que ele tenta colocar os dois pés em campo, teria sido uma interceptação. Isso pois, como falado, se a bola movesse, automaticamente, o WR não teria 100% do domínio dele, ou seja, não seria um recepção. Para mim, isto não aconteceu no lance. Veja de novo. Kyle Fuller só tem total contato com a bola, para então tentar tirá-la das mãos de Tate, no momento em que o receiver encosta o segundo pé em campo.
Mais uma vez; Fuller só consegue ter total contato com a bola praticamente no exato momento em que Tate encosta seu segundo pé no gramado, e a bola não se move neste primeiro momento. Ela só começa a se mover quando Golden Tate tenta fazer relativamente seu “football movement” que foi girar seu tronco para frente, em busca de mais equilíbrio e estabilidade perante seu marcador.
Veja os primeiros 50 segundos deste vídeo (abaixo), é sobre um lance que pode ser base na discussão da jogada entre Lions e Bears.
Repare que no lance envolvendo o WR Lee Evans, dos Ravens. Repare que nesta recepção dele, ele completa a primeira etapa da recepção (ter a bola em mãos) mas o defensor consegue tirar a bola de suas mãos instantes antes dele executar a segunda etapa da recepção (ter os dois pés em campo, que implicaria em total posse de bola ao recebedor). Como as etapas iniciais da recepção não foram totalmente completadas, passe incompleto.
Queria fazer uma última pergunta, básica, mas que pode contradizer algumas pessoas que ainda não concordam com a marcação da arbitragem. Imagine que todos os jogadores em campo naquele momento, com exceção de Matthew Stafford (que fez o passe – muito bom, diga-se de passagem), Golden Tate (que recebeu a bola) e Kyle Fuller (que estava na marcação), fossem tirados do lance. Qual seria o resultado da jogada: fumble ou passe incompleto?
Lembrando que neste post eu não disse que marcar touchdown é a verdade/acerto absoluta (o) da situaçao, mas sim expliquei a marcação da arbitragem para a jogada, e dei minha opinião sobre a situação.
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