O mês de setembro, finalmente, está chegando. Com a nova temporada da NFL se aproximando, é natural que haja discussões sobre variados assuntos do campeonato. Favoritos, quem não chega bem, quem pode surpreender, os melhores e piores da offseason, para quem vai os prêmios individuais, qual time está pronto retornar ao caminho das vitórias… Ah, qual time está pronto para retornar ao caminho das vitórias! Esse é o tema que originou o Chicago Bears como pauta deste “Falando sobre”. É preciso falar mais sobre os Bears de 2018!
Um dos motivos que mais me chama a atenção neste Chicago Bears é a defesa, coordenada por Vic Fangio. Fangio está no cargo desde 2015 e, após alguns anos abaixo da média, conseguiu ótimo desempenho em 2017. Os Bears tiveram a nona melhor defesa da NFL em pontos cedidos por partida. Em jardas totais, o setor foi o décimo, permitindo 319,1 jardas em média a cada jogo. Empolgante também é o fato de que as poucas perdas na defesa de Chicago ficaram abaixo das chegadas e permanências. Isso indica que o pass rush segue comandado por Akiem Hicks e Leonard Floyd, o qual ainda pode render mais. Que a secundária continua com Kyle Fuller, Prince Amukamara e o subestimado Adrian Amos. E que Danny Trevathan também está por lá, no grupo de linebackers.
Aliás, os LBs foram citados por último pois a principal escolha do último draft do Chicago Bears foi destinada justamente ao setor. A chegada de Roquan Smith (oitavo escolhido da classe), além de adicionar o melhor linebacker do college football em 2017, oferece um apoio importante para Trevathan no meio da defesa com a saída de Christian Jones. Lembrando também que Trevathan vem sofrendo com lesões recentemente.
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Do outro lado da bola, está o ponto mais incerto do time. Ao mesmo tempo, esse é o setor que foram destinadas grande parte das principais mudanças no elenco. Neste caso, estamos falando de um ataque que foi realmente competitivo pela última vez há cinco anos. Foi em 2013 a última temporada em que o ataque do Chicago Bears terminou entre os 15 (!) melhores da NFL. Na época, a franquia ainda era liderada por nomes como Cutler, Forte, Jeffery e Marshall. De lá pra cá, quatro campeonatos com um ataque ranqueado entre os dez piores da NFL.
Não à toa, a diretoria dos Bears se preocupou em reforçar esse sistema ofensivo de diversas formas. A primeira delas já é fruto da mudança de head coaches: sai John Fox, entra Matt Nagy. Coordenador ofensivo dos Chiefs em 2016 e 2017, Nagy teve uma parcela de responsabilidade nos bons desempenhos de Alex Smith, Kareem Hunt e companhia no ano passado. Agora em Chicago, é esperado que ele, ao lado do cord. ofensivo Mark Helfrich, repita o sucesso.
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A primeira – e talvez mais importante – missão de Nagy é entrar em sintonia com Mitchell Trubisky. Um bom rendimento da segunda escolha geral do Draft 2017 é crucial para que o Chicago Bears tenha sucesso neste ano. Como calouro no ano passado, Trubisky foi titular em 12 partidas. Dessas, venceu somente quatro, totalizando sete touchdowns e sete interceptações. No entanto, é injusto olhar para o rendimento de Mitchell em 2017 e não relacioná-lo tanto ao instável grupo de recebedores quanto à desorganização ofensiva do time, o qual começou o campeonato com Mike Glennon under center.
Para auxiliar Trubisky, então, foram contratados dois recebedores interessantes. São eles: Allen Robinson, outrora o melhor recebedor dos Jaguars, e Taylor Gabriel, peça importante dos Falcons no slot nos últimos anos. Ademais, a chegada do Trey Burton pode ser chave nesse novo processo da franquia. Nagy adora usar tight ends, basta lembrar de como ele envolveu Travis Kelce em Kansas City. Por fim, vale ressaltar que Joshua Bellamy e Kevin White também fazem parte deste setor. Aliás, White também é um desafio para Matt Nagy, visto que o wide receiver praticamente não contribuiu em nada ao ataque em três anos com o time.
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Não se pode deixar de falar no backfield do Chicago Bears, onde Mitchell Trubisky está bem servido do mesmo modo. O grande destaque fica para Jordan Howard, o qual totalizou 2.435 jardas terrestres e 15 touchdowns desde que chegou à NFL em 2016. Howard tem cada vez mais se tornado um running back confiável na liga. Além dele, Tarik Cohen apareceu bem como calouro no ano passado. Cohen até apareceu contribui correndo com a bola, porém sua principal força veio recebendo passes (53 recepções) e retornando chutes (único jogador a ter retorno de kickoff acima de 40 jardas e punt acima das 60 jardas em 2017).
Falando sobre o Chicago Bears, é sensato – e até mesmo provável – pensar que o ataque melhore, bem como a defesa. Em ambos os setores, houveram chegadas interessantes, assim como as principais referências permaneceram na Windy City. Evidentemente, o sistema defensivo dos Bears chega um passo à frente do ofensivo nestes Training Camps. Contudo, para que a tradicional frase do futebol americano “…defesas ganham campeonatos” se concretize (não no sentido de troféus, mas sim de fazer real diferença durante os confrontos), é preciso que o ataque apresente certa eficiência. Isso não aconteceu em Chicago. A expectativa, portanto, é que um novo treinador, um promissor quarterback e um arsenal ofensivo estruturado (e saudável) desde o começo da temporada seja suficiente para mudar isso.
Qual o tamanho da pressão sobre Mitchell Trubisky?
Ele será titular em uma semana 1 pela primeira vez na carreira. E está começando como titular de fato também pela primeira vez sob a liderança de um novo head coach. Mas…Existe sim pressão sobre Mitchell Trubisky, por três motivos principais.
O Chicago Bears precisa de um novo grande QB
Sid Luckman é possivelmente o melhor quarterback da história do Chicago Bears. Mas arrisco dizer que nenhum fã brasileiro de futebol americano o viu jogar ao vivo, uma vez que isso aconteceu entre 1939 e 1950. Se não for ele, pode ser Jim McMahon, o qual esteve em Chicago de 1982 a 1988. Bill Wade (1961-66), Ed Brown (1954-61) e Jim Harbaugh (1987-1993) também estão na lista. Até mesmo Jay Cutler é um real candidato, caso tenha surgido a dúvida.
Analisando todos esses jogadores, algo pode ser facilmente concluído: os Bears atravessam uma seca considerável na posição mais importante do futebol americano. Seca essa que faz com que McHahon, em 1986, tenha sido o último QB do time eleito para o Pro Bowl.
Em outras palavras, isso significa que toda vez que um jovem quarterback estará under center pela equipe de Chicago, as expectativas dos torcedores aumentam. Ainda mais por se tratar de um tão promissor quanto Mitchell Trubisky.
Os reforços para 2018
Imagine que grande parte das contratações ofensivas feitas pelo Chicago Bears nesta offseason estejam bem. E que Jordan Howard protagonize mais uma temporada acima da média, como tem feito desde 2016. Isso acontecendo (o que não seria absurdo algum), a responsabilidade estaria majoritariamente depositada sobre Mitchell Trubisky. De uma maneira geral, nesse cenário, faltaria apenas desempenhos à altura do camisa #10 para que o ataque da franquia, enfim, volte a produzir. Ele precisa estar ciente disso.
Estamos falando de uma segunda escolha geral
Mitchell Trubisky não é apenas um quarterback promissor. Lembre-se que os Bears se envolveram em uma questionável troca para recrutá-lo na segunda posição geral do Draft 2017. Ele foi visto por muitos, incluindo os membros da diretoria de Chicago, como o melhor QB daquela classe. Vale lembrar ainda que toda vez que um quarterback é recrutado na primeira rodada na NFL, naturalmente, a pressão sobre ele aumenta. Além disso, de certa forma, isso ainda agrava os dois cenários citados anteriormente.
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