Sim, ele está de volta! É preciso (re)começar a falar do college football neste ano!
Estamos chegando ao mês de junho e, assim como já é hora analisar e tentar “prever” a temporada 2018 da NFL, é preciso fazer o mesmo com a nova temporada do college football. O período “sem futebol americano” entre fevereiro e agosto acaba sendo cruel ao futebol americano universitário, uma vez que o que está em pauta se torna menos relevante para o público brasileiro de um modo geral e, portanto, a cobertura perde em termos de quantidade. Todavia, saiba que estamos a menos de 100 dias para o começo da nova temporada do college football, que terá início no dia 30 de agosto.
Justamente por isso, decidi focar o “Falando sobre…” desta semana no futebol americano universitário, abordando principalmente o que esperar do campeonato em geral neste ano. De fato, os favoritos não são mistério para ninguém: Clemson, Alabama, Ohio State, Georgia, Miami, Oklahoma, Michigan, Wisconsin, Auburn, Penn State… Enfim, as grandes universidades de futebol americano dos EUA aparentemente estão engatilhadas para mais uma boa campanha – e isso é um dos fatores mais interessantes do college football. Ano após ano, são várias as escolas com potencial para brilhar (eu poderia ter citado pelo menos mais uns dez nomes nessa lista) e, combinando isso ao fato que toda temporada no mínimo uma grata surpresa aparece, temos um campeonato ideal para quem gosta de ótimos jogos de futebol americano, indefinições e emoção.
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É com isso em mente que, como forma de introduzir a temporada 2018 do futebol americano universitário, decidi falar mais sobre o assunto, apontando os principais fatores da competição neste ano (pontos relevantes que devem ser observados ao longo do campeonato) e, é claro, abordando mais sobre os playoffs do college football, assunto que, além de gerar discussões, ainda não é compreendido por todos.
Pontos para observar
Esteja atento para dois pontos cruciais daqueles que são possivelmente os melhores times do college football na atualidade: a linha defensiva de Clemson e a secundária de Alabama. Mas não pense que a razão para observar esses dois setores é a mesma, afinal, enquanto a primeira linha de defesa dos Tigers está repleta de ótimas expectativas, os defensive backs dos Crimson Tide despertam incertezas. O quarteto de DL de Clemson Christian Wilkins, Dexter Lawrence, Austin Bryant e Clelin Ferrell estão entre os melhores do país em suas respectivas posições. Já Alabama, tem questionamentos na secundária para 2018 uma vez que perdeu vários titulares (Fitzpatrick, Harrison, Wallace, Averett). Será interessante ver como Nick Saban armará sua nova defesa após tantas saídas.
Além disso, saiba que USC talvez seja a universidade do Power Five que mais tem incertezas na posição de quarterback: Matt Fink, Jack Sear e até mesmo J. T. Daniels, todos eles demonstraram inexperiência na função, mas algum nome precisará surgir como substituto de Sam Darnold neste ano.
Esteja atento também a “quem será a UCF de 2018”. Acho difícil, mas talvez você tenha esquecido que Universidade de Central Florida terminou a temporada passada com campanha 13-0, garantindo a ida ao Peach Bowl e, como se não bastasse, derrotando Auburn na ocasião. Assim sendo, os analistas querem saber: qual universidade terá a história mais brilhante e surpreendente deste ano, assegurando um dos Bowls de Ano Novo? Boise State, San Diego State, Houston, Memphis, esses são nomes que aparentam estar em segundo plano para despontar em 2018. Em segundo porque UCF encabeça essa lista de novo neste momento.
Jogadores para observar
É sempre difícil prever o que acontecerá na temporada do college football, uma vez que podem acontecer oscilações e existe um enorme leque de jogadores a ser observado. Todavia, todos os fãs de futebol americano têm aqueles nomes favoritos que chamarão a atenção durante o campeonato – particularmente, tenho dezenas deles. Desta maneira, então, decidi destacar três nomes que prometem ter ótimo desempenho nesta temporada e muito provavelmente estarão no Draft 2019.
Esteja atento a Khalil Tate, quarterback de Arizona. Tate foi titular em nove partidas da temporada passada após a lesão do titular Brandon Dawkins e, por um período, foi nomeado o Jogador Ofensivo da semana da Pac-12 quatro vezes seguidas. Khalil Tate fechou o ano passado com 62% de aproveitamento, 1.591 jardas aéreas, 14 TDs e nove INTs, além de 1.411 jardas e 12 TDs corridos.
Outro jogador de ataque que vale a pena ficar de olho é Bryce Love, running back de Stanford. Muito rápido e instintivo, Love foi reserva de Christian McCaffrey pelos Cardinal e, uma vez que o titular chegou à NFL, o então reserva aproveitou a oportunidade que teve. Em 2017, Bryce Love foi segundo colocado na disputa pelo Heisman Trophy, tendo corrido para 2.118 jardas e 19 touchdowns. Ao que tudo indica, ele será o primeiro RB recrutado no ano que vem. Do outro lado da bola, o destaque é Nick Bosa, irmão de Joey Bosa (Chargers) e defensive end de Ohio State. Bosa é visto como um dos melhores (se não o melhor) defensor em geral do college football neste ano e é provável que tenha uma carreira próspera como profissional. Ele teve 8,5 sacks pelos Buckeyes na temporada passada.
Os playoffs do college football
O objetivo de cada universidade ao começo das temporadas do college football é diferente. Sim, é isso mesmo e, logo de cara, adianto que é uma minoria das equipes do futebol americano universitário que começam um campeonato com a ambição de serem campeões nacionais. Em vários casos, devido à competitividade da conferência em que os times estão inseridos, chegar a um Bowl específico é a grande meta daquele grupo. Assim sendo, esteja ciente que anualmente apenas quatro universidades chegam aos playoffs do college football. Essas quatro universidades são definidas pelo Comitê que avalia as equipes através de um sistema de computador e define o ranking geral da competição; as quatro instituições melhores ranqueadas disputam as semi-finais (playoffs).
O regulamento do college football é confuso para muita gente, afinal, não existe algo concreto que as equipes precisam fazer para chegar aos playoffs e/ou disputarem um dos Bowls de maior destaque. Isso, é claro, tendo em mente o que o público brasileiro que acompanha a modalidade tem em mente. Por exemplo, UCF terminou a temporada passada invicta (8-0) e fechou a sua campanha disputando o Peach Bowl, enquanto Clemson (7-1) estava nos playoffs.
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Saiba que isso acontece porque o Comitê do college football que define quais times chegarão aos playoffs ao término da temporada regular levam em conta – e com razão – a conferência que cada universidade faz parte, uma vez que isso determina os adversários que os times terão ao longo do campeonato. Assim sendo, UCF faz parte da AAC, conferência bem mais fraca que a ACC, na qual se encontra Clemson. Entender isso, sabendo das diferenciações entre conferências, é fácil e esclarece parte do que a NCAA defende; contudo, pode ser difícil compreender o porquê de Wisconsin (8-0) e em especial Ohio State (7-1) terem ficado fora dos playoffs em 2017 sendo que Alabama (7-1) estava lá – isso gerou discussões no ano passado.
Todavia, isso acontece porque o college football é subjetivo e, como explicado, não leva em consideração apenas as campanhas de cada universidade. É levado em conta o que os “olhos” de cada membro do Comitê estão vendo durante os confrontos, as forças das derrotas e vitórias de cada time (se foi para um oponente em alta ou para um “saco de pancadas, por exemplo), a conquista da conferência… Enfim, uma série de fatores que, como abrem espaço para certa subjetividade, culminam em conclusões diferentes no fim das contas. Diferentes, porém não ruins, tampouco menos emocionante.
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