Já destaquei a “interminável” carreira de Brett Favre; a predestinada jornada de Tom Brady; e o modelo de carreira visto em Peyton Manning. De certa forma, mesmo que em um estilo diferente, o legado de Dan Marino na NFL também foi destaque por aqui e, por favor, não se esqueça de Donovan McNabb, o maior QB que o Philadelphia Eagles já viu. Mas está faltando o nome de alguém, certo? Afinal, como destacar alguns dos maiores quarterbacks que já passaram pela National Football League e não incluir Joe Montana?
Na verdade, assim como não consigo me lembrar de como a ideia de destacar fatos das carreiras desses quarterbacks surgiu, não sei porque Montana não foi abordado anteriormente. E nem porquê Favre foi o primeiro, por exemplo. Mas enfim, nada disso tem grande importância agora.
O que está em pauta neste momento é a tentativa de descrever ou, melhor dizendo, enaltecer os principais fatos de uma carreira resumida em genialidade. Joseph Clifford Montana Jr., ou só Joe Montana, é um daqueles casos que podemos dizer que o futebol americano, mais cedo ou mais tarde, seria o ponto máximo de sua carreira. Desde os tempos de high school, com a passagem pelo college football até as performances na National Football League, o legado de Joe no futebol americano foi inteiramente marcado por glórias.
De um lado, digo que a vida de Joe Montana é imaginável sem o futebol americano nela. Do outro, ao mesmo tempo, tenho que dizer que o futebol americano não seria o mesmo se não fosse por esse lendário quarterback. Esta combinação é o que todos os jogadores um dia sonham – mas pouquíssimos conseguem fazer disso uma realidade.
Porquê sua carreira é tão incrível
Se você der todas as estatísticas da carreira de Montana, levando em conta apenas a temporada regular, a um fã de futebol americano que está acostumado com o atual padrão da NFL, esse talvez não entenda porquê o ex-jogador do San Francisco 49ers é visto como um dos maiores que já existiu. Afinal, Joe Montana nunca passou para mais de 4.000 jardas em uma temporada e teve apenas um ano com mais de 30 touchdowns (31). Entretanto, isso seria, além de uma injustiça, uma análise muito rasa em relação ao jogador.
A carreira de Montava ficou marcada, especialmente, pelo que o atleta fazia nos momentos mais decisivos. Tanto que seu apelido é “Joe Cool”, remetendo-se à frieza do camisa #16 nas situações cruciais das partidas. E tudo isso fez com que Joe dominasse grande parte dos jogos que disputou em pós-temporada, que é justamente quando mais importa. Nos playoffs, foram 16 vitórias e apenas sete derrotas. Ademais, Montana disputou quatro Super Bowls, tendo vencido todos eles – sua porcentagem de triunfo na decisão é a maior na história da liga entre jogadores que disputaram quatro ou mais finais. Ainda, saiba que Montana foi o MVP do Super Bowl em três ocasiões, que também configura um recorde.
Ah, antes que eu me esqueça: dois desses Grandes Jogos foram vencidos com um touchdown orquestrado por Montana que aconteceu entre os 35 segundos finais dos confrontos. Além disso, nunca é demais lembrar que em uma final de conferência ainda houve a chamada “The Catch”, contra o Dallas Cowboys.
Enquetes, fãs, analistas, companheiros e rivais, todos são unânimes em afirmar: o mundo do futebol americano nunca viu alguém tão decisivo quanto Joe Montana.
Sua saída de San Francisco
Engana-se quem pensa que a carreira de Joe Montana foi toda destinada ao San Francisco 49ers. Durante as temporadas de 1993 e 1994, o quarterback defendeu as cores do Kansas City Chiefs, sendo que em seu primeiro ano por lá, quando conseguiu chegar à decisão da Conferência Americana, por pouco não enfrentou o próprio 49ers no Super Bowl, já que seu ex-time havia disputado a decisão da Conferência Nacional na ocasião. E não para por aí: a ida de Montana para os Chiefs, além de ser considerada uma das grandes trocas da história da NFL, tem fatos interessantes atrelados à ela.
Pelo jogador, que na época acabara de completar 37 anos, Kansas City precisou dar “apenas” uma escolha de primeira rodada (que era a 18ª do Draft de 1993). Com a escolha, os Niners acabaram recrutando Dana Stubblefield, defensive tackle que teve uma carreira produtiva na NFL, terminando com 53,5 sacks.
Vestindo as novas cores, então, Joe Montana fez aquilo que era esperado. Em sua nova casa, o QB atuou por dois anos, e chegou aos playoffs em todos eles. Nessas passagens, Montana totalizou dois triunfos, marca que superou o total de vitórias que os Chiefs haviam alcançado entre 1972 e 1991. Ademais, Joe liderou Kansas à final de conferência em 1993, algo que não acontecia com a franquia desde 1969.
Com o Kansas City Chiefs, Joe Montana não conseguiu vestir sua tradicional camisa #16, que ficou marcada pelos tempos de 49ers. Por conta disso, ele se propôs a usar o número #3, o qual já havia sido usado por ele na universidade de Notre Dame. Todavia, assim como no primeiro caso, o número não estava disponível pois esse já estava aposentado pela franquia. Respectivamente, os nomes “imortalizados” foram Len Dawson e Jan Stenerud. Assim sendo, Joe Montana decidiu relembrar os tempos que jogava futebol americano em sua infância, vestindo a camiseta #19.
A história de Joe Montana com o Kansas City Chiefs, por mais curta que tenha sido até o jogador se aposentar por lá, foi produtiva, e os torcedores da franquia nunca esquecerão Joe Cool. Contudo, por pouco o quarterback não tomou outros rumos ao deixar a California. Montana é fã declarado do Pittsburgh Steelers e assumiu que tentou ir para a Pensilvânia quando ficou sabendo de sua saída dos Niners. Contudo, Pittsburgh basicamente disse “não” ao jogador, justificando seu ato pela presença de Neil O’Donnell no elenco. O’Donnell até teve considerável sucesso no futebol americano profissional, mas é de se concordar que os Steelers não tomaram a decisão correta em deixar Joe passar.
O sucesso fora das quatro linhas
Joe Montana já se casou três vezes. A primeira delas em 1974, com Kim Moses. Depois disso, seu casório foi com Cass Castillo, em 1981. Por fim, desde 1985, o lendário jogador de futebol americano está casado com a atriz e modelo Jennifer Wallace Montana.
Neste período, Montana teve quatro filhos, sendo dois homens (Nick e Nate) e duas mulheres (Alexandra e Elizabeth). Os dois meninos da casa também tiveram certa carreira no futebol americano universitário. Nick, 25 anos, atuou por quatro temporadas pela universidade de Tulane. Nate (27), por sua vez, também foi quarterback, pelas universidades de Notre Dame e West Virginia.
Outro fato além do futebol americano que chama atenção em Joe Montana foi seu sucesso com os negócios após a aposentadoria. De acordo com o site The Richest, o patrimônio líquido de Montana está na casa dos US$ 80 milhões. Depois de pendurar as chuteiras, o ex-quarterback, além de aparecer em diversos comerciais, fundou uma empresa de vinhos (chamada Montagia) e decidiu comprar alguns cavalos, trabalhando com isso também.
“Vencedores, estou convencido disso, imaginam seus sonhos primeiros. Eles querem eles com todo seu coração e esperam que se tornem realidade. Não existe, acredito eu, outra maneira de viver.”
Esta talvez seja a frase dita por Joe Montana que melhor resuma seu legado na NFL. E olha que fazer isso é extremamente complicado, visto tudo que ele já conquistou na liga. Seguindo o que foi dito por ele, então, imagino que Montana deve ter sonhado muito e realmente acreditado que alguma hora aquilo dentro de sua cabeça se tornaria realidade. E este, com certeza, soube viver.
Nenhum quarterback da história demonstrou tanta capacidade de transformar derrotas em vitórias, se é que vocês me entendem. O que Joe Montana fez na NFL foi impressionar um mundo que não estava acostumado aos quarterbacks do seu tipo. Ele fez grande parte do que vemos Tom Brady (ou víamos em Peyton Manning) em uma época que poucos faziam. Como ele conseguiu? Sonhando, como o próprio respondeu um dia.
O que mais lhe chama atenção na carreira de Joe Montana? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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