Um final de jogo épico, algumas zebras, divisões muito bem desenhadas (com uma outra exceção, claro), momentos ruins piorando, sequências chegando ao fim… A semana 14 da NFL, principalmente no que diz respeito a playoffs, foi determinante. Para a briga pelo MVP, idem.
Por que, como e onde tudo isso aconteceu foi destacado abaixo!
“O Milagre de Miami”
O final de jogo mais inesperado desta temporada da NFL aconteceu em Miami na semana 14! Isso pois os Dolphins encontraram uma maneira de derrotar o New England Patriots após começar sua campanha final perdendo por cinco pontos, sem timeout e com o cronômetro marcando sete segundos. Incrivelmente, a jogada que começou com Ryan Tannehill na própria linha de 31 jardas lançando para Kenny Stills, passou por DeVante Parker e depois por Kenyan Drake, o qual correu até a end zone. Caso você não tenha entendido: o Miami Dolphins fez um lance à la Rugby na última jogada da partida, com dois passes laterais, e conseguiu marcar!
Verdade seja dita, o triunfo dos Dolphins precisa ser ligado a vacilos incomuns dos Pats. Os erros de Stephen Gostkowski continuam (extra point e field goal de 42 jardas), Tom Brady aceitou um sack infantil e, por algum motivo, Rob Gronkowski estava em campo na jogada derradeira do confronto. Era inviável que Miami executasse uma Hail Mary no caso. Por outro lado, vale ressaltar o desempenho de Tannehill: 14/19, 265 jardas e três TDs.
A vitória mantém a equipe da Florida viva na briga pelos playoffs, com 7-6. Para New England, era o momento de basicamente assegurar pelo menos um mando de campo em janeiro. As coisas seguem indefinidas da AFC.
Chicago conseguiu uma atuação “de dar medo” aos oponentes
O Sunday Night Football da semana 14 da NFL não foi tão empolgante como era esperado. Isso pois o que predominou em campo foi o sistema defensivo do Chicago Bears – o resultado de 15-6 mostra isso. A boa atuação da defesa dos Bears não deve ser surpresa alguma, mas sim um sinal de que desempenhos sólidos desse setor devem acontecer também na pós-temporada. Chicago simplesmente limitou o melhor ataque da NFL em seis pontos, interceptou Jared Goff quatro vezes e viu Todd Gurley com 28 jardas corridas.
Como citado, não foi apenas uma performance muito acima da média de um sistema defensivo. Foi uma performance excelente de uma defesa contra o melhor ataque da liga em geral. São desempenhos como esse que amedrontam os rivais. Hoje, mais do que nunca em 2018, ninguém quer enfrentar a defesa do Chicago Bears.
Dallas conseguiu a vitória que precisava. Pior para Philly…
O Dallas Cowboys recebeu o Philadelphia Eagles sabendo que poderia deixar seu arqui-rival virtualmente eliminado. Mais que isso: sabendo da realidade de Giants e Redskins, os Cowboys jogaram cientes que, com um triunfo, basicamente garantiam vaga nos playoffs. E foi isso que aconteceu!
Os Cowboys, comandados por mais uma atuação decisiva de Amari Cooper (217 jardas e três TDs), bateram os Eagles em duelo definido apenas na prorrogação (29-23). Dak Prescott também merece destaque pela forma como fechou a partida. Depois de três períodos pífios, o QB subiu de produção no último quarto, quebrando até seu recorde pessoal de jardas aéreas (agora 455).
Dallas tem dois jogos de vantagem no topo da NFC Leste e, portanto, pode sacramentar a conquista divisional na próxima rodada. Philly já passa a olhar em especial para a disputa de Wild Card, mesmo sabendo que sua defesa baleada secundária não merece ir aos playoffs.
Houston não conseguiu a vitória que precisava. Melhor para Indy!
Em situação até melhor que a dos Cowboys, estava o Houston Texans, que entrou na semana 14 podendo vencer a AFC Sul. Para isso, a franquia tinha que vence o décimo jogo consecutivo no ano, contra os Colts. Todavia, Houston teve dificuldades para correr com a bola e acabou derrotado. Por outro lado, foi uma boa resposta de Indianapolis, que havia perdido por 6-0 para Jacksonville na semana 13. Andrew Luck apareceu com 399 jardas aéreas, sendo 199 delas para T. Y. Hilton.
Assim sendo, os Colts, que ficaram felizes com o tropeço dos Ravens, voltaram a empatar as coisas pela última vaga do Wild Card. Entretanto, Baltimore ainda leva vantagem nos critérios de desempate, pelos jogos na mesma conferência. Para os Texans, o topo da divisão segue tranquilo, mas a oportunidade de ultrapassar os Patriots na disputa por folga e mando de campo foi desperdiçada.
A rodada quase perfeita para os Chiefs
Não foi uma atuação brilhante do Kansas City Chiefs, pelo contrário. Em geral, o Baltimore Ravens foi superior implantando o plano de jogo. Tanto que, se não fosse pelo talento individual de Patrick Mahomes, KC provavelmente teria sido derrotado.
Individualmente, Mahomes roubou a cena de novo. Isso, não apenas pelas 377 jardas e dois touchdowns lançados, mas também pelo passe “sem olhar” e em especial conversão de 4ª para 9 surreal que protagonizou. Como de praxe no outro lado da bola, o trio Houston-Ford-Jones chegaram bem ao QB adversário.
Assim sendo, além do importante triunfo na prorrogação, os Chiefs viram Patriots, Texans e Steelers (os outros líderes divisionais), todos sendo derrotados. Assim, o time garantiu o passaporte para a pós-temporada. Ah, e se tudo isso se repetir na semana 15, Kansas City assegura partidas no Arrowhead Stadium em janeiro com duas rodadas de antecedência. Baltimore, por sua vez, permanece em zona de playoffs, mas vê rivais se aproximarem.
Só não perfeita foi porque…
Pois o Los Angeles Chargers também venceu. Vale ressaltar que L. A. não teve um desempenho dos mais empolgantes, o que coloca ainda mais em pauta a falta que Melvin Gordon faz ao elenco. Contudo, o resultado positivo de 26-21 diante dos Bengals, o qual marcou a décima vitória dos Chargers na temporada, era o objetivo. Com esse completado parcialmente, Los Angeles olha para a semana 15 e vê o “primeiro jogo mais importante do campeonato”: o segundo embate diante dos Chiefs em 2018.
O primeiro jogo dos Packers sem Mike McCarthy
O Green Bay Packers entrou em campo pela primeira vez desde 2005 sem Mike McCarthy nas laterais do gramado. O interino Joe Philbin ficou no comando do time e estreou com o pé direito no cargo, afinal, os Packers derrotaram os Falcons sem grandes dificuldades, por 34-20. Aaron Rodgers sentiu o desentrosamento no ataque mais uma vez, porém ainda obteve dois touchdowns e nenhuma interceptação. O camisa #12 quebrou o recorde de mais passes tentados sem ser interceptado, que agora é de 368 (e contando).
Em âmbito geral, o confronto entre Green Bay e Atlanta não colocava em pauta grandes pretensões, visto que, de um lado, vimos uma equipe que acabou de demitir seu treinador. Do outro, uma que talvez comece a pensar em fazer o mesmo depois de 2018.
Uma atuação (e resultado) terrível para Denver
A semana 14 da NFL não poderia ter sido pior para o Denver Broncos. Primeiramente, saiba que a atuação da franquia foi ruim. Erros em geral, penalidades, poucas big plays… Os maiores problemas dos Broncos de 2018 voltaram a aparecer diante do revés para os 49ers. Ademais, tenha em mente que Titans, Colts e Dolphins venceram, chegando todos a retrospecto 7-6. Se considerarmos que os Ravens também têm essa campanha, Denver fica com quatro adversários melhor ranqueados, com três rodadas restantes.
Para o Denver Broncos, faltou consistência no duelo contra San Francisco, bem como faltou em todo o campeonato. As chances da equipe ainda não acabaram, porém é como tivessem.
A volta de Sam Darnold e a mesmisse de Saquon Barkley
Fora desde a semana 9 da NFL, Sam Darnold voltou under center pelos Jets, diante do também calouro de primeira rodada Josh Allen. E a volta de Darnold relembrou os fãs de New York que o futuro pode ser bom para a equipe. Darnold mostrou boa mobilidade, fez lançamentos precisos e alcançou a primeira virada em último período de sua carreira. De quebra, encerrou uma sequência de seis reveses seguidos do New York Jets.
Enquanto a volta de Darnold levou aos Jets algo que não era normal no momento (uma vitória), também em New York, os Giants viram Saquon Barkley fazer aquilo que tem feito desde a semana 1. Na vitória frente aos Redskins, Barkley totalizou mais de 200 jardas e um touchdown. Consequentemente, o New York Giants anotou 40 tentos pela primeira vez desde 2015. E detalhe: fez isso sem Odell Beckham Jr..
Acredite ou não, mas…
– A AFC Norte pode ter três times nos playoffs. Os Steelers não foram bem e perderam a terceira seguida (pasmem, para o Oakland Raiders). Os Ravens também saíram de Kansas City derrotados. Os Bengals caíram de novo. Já os Browns, por sua vez, foram a única equipe dessa divisão a triunfar. Cleveland aproveitou o mau momento de Carolina e mostrou ótima capacidade de fechar seus jogos. Agora, o time está a dois jogos da liderança divisional e a um dos concorrentes de Wild Card, onde figura Baltimore.
– Taysom Hill bloqueou um punt. Hill protagonizou a jogada que mudou de fato o momento do jogo a favor dos Saints, em uma tarde que não marcou uma vitória brilhante de New Orleans. Em 2018, Hill tem punt bloqueado e retornado, passe completado, TD corrido, passe recebido e tackle feito.
– Agora, a maior sequência de derrotas pertence aos Panthers. Cinco reveses seguidos, este é o momento de Carolina, que havia começado o ano 6-2. A equipe de Ron Rivera amarga campanha 6-7 e já torce por combinação de resultados para chegar aos playoffs.
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– Derrick Henry marcou um TD de 99 jardas corridas. É isso mesmo, o RB dos Titans igualou o touchdown terrestre mais longo da história da NFL. De quebra, totalizou quatro TDs na noite, além de 238 jardas corridas.
– Josh Allen sabe correr com a bola. O calouro se tornou o primeiro QB da era Super Bowl a totalizar 100 jardas corridas em três jogos seguidos. Nem mesmo Michael Vick alcançou o feito.
– Os Cowboys têm campanha 5-1 com Amari Cooper. Nesse período, lançando para Cooper, Prescott tem aproveitamento de 75,5% e rating de 137,5!
– George Kittle quase entrou para a história. O tight end dos 49ers fechou a tarde cinco jardas atrás de Shannon Sharpe como o TE com mais jardas recebidas em uma partida (215). P. S Kittle fez isso com Nick Mullens lançando a bola.
– Bradley Chubb lidera os Broncos em sacks. Com mais dois sacks conquistados na rodada, o novato já soma 12 em 2018, 0,5 a mais que Von Miller.
– Colin Kaepernick está fora da NFL. Respeite as decisões políticas de cada um. Contudo, não ache normal que Mark Sanchez, Josh Johnson, ou qualquer outro QB dos Redskins esteja empregado (e titular), enquanto Kaepernick passa seus domingos em casa. Washington acabou de perder o quarto jogo consecutivo.
– Ryan Tannehill 4-0 em Miami contra Tom Brady nos últimos quatro encontros. A última vez que Brady derrotou Tannehill na Florida foi em 2013.