O Draft 2018 viu um running back chamado entre as três primeiras escolhas da classe pela primeira vez desde que o Cleveland Browns escolheu Trent Richardson na terceira posição em 2012. Seis anos depois, o New York Giants fez Saquon Barkley o nº 2 do recrutamento — e o resultado foi imediato. Como calouro, Barkley brilhou. Mais que isso, fez história.
As 2.000 jardas de scrimmage, as 91 recepções, os cinco touchdowns de 50/+ jardas… Enfim, todos eles configuraram marcas históricas na NFL. E as 1.307 jardas terrestres e 11 TDs escrevem uma relevante parte da história dos Giants.
Ao todo, Barkley teve 2.028 jardas e 15 touchdowns como calouro. Ele pegou na bola 352 vezes (5,8 jardas por toque), sendo 261 corridas e 91 recepções. Tudo isso rendeu a ele uma votação ao Pro Bowl e o prêmio de Calouro Ofensivo do Ano.
Ele foi uma das poucas notícias positivas do ataque de New York, o qual foi abaixo da média e ficou marcado por várias incertezas. E olhando para a temporada 2019, depois do que foi visto da equipe novaiorquina na offseason, é provável que o camisa #26 tenha participação ainda maior — e mais importante — a este sistema ofensivo.
A questão para os adversários, portanto, é como parar o running back. Claro, os treinadores oponentes assistirão aos vídeos de Barkley dezenas de vezes a fim de encontrar uma maneira de, no mínimo, conter o corredor. Fazer ajustes, principalmente na defesa, é um dos grandes trabalhos das comissões técnicas semana após semana durante o campeonato.
Assim sendo, de um lado, sabemos que Barkley é um jogador de talento raro. Um franchise running back, podemos dizer, que muda o ritmo de uma franquia a curto e longo prazo. Com um ano a mais de experiência profissional, em tese, ele estará ainda melhor.
Em contrapartida, como citado, as defesas rivais tentarão parar o running back. Tenha em mente que conter Barkley talvez seja a principal maneira de derrotar os Giants neste ano. Estamos falando de um time que, pela segunda temporada seguida, não deve ter um arsenal muito completo ofensivamente.
Foi com isso em mente que decidimos voltar no tempo e avaliar como outros running backs se saíram após uma temporada de novato brilhante.
Esta é a lista de RBs calouros com pelo menos 1.700 jardas de scrimmage (sendo no mínimo 1.200 corridas e 300 recebidas) e 12 touchdowns.
Os nomes destacados em laranja são os únicos três da história da NFL a atingiram 2.000 jardas totais no primeiro ano profissional.
Avaliando as temporadas nº 2 de todos os esses jogadores na liga, fica claro: o melhor ainda pode estar por vir.
Billy Sims teve uma pequena queda nos números em geral, apesar de ter melhorado sua média de jardas por tentativa e jardas por toque na bola. Lembre-se: é natural restringir a participação de running backs. Sims obteve 1.888 jardas e 15 touchdowns em 1981.
Jogador Ofensivo do Ano como calouro em 1983, Curt Warner é o único caso de queda drástica de produtividade na transição do primeiro para o segundo ano na NFL. Contudo, isso se dá pois o ex-Seattle Seahawks sofreu uma lesão que o deixou de fora de praticamente toda da temporada de 1984. Warner, todavia, daria a volta por cima com mais de 1.400 jardas de scrimmage uma temporada mais tarde.
Nomes como Eric Dickerson e Edgerrin James elevaram suas estatísticas com um ano a mais de experiência. James liderou a liga em jardas totais com 2.303, ao lado de 18 TDs, em 2000. Dickerson, por sua vez, foi além: suas 2.105 jardas terrestres em 1984 estabeleceram um recorde que ainda permanece intacto na NFL, mais de três décadas depois.
Já Clinton Portis, em 2003, praticamente manteve a sólida produção como estreante: 1.591 jardas e 14 touchdowns corridos.
No sentido de ter caído de produção em campo, Doug Martin talvez seja o principal caso. Depois de brilhar em seu primeiro ano pelo Tampa Bay Buccaneers, Martin também sofreu com lesões em 2013, as quais o limitaram em apenas seis partidas no ano. Ainda assim, Martin não jogava bem antes da lesão. Ele teve apenas um touchdown, e 3,6 jardas por tentativa, no tempo que atuou. Diga-se de passagem, ao contrário dos outros casos, Martin jamais conseguiu repetir os padrões de calouro.
Aqui estão as estatísticas completas desses jogadores como segundo anistas:
Por fim, o caso mais recente nesta comparação é o de Ezekiel Elliott. Como novato, Elliott encantou os torcedores do Dallas Cowboys, algo que se repetiu em todas as três temporadas do camisa #21 até agora na NFL. Em 2017, entretanto, o running back teve uma queda de produção total, já que foi suspenso por seis jogos. Naquele ano, ele liderou a liga em média de jardas corridas por confronto (98,3).
Esta lista muito provavelmente ainda contaria com mais um nome: Marcus Allen. Allen teve incríveis 1.098 jardas de scrimmage e 14 touchdowns totais em nove partidas como calouro em 1982. No entanto, aquela temporada ficou limitada a esses nove jogos devido ao strike dos jogadores.
O que esperar de Barkley em 2019, portanto?
A história mostra que existe um fundamento de enorme sensatez no fato de Barkley ser o favorito à primeira escolha geral na maioria das ligas de fantasy football.