Durante a offseason, comentei muito a respeito de quarterbacks backups na NFL: quanto as equipes gastam, os níveis entre eles, o que configura um reserva na liga e, principalmente, a frequência com que cada franquia precisa dos serviços de seus QBs nº 2.
Após um mês de temporada regular em 2019, acredito que uma parte considerável de tais artigos já possa ser atualizada. Afinal, quase metade dos times da liga já tiveram mais de um nome under center neste ano.
Tenha em mente que 11 equipes podem ter um QB titular na semana 5 diferente daquele que começou na semana 1.
Em alguns casos, até mesmo o terceiro quarterback já fez, ou se prepara, para participar de eventuais confrontos.
Entre 2014 e 2018, quase 90% dos times da liga precisaram dos serviços dos backups pelo menos uma vez, e a campanha desses quando demandados foi de 117-226-1.
Saiba ainda que nesse mesmo período, em média o QB titular teve sequência de 2,5 temporadas antes de ser substituído.
Nesta temporada, então, já vimos diferentes fatores influenciando em uma impressionante movimentação de quarterbacks até agora.
Nick Foles se lesionou na primeira partida do ano e deu lugar a Gardner Minshew, que talvez já seja o novo backup mais badalado da NFL. E a lesão de Drew Brees em New Orleans acabou finalmente dando chance a Teddy Bridgewater, o QB reserva de maior salário, como titular.
Isso para não falar do New York Jets, que perdeu Sam Darnold na semana 1, viu o reserva imediato Trevor Siemian sofrer grave lesão na semana 2, e agora tenta sobreviver com Luke Falk, até que Darnold esteja recuperado.
Enquanto isso, Carolina Panthers tem encontrado sucesso mesmo não tendo o titular under center: Kyle Allen apareceu bem na ausência Cam Newton. Allen venceu ambas as partidas que começou em 2019, e agora as únicas três vitórias dos Panthers nos últimos 11 confrontos tiveram o camisa #7 titular.
Um time que perdeu o QB principal porém não espera pelo retorno desse neste ano é o Pittsburgh Steelers. Em seu segundo ano profissional, Mason Rudolph substitui Ben Roethlisberger, fora pelo restante da temporada, e o ex-Oklahoma State conheceu na quarta rodada o primeiro triunfo profissional da carreira.
E a semana 4 ainda criou cenários em que dois novos quarterbacks podem — e devem — ter chances como titular por pelo menos uma partida.
Chase Daniel e Matt Barkley entraram com o confronto em andamento para Bears e Bills respectivamente na rodada. Enquanto Mitchell Trubisky teve uma lesão no ombro e já foi confirmado fora da semana 5, Josh Allen segue no protocolo de concussão da NFL.
Lembre-se também que essa marcante quantidade de oportunidades aos backups começou semanas antes do kickoff inicial, quando Andrew Luck se aposentou e, inesperadamente, passou a responsabilidade para Jacoby Brissett.
Como de praxe, há casos de titulares em momentos ruins que não deixam a comissão técnica com outra opção a não ser lançar quem está no banco de reservas. O que não necessariamente é algo ruim.
O Miami Dolphins começou com Ryan Fitzpatrick mas agora é liderado por Josh Rosen.
O New York Giants tinha Eli Manning under center até a semana 2, até que a era Daniel Jones foi iniciada. E algo parecido pode ocorrer em Washington, visto que os Redskins aparentemente já buscam um plano diferente de Case Keenum.
Dwayne Haskins pode ser o nome preferido pelo potencial, mas o veterano Colt McCoy tem chances reais de começar aquela que seria sua 28ª partida na NFL.
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A busca por um sólido quarterback titular, preferencialmente um franchise QB, é o objetivo principal de cada franquia da NFL na atualidade. E as lesões têm sido fator determinante para uma profundidade maior quando uma diretoria pensa em montar seu grupo de quarterbacks antes de cada campeonato.
Tendo a passagem recente de Nick Foles pelo Philadelphia Eagles como referência, é possível dizer que a função de backup quarterback (ou, em certos casos, almejantes à titularidade) nunca foi tão importante para um time de futebol americano quanto atualmente.