A comissão técnica do Miami Dolphins decidiu colocar Josh Rosen, ao invés de Ryan Fitzpatrick, como titular para o confronto da semana 3 contra o Dallas Cowboys.
A mudança acontece depois de um começo de temporada pífio da equipe da Florida: os Dolphins foram derrotados por um placar combinado de 102-10 nas duas primeiras semanas do campeonato.
O time é o pior da liga em pontos marcados e sofridos por jogo, ainda não sabe o que é ter mais de 200 jardas totais em uma partida e tem mais turnovers (7) do que TDs anotados (1) e sacks (3).
Enfim, os debates ligados a pior equipe da história da NFL não são exagero. Pelo menos não nas primeiras duas semanas.
É sob esta conjuntura que Rosen ganha sua primeira oportunidade como titular depois de ter começado 13 partidas pelo Arizona Cardinals como calouro em 2018. O ex-UCLA não foi bem em Phoenix, e venceu apenas três partidas, lançando 11 touchdowns contra 14 interceptações.
A combinação de apresentações duvidosas com a vontade dos Cardinals de recrutar Kyler Murray colocou Rosen no mercado — e por valor interessante: a 10ª escolha geral de 2018 foi trocado para Miami por duas escolhas do Draft, uma de segunda (2019) e outra de quinta (2020) rodada.
O que nem todos consideraram é que, por trás de atuações ruins de Rosen em Arizona, estavam adversidades não aconselháveis a nenhum calouro, nem mesmo um considerado dos principais de uma das melhores classes de quarterbacks dos últimos anos.
Nos Cardinals, além de não ter começado a temporada como titular (Sam Bradford), Rosen foi rodeado por:
- Steve Wilks, head coach estreante, de mentalidade defensiva e que foi demitido ao término da temporada
- Mike McCoy, coordenador ofensivo que acumula três demissões em anos consecutivos nos últimos três times trabalhou
- Um grupo de recebedores limitado e que perdeu as melhores peças, em algum período, por lesões
- Uma linha ofensiva devastada por lesões
- Um sistema defensivo abaixo da média
Os Cardinals de 2018 fizeram David Johnson parecer um running back “comum”.
Em Miami, portanto, Rosen teria a chance de mostra o contrário, e quem sabe até que a franquia de Arizona errou ao trocá-lo. Mas tudo indica que a narrativa continuará desfavorável ao jovem quarterback.
Já não é absurdo imaginar o valor do camisa #3 caindo ainda mais no mercado da NFL em um futuro próximo. Afinal, Miami atualmente faz todos os jogadores de seu elenco, os que ainda permanecem por lá, parecerem piores, assim como os Cardinals ano passado.
Brian Flores, que ainda não está em posição para ter o trabalho julgado, é um treinador estreante e especialista em defesa. E o coordenador ofensivo Chad O’Shea também está em seu primeiro trabalho da carreira no cargo.
A linha ofensiva? 10 sacks e 2,3 jardas corridas por tentativa cedidos em dois jogos.
O grupo de recebedores, que perdeu Kenny Stills há algumas semanas, pouco pode fazer.
Os dois running backs titulares — Kenyan Drake e Kalen Ballage — têm 36 jardas corridas neste ano. Juntos.
A defesa, que já era a pior da liga, acabou de perder o nome mais promissor com a troca de Minkah Fitzpatrick para o Pittsburgh Steelers.
E o calendário marca encontros com Cowboys, Chargers, Browns, Eagles, Patriots, para não dizer Bills (duas vezes), Colts e Steelers.
É com isso que Rosen trabalhará nos Dolphins.
Por mais que já tenhamos visto de tudo no futebol americano, mudar o atual cenário de Miami não é para qualquer um. É para nenhum.
Portanto, o mais provável é que ele fracasse, assim como o restante da franquia. Quem ganha indiretamente com isso? As equipes que buscam um quarterback titular para o futuro.
Até que seja mostrado o contrário, sob circunstâncias justas, Rosen ainda é um dos QBs mais promissores da liga. E que fica cada vez mais desvalorizado sendo vítima dos piores times da NFL nas duas últimas temporadas.