O running back Leonard Fournette, ao que tudo indica, estará em campo contra o Indianapolis Colts na semana 10. Esta será a primeira partida de Fournette em mais de um mês; a última vez que esteve em campo foi em 30 de setembro. Nesse período de ausência, os Jaguars sentiram – e muito – a falta do camisa #27.
Verdade seja dita, Leonard Fournette ainda não teve um desempenho espetacular em 2018. Nas duas vezes que atuou, contra Giants na semana 1 e Jets na semana 3, somou 24 toques na bola e 90 jardas. Contudo, não se esqueça que o futebol americano é como um jogo de xadrez: muitas vezes, a presença de uma peça no tabuleiro muda o panorama do confronto.
Com Fournette em campo neste ano, o Jacksonville Jaguars tem campanha 2-0. O time marcou 25,5 pontos por partida, e sofreu 13,5, em média. A melhor marca de jardas totais dos Jaguars neste campeonato, 503, foi com o corredor em campo.
Sem ele, a narrativa é diferente. Jacksonville venceu apenas um dos seis jogos que fez. O ataque falhou em atingir dez pontos feitos três vezes, o que rebaixo a média de tentos anotados para 13,8. Do outro lado da bola, os indicadores também pioraram e subiu para quase 24 pontos permitidos semanalmente.
O que muda com a volta de Leonard Fournette
Não tiro o desmérito de Blake Bortles nos últimos jogos dos Jaguars. Nem do grupo de recebedores que ainda não vingou. E muito menos da defesa, a qual está merecendo o status de superestimada após nove semanas. Todavia, a volta de Leonard Fournette pode sim melhorar tais problemas.
Parece que foi ontem, logo depois do Draft 2017, que escrevi sobre como Fournette poderia ajudar Bortles. Bingo! Agora estou aqui tentando colocar em perspectiva como podemos ver a parte 2 deste filme.
Considere o ataque de Jacksonville um barco em alto mar. Antes do RB ser recrutado, o barco pouco saia do lugar; quando saia balançava demais e dava medo aos tripulantes. Leonard Fournette chegou, ajeitou algumas velas, e o grupo conseguiu percorrer um trajeto interessante. Mas Fournette foi obrigado a deixar o barco. Os problemas voltaram e os tripulantes aclamaram a volta do corredor.
Tenha em mente que, se há alguma coisa que pode salvar o ataque do Jacksonville Jaguars neste ano, é Leonard Fournette. Só ele. De resto, já estamos cansados de ver os vídeos do sistema ofensivo da equipe da Flórida.
Como visto, as estatísticas de Fournette em 2018, no pouco que esteve em atividade, estiveram longe de serem empolgantes. No entanto, a simples presença do running back titular no plano de jogo muda o comportamento das defesas em diversas situações. Isso começa nas situações dentro da red zone, onde os Jaguars estão entre os cinco piores da NFL em aproveitamento.
Sem falar o fato de que Jacksonville só conseguiu 38 first downs terrestres nesta temporada. A equipe é uma das poucas seis que está abaixo de 40 nesse quesito. O time também não sabe o que é converter uma terceira ou quarta descida curta (2/- jardas) correndo para o lado direito. Em compensação, esse aproveitamento é de 100 e 78% pela esquerda e meio, respectivamente. Ou seja, nesses casos, o ataque de Jacksonville fica previsível. Tudo isso deve mudar com Leonard Fournette de volta.
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Tenha em mente ainda que mais espaços deverão aparecer – esse é o impacto indireto, digamos assim, de um sólido running back nº 1. A arma Leonard Fournette fará com que os safeties adversários fiquem mais próximos da linha de scrimmage. Bem como alguns linebackers. Isso deve significar mais espaço para os recebedores em suas rotas e, consequentemente, menos tráfego para Blake Bortles executar o lançamento.
A semana 10 será a “primeira mais importante” da temporada para o Jacksonville Jaguars. Primeiramente, pois o adversário é um rival divisional. Em segundo lugar, porque o time vem de quatro derrotas seguidas. Por fim, será a prova final para este ataque. A última esperança de que o respaldo ainda pode ser positivo estará de volta.
Portanto, prepara-se para um novo sistema de ataque dos Jaguars em ação. A bola agora está com Doug Marrone e Blake Bortles. Tomara que eles a coloquem nas mãos de Leonard Fournette sem hesitação – e que o camisa #27 seja o fator diferencial que tanto esperamos.