As temporadas da NFL são curtas. A quantidade de 16 jogos por calendário regular indica que cada confronto é de suma importância para as pretensões de cada time no campeonato. Até porque os critérios de desempate normalmente precisam ser utilizados. Todavia, o fato de a temporada da liga durar pouco tempo, não implica que não haja variações dentro de cada campeonato. Pelo contrário. O futebol americano é marcado por momentos. Dentro de uma competição, as franquias estão sujeitas a altos e baixos, que as mantém em posição de competir mesmo se um “acidente de percurso” acontecer. E é nesse sentido que precisamos falar mais sobre o New Orleans Saints em 2018.
A franquia comandada por Sean Payton começou a temporada tropeçando. Problemas defensivos em todos os níveis, turnovers, jogo corrido… As coisas não saíram como esperado para os Saints no primeiro mês de campeonato em geral. Contudo, a competição se desenrolou e, hoje, New Orleans se tornou um time (que deveria ser) temido por todos. Afinal, a equipe tem sete vitórias seguidas, tendo derrotado a melhor defesa da NFL e dois líderes divisionais nos últimos três confrontos.
Muita coisa mudou na temporada do New Orleans Saints desde o dia 9 de setembro – e os números deixam isso claro. Aquele elenco que desapontou na primeira partida do campeonato, no mesmo palco, acabou de derrotar o único invicto da liga. Que grande diferença oito semanas fizeram…
Semana 1 vs. Bucs: 529 jardas e 48 pontos cedidos em um revés na estreia
O filme da temporada passada do New Orleans Saints você deve se lembrar: uma classe de draft impecável, a qual complementou o que estava ao redor de Drew Brees, a defesa evoluiu com os reforços e a franquia voltou a figurar entre as potências da NFL. As 11 vitórias no campeonato não foram por acaso. E não hesite em afirmar que os Saints eram o time mais preparado para enfrentar os Eagles na final da NFC, não os Vikings. De qualquer maneira, o respaldo de 2017 foi positivo e aumentou as expectativas do grupo para 2018.
O problema foi que o começo deste ano não seguiu tal planejamento. New Orleans teve muitos problemas. A defesa cedeu quase 1.000 jardas e forçou só um turnover nas duas primeiras semanas. O ataque totalizou quatro turnovers nesse período, e jogo corrido falhou em atingir as 65 jardas corridas totais.
Os primeiros três desafios do New Orleans Saints nesta temporada foram contra Buccaneers, Browns e Falcons. Tudo bem que a franquia conseguiu vencer dois desses jogos. Contudo, nem mesmo o mais fanático torcedor estava convencido. Contra Tampa Bay, a única derrota, foram mais de 500 jardas e 40 pontos sofridos jogando em casa. Ao todo, diante desses três rivais, os Saints também perdeu a batalha dos turnovers: 1-4. O placar combinado nos compromissos foi de 104-103.
Semana 9 vs. Rams: sétima vitória em oito jogos (e a queda do único invicto)
Oito semanas mais tarde, as manchetes de “grande zebra da rodada” que representavam o triunfo dos Bucs sobre os Saints, deram lugar à sequência de triunfos de New Orleans. Desde o revés, o New Orleans Saints não perdeu mais. E detalhe: os últimos três triunfos foram contra Ravens, Vikings (ambos fora de casa) e Rams, até então último invicto. No meio do caminho, ainda houveram vitórias diante de Giants e Redskins por um placar combinado de 76-37.
As 82,6 jardas corridas por partida entre as semanas 1 e 3 viraram 127 entre as rodadas 7 e 9. Lembre-se que Mark Ingram estava suspenso no primeiro mês. A defesa, que havia forçado um turnover, agora totaliza três bolas roubadas, nesses períodos respectivamente. O New Orleans Saints provocou sete turnovers nos últimos cinco jogos. Além disso (e ainda mais importante pois os números nem sempre mostram), os Saints melhoraram nos tackles e pararam de permitir tantas jardas após o contato aos adversários.
Isso foi crucial, por exemplo, para o bom trabalho feito pelo time time contra Todd Gurley (79 jardas totais). E de certa forma é consequência de um sistema defensivo que cede 76,4 jardas terrestres por partida, melhor marca da NFL.
A transição do New Orleans Saints e o favoritismo merecido
Engana-se quem pensa que a defesa do New Orleans Saints é ótima. Verdade seja dita, ela ainda está com um desempenho abaixo do esperado após a temporada passada. Entretanto, diferentemente daquilo que aconteceu em setembro, o sistema defensivo de New Orleans tem conseguido aparecer para auxiliar Brees.
Desta maneira, ao invés de marcar 40 e sofrer 48 pontos, os Saints marcam 40, porém encontram uma maneira de limitar os adversários a 30 tentos. Talvez a principal característica do New Orleans Saints em 2018 seja a forma como a equipe consegue se adaptar com sucesso ao confronto que tem pela frente.
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Essa mudança defensiva do elenco, então, acontece na época ideal. Já passamos da metade do campeonato, e quem acompanha a NFL sabe o quanto o momento é importante. Bem como o mando de campo durante os playoffs, algo que os Saints agora controlam seu destino com a vitória sobre os Rams.
Nenhum time na NFL hoje é mais competitivo que o New Orleans Saints. É possível encontrar adversários que sejam tão competitivos quanto, porém nenhum acima da equipe de Sean Payton. Esse tem em mão um elenco com um futuro hall of famer under center, dois sólidos running backs, o wide receiver mais certeiro da atualidade e uma defesa com muito talento individual, a qual parece ter aprendido a se comportar nas situações mais delicadas dos confrontos.
De fato, separadamente, todos esses fatores podem não funcionar e o grupo parecer desconfigurado em seus jogos. Pelo visto, isso aconteceu no começo da temporada por lá. Contudo, uma vez nos trilhos, um elenco com tais características não só enche os olhos de quem assiste aos jogos, como também se torna capaz de vencer qualquer oponente. Os Saints mostraram isso novamente na semana 9.