Por que McNabb?
Desde quando comecei a acompanhar futebol americano, Donovan era um dos quarterbacks mais falados, visto como um dos melhores da época. Gostava muito dele como quarterback e reconheço a importância que ele tem para a história do Philadelphia Eagles, time que defendeu por dez temporadas. Assim sendo, escrevendo algum dos textos do site, acabei lendo seu nome e decidi falar um pouco mais sobre o camisa #5.
LEIA MAIS: A história de QBs perdidos pelos Jets: Marino, Favre, Manning… e Mariota
Donovan Jamal McNabb nasceu em 25 de novembro de 1976, em Chicago, Illinois. Em seus tempos de college, atuou na universidade de Syracuse, jogando futebol americano e basquete. Ele entrou na NFL em 1999, sendo a segunda escolha geral daquele Draft pelo Philadelphia Eagles. Por lá, impôs seu legado, conquistando vários recordes e alcançando inúmeros triunfos. Após uma década com a franquia, ainda teve breves passagens pelo Washington Redskins e Minnesota Vikings, até se aposentar em 2011. Atualmente, atua como analista de futebol americano para a NFL e Fox Sports.
Como falado, falar de Donovan McNabb, é falar de Philadelphia Eagles. As incertezas que estamos vendo atualmente da equipe quanto aos quarterbacks não existiam enquanto Donovan esteve por lá. McNabb é um dos melhores QBs que nunca venceram um Super Bowl, fato que, combinado com a seca de títulos dos Eagles, gerou uma enorme pressão sobre ele. Apesar de tudo, o talento do ex-camisa #5, é indiscutível.
Uma estreia tão ruim quanto marcante
McNabb, no dia 14 de novembro de 1999, fez seu primeiro jogo como titular dos Eagles diante do Washington Redskins. Naquela altura da temporada, Philadelphia já estava eliminada da disputa pelos playoffs e os fãs da cidade desacreditados quanto ao time de futebol americano. A situação chegou a ser tão crítica para a franquia, que uma relocação para Los Angeles era cogitada pelo dono Jeffrey Lurie.
Então, quando McNabb entrou em campo, por ordem de Andy Reid, atual técnico dos Chiefs, todos os olhares estavam voltados para ele. Aos que não sabem, os Eagles nunca venceram um Super Bowl, ou seja, juntando isso à decadência da equipe naquela época, tínhamos uma situação geral de crise. A segunda escolha geral daquele ano estreava. Era para ser, pelo menos, uma estreia promissora, estatisticamente falando, certo? Mas não foi bem assim. Apesar da vitória por 35 a 28, Donovan completou apenas oito de 21 passes para 60 jardas. Contudo, suas nove corridas para 49 cintilantes jardas deram um ânimo aos torcedores do Philadelphia Eagles que não era visto há muito tempo. Algo em McNabb fez com que a arquibancada levantasse – e não foi uma performance eficiente.
Com o triunfo, McNabb se tornou o primeiro calouro dos Eagles a vencer em sua estreia desde 1974. Além de marcar o livro de recordes, o quarterback marcou a história da franquia, mostrando que, apesar de uma campanha 3-13 naquele ano, o Philadelphia Eagles não estava morto.
A melhor e maior atuação de sua carreira
Donovan McNabb nunca foi especialista em “jogos perfeitos”. Por exemplo, quando olhamos para os melhores quarterbacks da atualidade, deparamos-nos com Tom Brady, Peyton Manning, Aaron Rodgers, Drew Brees… Entre esses quatro citados, constantemente vemos eles completando 70% de seus passes e passando 300/+ jardas e 3/+ touchdowns em um jogo. Em contrapartida, da parte de McNabb, isso não era muito comum. Ele nunca foi especialista em aproveitamento de passes e atuações excepcionalmente dominantes, tanto que ele, em mais de uma década profissional, atingiu um rating perfeito apenas umas vez.
Todavia, o que fora dito não exclui algumas performances espetaculares do camisa #5. Em dezembro de 2004, contra os Packers, ele teve, provavelmente, a melhor atuação de sua carreira: 32/43, 464 jardas (um recorde pessoal), cinco touchdowns e nenhuma interceptação. Até hoje, esse jogo permanece como um dos melhores da história dos Eagles.
Tentando novamente diferenciar melhor e maior no âmbito do futebol americano, a atuação previamente citada foi a melhor, mas não a maior da carreia de Donovan McNabb. Essa havia acontecido dois anos antes, diante do Arizona Cardinals. Na terceira jogada daquela partida, McNabb foi “sackado” por dois defensores dos Cardinals e, logo após o fim do lance, mal conseguia se levantar. Na sideline, os membros dos Eagles diagnosticaram a lesão como uma forte torção. Contudo, a maneira como o quarterback se encontrava fazia com que os fãs acreditassem que algo mais sério havia acontecido. Contrapondo a todos, McNabb se recusou a fazer o raio-x no intervalo e não perdeu nenhum snap ofensivo dos Eagles naquela tarde.
O jogo continuou e Donovan – mancando – completou 20 de 25 passes, para 255 jardas, quatro touchdowns e uma interceptação, sendo peça fundamental na vitória dos Eagles por 38 a 14. Após o fim do jogo, então, foi descoberto que Donovan McNabb havia quebrado a perna, mostrando toda a raça que o quarterback teve enquanto jogava e caracterizando a atuação mais marcante (a maior) de sua carreira.
4ª para 26
Se algum dia você estiver andando pelas ruas de Philadelphia, pergunte a alguém sobre “4ª para 26”. Antes mesmo da resposta, veja o olho do perguntado brilhar. Tudo isso pois os Eagles perdiam, em 2003, para os Packers por 17 a 14 e, com praticamente um minuto para o fim do jogo, Philadelphia estava em sua própria linha de 2. Pela frente, tinha uma 4ª descida para 26 jardas. McNabb então, como um truque de mágica, disparou um passe para Fredddie Mitchell, avançando o necessário. Mais tarde, os Eagles empataram o confronto e acabaram vencendo na prorrogação.
Uma pedra no sapato
Em julho de 2013, o Philadelphia Eagles aposentou a camisa #5 da franquia, a qual fora usada por Donovan McNabb ao longo de sua carreira. Tal fato é mais que justificável quando olhamos para o que o quarterback deixou como legado para a história equipe: líder de vitórias (92), passes tentados, passes completados, jardas (32.873) e passes para touchdown (216). Além disso, ele esteve em seis Pro Bowls e disputou cinco finais de conferência Nacional, sendo quatro seguidas (2001-2004), tendo vencido uma (2004).
Após vencer a NFC pela primeira e única vez em sua carreia, McNabb tentou derrotar o bom New England Patriots no Super Bowl, mas não teve sucesso, tendo sido derrotado por 24 a 21. E é aqui que encontramos a “pedra no sapato” deste quarterback. Em termos de números, Donovan McNabb é muito acima da média e, inclusive, seus 216 TDs o colocam como 29º de todos os tempos, acima de alguns Hall of Famers, como George Blanda, por exemplo. Contudo, a ausência de um anel de Super Bowl em suas mãos tornam algumas críticas bastante injustas quando direcionadas a ele. E, pior ainda, podem custá-lo, injustamente, uma eleição adiantada para o Hall da Fama.
Donovan McNabb merece ser eleito para o Hall da Fama? Deixe sua opinião nos comentários ou nas redes sociais!
–
Siga-nos no Twitter @ShotgunFA
Curta no facebook.com/shotgunfootball