Nesta semana 7 o New England Patriots confirmou sua liderança na AFC Leste ao bater o New York Jets novamente. O Jets vinha forte, com uma defesa inspirada e muito empolgado. Mais uma vez, Tom Brady e companhia, apesar de alguma dificuldade, foram impecáveis e triunfaram. Agora, o Patriots abre dois jogos de vantagem na liderança da divisão, tem a vantagem nos confrontos diretos e será o campeão de seu grupo por mais um ano, o sétimo titulo consecutivo.
Particularmente, eu acreditava neste Jets para a partida do último domingo, mas cometi o mesmo erro de anos anteriores e que muitos também cometem: apostar em um bom time, que tem bons momentos e jogadores em ascensão, contra o melhor time do futebol americano. Em temporadas passadas, o próprio New York Jets já havia demonstrado bons momentos e incomodado levemente o Pats. Mesma situação do Miami Dolphins. Porém, todo ano é a mesma história. Quando realmente precisa, o New England Patriots não perdoa, ainda mais jogando em casa.
No último podcast L32, nosso editor-chefe Tiago Araruna disse: “Em casa, o Patriots sempre arruma um jeito de vencer seus jogos.” E é verdade. O time é muito bom, em praticamente todos os fundamentos.
Os números do New England Patriots dentro da AFC Leste logo que Brady e Belichick se juntaram, são assustadores! Desde 2001 (quando Tom Brady se tornou titular), dos 14 títulos de divisão possíveis, 12 foram para a Nova Inglaterra. Os outros dois tiveram como vencedores o New York Jets e o Miami Dolphins, em 2002 e 2008 respectivamente. Vale lembrar que em 2008, Brady perdeu toda a temporada por lesão. Também, agora, dos 31 últimos encontros do Patriots contra os times da AFC Leste, NE se saiu vencedor em 28.
Indo mais adiante, é válido lembra que nenhum (!) time da NFL tem retrospecto positivo de vitórias contra Tom Brady. Além do fato de que – desde 2001 – o Pats é o time que mais disputou Super Bowls (6) e que mais venceu esse jogos (4). Incrível.
Muitas pessoas afirmam que o time só tem tanto sucesso por ter Tom Brady. Tudo bem, ele é o grande responsável pelos triunfos da franquia na maioria dos jogos. Mas o Patriots vai além disso. Não tem como falarmos dessa equipe e não citarmos Bill Belichick e toda a comissão técnica também. Que belo trabalho eles estão fazendo em 2015! Veja as duas linhas – ofensiva e defensiva – do Patriots este ano. No ataque, estou falando de um grupo de bloqueadores formados por três jogadores calouros (David Andrews, Shaq Mason e Tre’ Jackson) e ainda desfalcados do veterano Nate Solder. Até aqui, Tom Brady sofreu 16 sacks na temporada (19ª melhor da Liga). É uma marca brilhante? Não (longe disso), mas sólida. Outra coisa; muitas pessoas afirmam que a linha ofensiva de New England é o grande defeito do time. Se o grande defeito do time está com esses números, não devemos analisá-lo como tão grande assim. Defensivamente, são 21 sacks em 2015 (4ª melhor da Liga) e 12 turnovers forçados até agora. Nada mal.
Falando do sistema ofensivo de modo geral, temos Brady que dispensa comentários e vem fazendo uma temporada de MVP. Correndo com a bola, apesar de atuação ruim contra o Jets, os Running Backs do time vêm contribuindo muito pelo jogo aéreo e/ou terrestre; é preocupante para as defesas quando LaGarrette Blount ou Dion Lewis pegam na bola. Recebendo passes, além do brilho de Brady colocar seus alvos um nível acima, o corpo de recebedores já tem muito talento. Rob Gronkowski – 34 recepções, 533 jardas e 6 TDs em 2015 – ė o melhor Tight End da Liga e cria matchups extremamente complicados aos defensores. Julian Edelman, mesmo oscilando em algumas partidas, acumula 45 rec., 503 jardas e 4 TDs; e ele ainda retorna alguns bons chutes. Ademais, temos Danny Amendola que sempre aparece com recepções cruciais em momentos importantes – Bills e Jets que os digam.
Recapitulando, temos: Tom Brady passando a bola de forma impecável, corredores que são perigosos quando saudáveis e recebedores que criam situações muito complicadas aos marcadores, seja por agilidade, seja por estatura. Com uma linha ofensiva decente, esse ataque se torna espetacular. Ou melhor, o melhor que existe atualmente. E Bill Belichick, em tese, faz com que isto aconteça. No sistema defensivo, como citado, New England também é acima da média. Em 2015, além dos sacks e turnovers conquistados, cede 21 pontos de média por jogo e menos de 360 jardas totais. Números nada brilhantes, mas sólidos de certa forma.
Além do que fora falado, a franquia possui um dos melhores Kickers da NFL, Stephen Gostkowski. O camisa #3 tem o recorde de mais extra points convertidos em sequência, com 431. O último que ele errou foi na semana 17 da temporada de 2006, quando ainda era calouro.
Olhando para o calendário da franquia, não nos deparamos com muitos desafios. Tudo bem, tem o Denver Broncos em Mile High na semana 12, mas é só. Até janeiro, New England ainda enfrenta Dolphins duas vezes, Redskins, Titans, Texans… Mesmo que ainda precoce, é inevitável que haja comparações do atual Patriots com aquele time de 2007, o qual terminou a temporada regular invicta. Tom Brady tem mais passes completos e mais jardas lançadas em 2015 em relação há oito anos após sete partidas, por exemplo.
Este New England Patriots é imbatível? Não, talvez não esteja nem perto de ser. Aliás, não é bom pontuarmos invencibilidade nessa conjuntura. Mas sim, este time do Patriots está no caminho certo para entrar (novamente) de vez na história de um dos melhores times de todos os tempos dos esportes americanos.
Texto escrito para o site Liga dos 32
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