Demorou um pouco, mas chegou: os fãs do Los Angeles Rams já pedem o nome de Jared Goff.
No começo da partida contra o Carolina Panthers, os fãs em Los Angeles, além das vaias ao sistema ofensivo do time, começaram a gritar pelo calouro. E era para menos? Mais uma vez o ataque dos Rams não jogou bem e a equipe saiu derrotada.
Desta forma, o cenário da “nova” franquia da califórnia é o seguinte: várias escolhas foram trocadas pela primeira escolha geral do último Draft, na qual os Rams selecionaram um quarterback. Todavia, desde que a temporada começou Goff ainda não atuou por nenhum snap; e pior, o titular da posição neste momento é Case Keenun o qual tem jogado muito mal.
Assim sendo, a temporada está passando, os Rams estão decepcionando mais uma vez e, mesmo com um futuro disponível no elenco, Jeff Fisher parece estar contente em ver os problemas ofensivos se repetirem semanalmente e conformado com mais um ano negativo da franquia.
Um ataque medíocre…
Dizer que o Los Angeles Rams é o pior time da NFL em 2016 seria um exagero, entretanto, é válido afirmar que o ataque da franquia é sim o último entre as 32 franquias da liga. Estatisticamente falando, os Rams marcam 16,2 pontos por jogo em média (a pior marca da NFL) e produzem 311,5 jardas totais por partida (31º da liga). Para se ter uma noção, em seis dos oito jogos que Los Angeles fez neste ano, a equipe ficou abaixo dos 20 pontos, incluindo duas performances de dez tentos, uma com três e outra na qual o time saiu de campo zerado. Além disso, vale ressaltar que, com exceção da semana 2, em todos os outros confrontos, os Rams sofreram pelo menos um turnover – aliás, já são 15 turnovers nesta temporada, a 8ª pior marca da liga.
E o mais impressionante é que o treinador Jeff Fisher insiste em dizer que o sistema ofensivo de Los Angeles vai melhorando a medida que a temporada for passando. Como isso é possível? Contra os Giants na semana 7, foram quatro turnovers sofridos; na rodada passada, o ataque ficou três quartos sem sequer acertar um field goal.
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Fisher, o qual tem um passado de “segurar calouros” de 1ª rodada em Steve McNair e Vince Young, após mais uma decepção contra Carolina, viu os fãs vaiando o sistema ofensivo liderado por Case Keenum (2.004 jardas, nove touchdowns e onze interceptações no ano) e ao final do jogo disse que o quarterback não era a razão para os fracassos ofensivos do time. Certamente não, Keenum não é o motivo das más atuações, entretanto, sem dúvidas, é um dos motivos. Mas será que o head coach não percebe isso sendo que seu ataque já ficou 14 (de 32) períodos sem pontuar em 2016?
Até mesmo o ótimo Todd Gurley, o qual brilhou na temporada passada, tem sofrido com a péssima liderança de Keenum ao longo das partidas e desorganização da comissão técnica do Los Angeles Rams. Tanto que Gurley viu suas 4,8 jardas por tentativa e dez touchdowns de 2015, caírem para 3,1 e três, respectivamente, em 2016.
…e que precisa de um novo quarterback
Como visto, ofensivamente falando, nada vai bem para o Los Angeles Rams. Claramente, é preciso uma mudança impactante no sistema, e nada melhor que uma troca de quarterbacks (a posição mais importante de um time) para isso. Lembre-se que o time dos Rams tem uma linha ofensiva decente, um running back de elite, e recebedores capazes de atuarem no nível mais alto da NFL, como Kenny Britt e Tavon Austin. Defensivamente, não preciso nem dizer. O setor é um dos dez melhores da liga de modo geral e parece melhorar cada vez mais sob o talento de Aaron Donald. Assim sendo, o que está faltando para os Rams?
Los Angeles não vem bem na temporada, com três vitórias em oito partidas, e claramente precisa de mudanças em seu ataque. A principal delas, na posição mais crucial do jogo, está bem ali, sentada no banco de reservas.
Muito se fala no Cleveland Browns, que desde 1999 já teve 26 quarterbacks titulares diferentes, mas neste mesmo período, o St. Louis/Los Angeles Rams viu 19 nomes distintos de quarterbacks. Além disso, desde 2004 a equipe não vai aos playoffs. Perceptivelmente, os Rams precisam voltar ao caminho das vitórias, e um quarterback acima da média (nada que seja necessariamente espetacular) é o primeiro e mais importante passo para isso. Quem sabe uma primeira escolha de Draft…
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Mas Fisher deu a entender após o revés da semana passada que Goff não estará em campo até que os Rams estejam oficialmente eliminados da disputa pelos playoffs. Que tipo de sentido tem isso?
Jeff Fisher precisa entender que o processo de renovação na posição de quarterback em Los Angeles não deve seguir o mesmo padrão daquilo que fora feito com o Green Bay Packers na transição Brett Favre-Aaron Rodgers. Na época, o talentoso Rodgers ficou no banco de reservas por três temporadas, aprendendo mais sobre o jogo tendo como referência Brett Favre, um dos maiores jogadores da história. Entretanto, no caos dos Rams, Jared Goff não tem um modelo a ser seguido; Case Keenum, em nenhum aspecto, pode ser comparado a Brett Favre.
Mas o que Goff pode acrescentar neste time?
Jared Goff não vai transformar o ataque do Los Angeles Rams no The Greatest Show of Turf novamente, e nem colocar o setor entre os principais da NFL logo de cara. Existem outros problemas a serem corrigidos neste sistema. Entretanto, com Goff jogando, a diretoria dos Rams terá uma noção do tipo de quarterback que tem em mãos e do que precisa ser feito com ele e a sua volta para que tal sistema ofensivo tenha sucesso. Deixá-lo no banco, ainda mais quando as coisas não vão bem, deixa a franquia estática em termos de desenvolvimento.
Nos tempos em que defendeu a universidade da Californa, Goff demonstrou bons e importantes sinais para um quarterback profissional. Sua consistência dentro de campo, a liderança para com o elenco e o comportamento dentro do pocket em determinadas situações chamaram a atenção entre os outros prospectos da classe.
De fato, Jared Goff está longe de ser um “salvador” para o Los Angeles Rams. Nos seus tempos universitários, a força de seus lançamentos e algumas leituras de jogadas se tornaram alvos de questionamento e sem dúvidas são pontos a serem corrigidos na NFL. Mas como fazer isso sem colocá-lo em campo? Como saber as medidas corretas para moldar o calouro no nível profissional? Como os Rams vão vencer com Case Keenum de titular?
Ao que tudo indica, Jeff Fisher tem tentado responder algo irrespondível. Logicamente, ele não encontra soluções para as questões e fica parado. No caso do futebol americano, isso pode ser ainda pior, pois ao invés de estático, faz o Los Angeles Rams despencar. Popularmente falando, Fisher tem “a faca e o queijo na mão”, resta saber quando ele partirá o queijo. Terá ele já apodrecido?
Qual a sua opinião sobre o assunto? Jared Goff já merece ser o titular dos Rams?
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