Enfim, e com questionamentos, os playoffs do college football em 2018 foram definidos. Passadas as finais de conferência, o Comitê divulgou as quatro equipes que seguem vivas na briga pelo título nacional. Ao contrário do ano passado, todas as classificadas neste ano conquistaram suas respectivas conferências. E quem ficou de fora? De um modo geral, quem sofreu as piores derrotas, independentemente da força das vitórias. Isso foi tratado no último item deste texto, aliás.
Até chegar ao comentário desse assunto, você, leitor, terá conclusões sobre as finais das conferências que estão no Power 5. De quebra, saiba qual o próximo compromisso de cada time para encerrar mais uma temporada do futebol americano universitário.
SEC – Alabama 35 x 28 Georgia
Não é um absurdo dizer que vimos talvez as duas melhores equipes do college football frente a frente. Aliás, por isso o questionamento quanto ao fato de Georgia ter ficado fora dos playoffs. A final da SEC mostrou que derrotar Alabama é uma tarefa muito complicada – o time chegou a estar perdendo por 14 pontos e, mesmo sem o QB titular, virou o jogo. Por outro lado, pouquíssimas universidades têm a capacidade de competir acirradamente com os Crimson Tide como os Bulldogs fizeram.
Chama atenção que a virada da equipe de Nick Saban foi comandada por Jalen Hurts, hoje reserva de Tua Tagovailoa. O titular sofreu uma lesão e foi para os vestiários. Hurts assumiu o posto e deu conta do recado. Acima de tudo, ele demonstrou resiliência. Afinal, Hurts foi substituído por Tagovailoa na última decisão da NCAA, e uma virada histórica aconteceu. Agora, o desfecho foi o mesmo, porém com uma “troca de personagens”.
Sobre o confronto, então, aprendemos que Alabama chega aos playoffs mais uma vez como grande favorita ao título nacional. Bem como que Georgia é um dos quatro melhores times do college football atualmente, apesar de ter ficado fora. E que nunca é tarde demais para se tornar o herói. Certo, Jalen Hurts?
E agora?
#1 Alabama vai disputar uma das semifinais (o Capital One Orange Bowl), contra #4 Oklahoma. Já #5 Georgia, estará no Allstate Sugar Bowl, diante de #15 Texas.
Big Ten – Ohio State 45 x 24 Northwestern
Por alguns minutos, a decisão da Big Ten teve emoção, devido aos inesperados turnovers de Ohio State. Contudo, no fim das contas, ficou evidente que os Buckeyes são um dos melhores times do college football. Pela maioria da final da Big Ten, a equipe comandada por Urban Meyer, o qual anunciou que deixará OSU após sete temporadas, teve força nos dois lados da bola. Tudo isso em torno do refinado quarterback Dwayne Haskins.
O triunfo, entretanto, não foi suficiente para colocar Ohio State nos playoffs. Agora, nas últimas três temporadas, o campeão da Big Ten ficou fora do Top 4. Sem dúvidas, o que “matou” OSU foi o deslize contra Purdue. Nenhum dos adversários diretos para classificação teve uma derrota tão feia quanto aquela.
E agora?
Fora dos playoffs, #6 Ohio State entra em ação novamente no Rose Bowl, quando medirá forças frente a #9 Washington. No outro caso, o San Diego County Credit Union Holiday Bowl será definido entre #22 Northwestern e #17 Utah.
Big 12 – Oklahoma 39 x 27 Texas
Individualmente, Kyler Murray roubou a cena na decisão da Big 12. Diga-se de passagem, as 379 jardas e três touchdowns totalizados talvez tenham sido suficientes para sacramentá-lo como o vencedor do Heisman Trophy de 2018. O encontro entre ele e Tua Tagovailoa nos playoffs será épico.
Em âmbito coletivo, a vitória de Oklahoma significa que a equipe derrotou todos os adversários que enfrentou na temporada. Combine isso a um título de conferência, um candidato a Heisman, o melhor ataque do college football no ano e apenas uma derrota, para os Longhorns, por 48-45. O resultado final é uma combinação de argumentos que explica o time nos playoffs, independentemente das fragilidades defensivas do grupo. Falando nessa defesa, já que o assunto surgiu, ela fez jogadas cruciais neste último triunfo, o qual assegurou o quatro título de conferência seguido à universidade.
E agora?
Como já citado, #15 Texas tem o Allstate Sugar Bowl pela frente. #4 Oklahoma será o próximo adversário de #1 Alabama, em uma das semifinais do campeonato.
Pac-12 – Washington 10 x 3 Utah
A final da Pac-12 foi dominada pelas defesas e não correspondeu às expectativas do espetáculo. Em geral, a atuação resume os desempenhos de Washington ao longo de 2018, os quais deixaram o time fora dos playoffs do college football novamente. A defesa é sólida, mas o ataque tem seus “apagões”. No entanto, a temporada rendeu aos Huskies a volta ao Rose Bowl depois de 18 anos. Aliás, a última vez que Washington disputou o Rose Bowl foi em 2001 contra Purdue, na época comandada por Drew Brees.
E agora?
#9 Washington foi premiado com o Rose Bowl, diante do campeão da Big Ten #6 Ohio State. #17 Utah, então, enfrentará o outro finalista dessa conferência, #22 Northwestern, em um dos Bowls com nome mais maluco nesta temporada: o San Diego County Credit Union Holiday Bowl.
ACC – Clemson 42 x 10 Pittsburgh
A ACC é uma conferência que não atravessa um bom momento no que diz respeito à competitividade de seus times de um modo geral. A grande exceção nesse caso é Clemson, que segue como um dos melhores programas do college football. A linha defensiva continua em altíssimo nível e Dabo Swinney faz ajustes ofensivos. Trevor Lawrence cresceu muito com isso, vale destacar. Não é por acaso que Clemson é visto como um dos fortes candidatos ao título neste ano; assim como Alabama, a universidade está invicta até agora. Com isso, desde 2015, os Tigers têm campanha 53-4.
E agora?
#2 Clemson está nos playoffs (Goodyear Cotton Bowl) e é inevitável imaginar um novo confronto diante de #1 Alabama (Parte IV). Mas para chegar à decisão, os Tigers devem derrotar #3 Notre Dame na semifinal. Pittsburgh, por sua vez, encara Stanford, duelo que representa o Hyundai Sun Bowl.
(Ainda) Não foi desta vez
Apesar de jogar sem o QB titular Milton McKenzie, #8 UCF venceu novamente. Os Knights chegaram a estar perdendo por 38-21 ao final do primeiro tempo. Contudo, a equipe demonstrou força ao anotar touchdown em todas as cinco campanhas que teve no segundo tempo e venceu mais uma vez.
Agora, UCF soma 25 triunfos em sequência. O fato de a equipe ter sido ranqueada como nº 8 já é algo histórico. Alarmante, idem. Afinal, as conversas para playoffs permanecem rodeando a universidade. Está claro que unicamente por méritos próprios, UCF não chegará lá. Entretanto, o college football às vezes é caótico e, em uma dessas, os Kinights podem fazer ainda mais história. Por ora, ainda não foi desta vez.
Os playoffs foram definidos. Para o Comitê, pesou…
Os quatro melhores times melhor ranqueados pelo Comitê do college football foram definidos. Em ordem (1-4), ficou Alabama, Clemson, Notre Dame e Oklahoma. Os demais colocados, também em ordem, foram Georgia, Ohio State e Michigan. Esses, como citado, bateram na trave por mais um ano. Mas o que podemos concluir por parte do Comitê com essas decisões tomadas?
Primeiramente, não há discussão quanto aos dois primeiros. Alabama e Clemson não vêm protagonizando o cenário do futebol americano universitário por acaso. Os Crimson Tide e os Tigers venceram suas respectivas conferências e estão invictos na competição.
O caso de Notre Dame é aquilo já destacado. Os Fighting Irish são um bom time de futebol americano, com potencial dos dois lados da bola desde que Ian Book se tornou o titular. O nível de futebol americano de Notre Dame, verdade seja dita, provavelmente está abaixo de Georgia e Ohio State, apesar de que na mesma prateleira, digamos assim. Contudo, no currículo de Notre Dame nesta temporada vemos uma campanha invicta com quatro vitórias convincentes. Como a equipe está entre os “Independentes”, o Comitê não teve o que fazer a não ser colocá-la no Top 4.
Para Oklahoma, o currículo também é quase impecável. Afinal, perdeu apenas uma vez, para uma boa defesa de Texas, por 48-45. Porém, os Sooners conseguiram a revanche na decisão da Big 12. Então, todos os desafios impostos para Oklahoma foram superados. Combine isso a um ataque produtivo e um título de conferência. Ponto final.
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Esse cenário dos Sooners foi o suficiente para deixar Georgia e Ohio State fora dos playoffs. A decisão da SEC evidenciou que os Bulldogs estão entre os três melhores times do futebol americano universitário hoje. Todavia, o currículo da equipe neste caso pesa negativamente, visto que houve uma feia derrota para LSU, a qual combinada com o revés frente a Alabama, totaliza dois tropeços. Por melhor que Georgia seja, o Comitê se viu diante de um não campeão de conferência com duas derrotas na temporada.
Para Ohio State, o único deslize do programa no campeonato o deixou de fora dos playoffs. A derrota para Purdue configurou, de longe, a pior derrota dentre os times que almejavam as semifinais. Nem mesmo o ótimo desempenho contra Michigan e a conquista da Big Ten salvaram os Buckeyes; o time precisava de pelo menos um tropeço maior de Oklahoma também.
Assim sendo, o Comitê do college football deixou claro que as derrotas pesaram mais que as vitórias. Derrotas, nesse caso, não são derrotas qualquer, mas sim aquelas que mostraram “apagões” de alguns times no ano. Os melhores exemplos disso foram a derrota de Ohio State por 29 pontos para Purdue, e a por 20 tentos de Georgia frente a LSU. Vitórias impressionantes todas as universidades do Top 10 tiveram. Derrotas horríveis, não. Os quatro primeiros, que venceram suas conferências e/ou terminaram invictos, não. Nesse sentido, em 2018, o “teste do olho” não pode fazer nada.
Essa é a principal razão para as quatro campanhas mais irretocáveis, talvez não protagonizadas pelas quatro equipes que têm o melhor futebol americano, estarem dentro.