A semana 1 da NFL foi animadora para os torcedores do Kansas City Chiefs. A equipe tinha naturais dúvidas quanto a Pat Mahomes, o qual seria o titular absoluto do time pela primeira vez. Mahomes, você deve se lembrar, foi recrutado na primeira rodada do Draft 2017 após uma carreira produtiva por Texas Tech. A ideia dos Chiefs era que o quarterback aprendesse com Alex Smith e, quando esse saísse, ele estaria pronto. O que intrigava em Mahomes é que ele atuou sob um sistema peculiar do college football, em um ataque distinto daqueles que vemos na NFL.
A primeira rodada da NFL, então, respondeu às primeiras perguntas dos torcedores dos Chiefs: Pat Mahomes é o futuro da equipe. A era Mahomes em Kansas City começou com uma vitória de 38-28 sobre os Chargers em Los Angeles. O camisa #15 totalizou 15/27 nos passes, 256 jardas e quatro touchdowns.
Não, não foi um jogo perfeito de Pat Mahomes. Os números, em partes, mostram isso, porém as circunstâncias da partida são as melhores provas neste caso. Todavia, no fim das contas, a impressão que ficou é que Mahomes é o cara ideal para este Kansas City Chiefs de Andy Reid, com Tyreek Hill, Kareem Hunt, Travis Kelce e companhia.
O que Pat Mahomes tem de melhor
Se você gosta da MLB, imagine que Mahomes seja um Aaron Judge ou Giancarlo Stanton, os quais podem bater um home run a qualquer momento. Na NBA, seria alguém como Trae Young, um protótipo de Stephen Curry. Ele converte arremessos de três pontos de “qualquer lugar” da quadra.
Pat Mahomes, pelo braço que tem, é uma constante ameaça às secundárias adversárias. A verticalidade no jogo do segundo-anista faz qualquer recebedor de Kansas ser uma perigosa arma em profundidade. O touchdown de Anthony Sherman contra os Chargers é o melhor exemplo disso.
Vale ressaltar ainda que em muitos momentos na semana 1, Pat Mahomes atuou como um veterano. Noção de campo apurada, poder de decisão adequado na maioria dos casos e toque na bola refinado. Além disso, ele estava “solto”. Afinal, por se tratar do ano nº 1 da era Mahomes em Kansas, a pressão não é tão grande quanto seria se o quarterback fosse um veterano precisando chegar aos playoffs.
O esquema de ataque no qual Pat Mahomes esteve inserido no universitário poderia ser uma questão se o sistema ofensivo dos Chiefs não fosse uma “modernização” de um ataque de college. Andy Reid definitivamente sabe trabalhar com esse tipo de QB, em especial quando tem tantas armas ofensivas.
Fatos para ficar de olho ainda
Toda vez que um promissor quarterback brilha em uma estreia, como aconteceu com Mahomes, os fãs tendem a ficar empolgados. Exageram, melhor dizendo. É preciso reconhecer o lado positivo da atuação, contudo, entender que há espaço para ressalvas.
Por exemplo, a defesa dos Chiefs, principalmente no primeiro tempo, foi melhor que o esperado jogando sem Eric Berry. Por outro lado, vale salientar que o ótimo Joey Bosa não atuou por Los Angeles.
Além disso, não será todo dia que Tyreek Hill conseguirá um retorno de punt na primeira jogada da partida. Ou será o melhor jogador em campo. Portanto, será preciso envolver todos os recebedores no plano de jogo. Saiba que Sammy Watkins, Travis Kelce e Kareem Hunt, combinaram para apenas quatro recepções e 27 jardas no último domingo. Sem contar o fato de que, em terceiras descidas, Andy Reid optou por não exigir muito de Pat Mahomes de um modo geral. E que dois TDs de Kansas City saíram em jogadas individuais após passes curtos. Haverá um momento em que a precisão de Pat também será mais exigida.
O aproveitamento de passes de Pat (55%) poderia ter sido melhor, mesmo diante de uma boa secundária como a de L. A. Tenha em mente ainda que em algum momento ele sofrerá um turnover, e a resposta do QB nessas situações é importante. E que as defesas vão estudar o ataque aéreo do Kansas City Chiefs com ainda mais atenção a partir de agora. Algo parecido com o que aconteceu em 2017 após o começo de temporada brilhante de Hunt e Smith.
Enfim, fatores como esses – entre outros eventualmente – estarão em pauta para Mahomes no futuro próximo.
O que esperar do camisa #15 a partir de agora
O Kansas City Chiefs tem motivos para se animar com Pat Mahomes under center. Uma vitória imponente fora de casa contra o favorito da divisão na semana 1 é sempre interessante. O quarterback estreou com o pé direito e a linha ofensiva surpreendeu. A defesa, a qual atuou sem o melhor jogador, idem.
A verdade é que, se Pat Mahomes conseguir se tornar um verdadeiro líder para o ataque da franquia, dentro e fora de campo, os Chiefs devem ter um dos ataques mais interessantes da NFL nos próximos anos. Afinal, estão juntos um quarterbak de braço “ridículo”, o atual líder de jardas terrestres da liga como running back, um dos esportistas mais rápidos da atualidade como wide receiver e um tight end que não pode receber apenas marcação individual. Curioso é que a média de idade desses jogados é 24 anos.
A temporada começou com o pé direito para os Chiefs. Mais que o triunfo, o time sabe que pode se basear em um novo signal caller. Com todas as peças que tem em mãos, Kansas City pode surgir como uma das gratas surpresas da temporada com um dos ataques mais temidos do futebol americano.
Título de divisão, playoffs, Super Bowl, Pro Bowl, MVP, ainda é cedo demais para concretizar o começo de Pat Mahmes em Kansas. O que se sabe é que o camisa #15 está preparado para fazer estragos e proporcionar grandes atuações. Quem não gosta de ver um time marcando 30, 40 pontos por partida com quatro big plays? Mahomes acaba de oficializar seu nome na lista de QBs que os fãs ficarão de olho. Para as defesas, contudo, ele será o quarterback sobre o qual todas trabalharão mais antes de enfrenta-lo.