Definitivamente, já é hora de começarmos a contagem regressiva para o Super Bowl LII. Afinal, em algumas horas (sim, não faltam tantas assim mais) New England Patriots e Philadelphia Eagles entrarão em campo, buscando o Troféu Vince Lombardi. Como não podia ser diferente, a cada dia que a decisão se aproxima, os torcedores desses dois times ficam ainda mais ansiosos e empolgados com o Grande Jogo.
Essa enorme expectativa para a final, acontece pela possibilidade de ver seu time sendo campeão da NFL, algo extremamente complicado. Mas é justamente o fator possibilidade – e não a certeza – que gera tudo isso. “Será que os Eagles vão vencer pela primeira vez?”, “Será que os Patriots vão complementar ainda mais sua dinastia?”, “O que meu time precisa fazer para vencer no domingo?”, perguntas como essas estão sendo comuns nesses dias.
Com isso em mente, tentei analisar os três principais fatores para Pats e Philly no Super Bowl LII. Fatores esses que, se acontecerem com precisão, devem definir o vencedor!
Philadelphia Eagles
1) Pressionar Tom Brady
Na era Brady-Belichick, o New England Patriots já disputou sete Super Bowl (o de domingo será o oitavo) e foi derrotado no Grande Jogo apenas duas vezes, ambas para o New York Giants (2007 e 2011). E o que New York fez tão bem nessas duas decisões? Eles pressionaram (muito!) Tom Brady. Nessas duas finais, New England chegou como o 1º e 4º melhor ataque da NFL, respectivamente, marcando em média mais de 32 pontos por partida em todos eles. Brady foi o MVP na primeiras dessas temporadas, aliás. Contudo, uma vez que foi dado o kickoff para o Super Bowl, o New York Giants deixou Brady desconfortável a todo momento.
Em 2007, o camisa #12 sofreu cinco sacks (pior marca de sua carreira em SB) e o resultado disso foi apenas 14 pontos para os Pats no placar (marca mais baixa daquela ótima temporada do time). Quatro anos mais tarde, os Patriots mais uma vez ficaram com poucos pontos no placar (apenas 17) e, antes disso, Tom Brady tinha sido sackado duas vezes e sofreu outros oito hits.
Dito isso, acho que você já sabe o que a defesa do Philadelphia Eagles precisa fazer no Super Bowl LII. De fato, o setor precisará jogar bem como um todo. Contudo, especialmente no quesito pressão ao quarterback adversário, ainda mais por esse QB se tratar de um dos maiores de todos os tempos, será preciso desconfortado pocket em situações de passe.
2) Correr bem com a bola
Li muitas análises que colocam que forçar turnovers é uma coisa crucial para o Philadelphia Eagles neste Super Bowl LII, e está entre os três fatores mais importantes que a franquia precisa fazer para derrotar os Patriots. Não é bem assim. Turnovers são sempre importantes no futebol americano, principalmente porque mudam consideravelmente os momentos das partidas. Contudo, o próprio passado de New England em Super Bowl mostra que existem coisas mais importantes que isso.
Por exemplo, nas sete decisões da NFL que Brady já disputou, ele lançou pelo menos uma interceptação em quatro. Porém, o retrospecto do camisa #12 é de 3-1 nessas situações. Interceptações e fumbles são extremamente relevantes, contudo, diante dos Patriots de Brady e Belichick, ainda mais se o seu quarterback for um reserva, existem outras prioridades.
Estou certo de que os Eagles não querem que Nick Foles seja forçado a ter que resolver o Super Bowl LII única e exclusivamente com seus lançamentos. Além disso, sabemos que para Philly, quanto mais tempo Tom Brady estiver nas laterais, melhor. E qual a forma mais fácil disso acontecer? Se LeGarrette Blount e/ou Jay Ajayi estiverem inspirados. Quando seu ataque terrestre funciona, o plano de jogo se expande, o quaterback fica menos pressionado e você controla o relógio. Em média de jardas corridas por partida, Philly foi o 3º melhor time da NFL, com mais de 132,2.
3) Ter consistência durante todo o jogo
Em termos de importância do jogo, concentração, foco e empolgação, de modo geral, não é justo comparar partidas de temporada regular com as de playoffs. Se for Super Bowl então… Se analisarmos as duas últimas pós-temporada (correspondente às temporadas de 2016 e 2017), somente duas franquias estiveram próximas de derrotar o New England Patriots: o Atlanta Falcons no Super Bowl LI e o Jacksonville Jaguars na final da AFC deste ano. E por que nem Falcons e nem Jaguars conseguiram isso de fato? Porque não conseguiram jogar muito bem, da forma como atuaram pela maioria dos confrontos, por todo o jogo. Isso de uma maneira geral, é claro.
Atlanta sofreu a maior virada da história de um Super Bowl quando liderava por 25 pontos com pouco mais de 22 minutos para o término do confronto. Já Jacksonville, fez um quarto período muito abaixo da média para quem joga no Gillette Stadium. E o resultado final não poderia ter sido diferente.
Com isso em mente, além de pressionar Tom Brady e correr bem com a bola, o Philadelphia Eagles precisa ter uma consistência durante o Super Bowl LII. Não é que o time precisa ser ótimo por todo o tempo. Mas que tal ser muito bom no quatro períodos ao invés de oscilar entre quartos excelentes e outros medíocres? Isso será necessário se a franquia quiser levantar o primeiro Troféu Vince Lombardi de sua história.
New England Patriots
1) Proteger Tom Brady
Existe apenas uma maneira de conter (e em algumas situações específicas, conseguir parar) os grandes quarterbacks: colocando pressão neles. Ou, se preferir, deixar o pocket desconfortável. Como falado no item nº1 dos Eagles, não é coincidência o fato do New England Patriots ter duas de suas piores pontuações em Super Bowl em partidas que somadas resultam em sete sacks e oito hits em Tom Brady.
Como citado em outras análises do Super Bowl LII, Philadelphia não é a melhor equipe da NFL conseguindo sacks. Porém, pela dinamicidade e qualidade que tem em seus pass rushers, o time vem tendo sucesso em pressionar os quarterbacks adversários. Por exemplo, nesses playoffs até agora, contra Falcons e Vikings, os Eagles totalizaram quatro sacks e 16 (!) hits no quarterback rival. A linha ofensiva dos Pats não pode deixar que isso aconteça.
Brady irá vencer o MVP desta temporada, é o maior jogador da história da franquia e possivelmente ainda o melhor quarterback do planeta. O New England Patriots precisa encontrar alguma maneira de conter a linha defensiva dos Eagles e proteger o camisa #12. Se isso acontecer, boas coisas devem surgir para os Patriots.
2) Colocar um de seus running backs no jogo
Este ataque do New England Patriots que chega para o Super Bowl LII não é um daqueles super potentes que irá conseguir big plays a todo momento. O sistema ofensivo dos Patriots tem uma ideologia que combina conservadorismo com produtividade, digamos assim, pouquíssimas vezes vista na história da NFL. Não à toa, o time adora fazer passes para algum de seus running backs.
Em 2017, Tom Brady teve 145 tentativas de passe para seus running backs, melhor marca da Conferência Americana. Como consequência disso, James White, Dion Lewis e Rex Burkhead (os principais RBs do elenco) totalizaram mais de 800 jardas recebidas, e 9 TDs durante a temporada.
Se Tom Brady conseguir colocar um seus corredores bem no jogo diante do front seven dos Eagles, é um grande passo para o sucesso de New England. Isso acontecendo, além do plano ofensivo dos Patriots ter encaixado, abrirá mais espaço para o jogo vertical do time e também é mais uma forma de tirar a pressão de Brady. Principalmente no caso dos Pats, já vimos a importância que os running backs têm para o time; ou você não assistiu ao Super Bowl LI?
3) Ser o New England Patriots
O New England Patriots de Bill Belichick e Tom Brady não fez sua dinastia à toa. Essa franquia não é a mais vencedora da NFL na década de 2000 por acaso. Além da genialidade desses dois profissionais, a organização em si aprendeu a vencer. Aprendeu a não cometer erros importantes nos momentos mais tensos dos confrontos. Aprendeu a fazer com que seus oponentes tenham que protagonizar uma atuação muito acima da média para ter qualquer tipo de chance de triunfo.
Raríssimas vezes protagonizamos atuações em que os recebedores dos Patriots tiveram drops inaceitáveis. Ou que algum de seus jogadores tenham cometido penalidades determinantes. Erros do time de especialistas, então, é ainda mais incomum. Se analisarmos no período dos playoffs, principalmente o Super Bowl, essa equipe é ainda mais eficiente. Em compensação, já vimos oponentes chamando jogadas inadequadas, kickoff sendo chutado para as laterais na campanha decisiva do jogo…
Nos sete Super Bowl que Belichick e Brady estiveram, os Pats totalizaram média pouco acima de 1 turnover por jogo, a qual não é excelente, mas está longe de ser desesperadora. Além disso, nessas decisões, o time teve aproveitamento de 7/9 em field goals, incluindo dois chutes feitos por Adam Vinatieri nos segundos finais dos confrontos para assegurar o Troféu Vince Lombardi para New England.
Ano após ano, vemos mudanças de jogadores e algumas vezes até na comissão técnica, mas a verdade é que a essência vencedora deste New England Patriots permanece intacta. Em todos os setores, nos momentos mais importantes da partida, esse time acaba sendo quase perfeito. O ideal para a franquia é que isso continue assim no Super Bowl LII.
Quais são as principais armas de Eagles e Patriots para o Super Bowl LII? Deixe sua opinião nos comentários ou nas redes sociais!
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