O mês de dezembro chegou para a temporada do futebol americano universitário e, portanto, sabemos que é hora de definições. Coletiva e individualmente, o college football terá nos próximos dias várias decisões, sendo que as mais importantes delas terão desfecho em janeiro.
A semana 14 do college football não ficou marcada pela quantidade de jogos. Mas sim pela qualidade deles e, ainda mais relevante, a importância que eles tiveram para a tabela de classificação. Essa importância conferida às partidas que aconteceram no último fim de semana acontece pois tivemos as finais de conferência da competição, as quais acima de tudo funcionam como um último teste na maioria das vezes para o Comitê. Não à toa, neste domingo (03) também vimos ser definidos os playoffs da temporada 2017 do college football.
Como havia introduzido anteriormente, já era imaginado o que cada uma das nove equipes precisavam fazer (em alguns casos, torcer também) para conseguirem uma classificação. Acontece que nem todas as universidades que precisavam apenas de si para chegar lá fizeram o dever de casa, deixando uma vaga para os playoffs em aberto e complicando o julgamento do Comitê.
No fim das contas, acredita-se que pudemos acompanhar a decisão mais polêmica do Comitê desde que os playoffs do college football começaram, em 2014. Na disputa pela última das vagas, tínhamos #5 Alabama, que perdeu apenas um jogo ao longo do ano mas não conseguiu garantir nem sua divisão, e #8 Ohio State, que teve duas derrotas durante o campeonato regular porém acabou vencendo a Big Ten. O que deveria pesar mais, aquilo que os olhos viram ao longo das partidas ou as conquistas em si? Ao escolher os Crimson Tide, o Comitê respondeu essa pergunta e deixou claro o que prefere priorizar em suas decisões.
Como cada equipe garantiu sua classificação, e por que Alabama?
Definitivamente, não foi um fim de semana tranquilo – e nem habitual – para os Crimson Tide, que tiveram que assistir à 14ª rodada do college football de casa. Isso porque o time sofreu sua única derrota na temporada na semana 13 para Auburn e acabou perdendo a liderança da SEC West. Consequentemente, Alabama não iria disputar a decisão da SEC, deixando esse confronto para #2 Auburn e #6 Georgia, sendo que o campeão iria para os playoffs. Os Bulldogs venceram com relativa tranquilidade, cravaram a terceira (e eliminatória) derrota sobre os Tigers, e asseguraram sua primeira classificação.
Além disso, ainda sobre as finais de Conferência, a ACC fora decidida entre #1 Clemson e #7 Miami. Por tudo que vimos ao longo do ano, especialmente os adversários que Tigers e Hurricanes tiveram, sabíamos que a “The U” só garantiria sua vaga para os playoffs se vencesse a conferência. No caso dos atuais campeões, até mesmo com uma derrota, havia uma margem para classificação. Mas o Comitê não teve essa “dor de cabeça”: Clemson venceu por 38-3, eliminou Miami e confirmou a reedição da final nacional da temporada 2016, contra Alabama.
Com Clemson e Georgia garantidos, restavam duas vagas – e aqui entra as possibilidades de variações. Através da decisão da Big 12, entre #3 Oaklahoma e #11 TCU, poderia haver alguma incerteza em caso de derrota dos Sooners. Mas uma nova vitória, por 41-17, espantou qualquer tipo de zebra.
Assim sendo, eram três classificados para quatro vagas, e três candidatos para uma vaga restante. #4 Wisconsin, #5 Alabama e #8 Ohio State sonhavam com a classificação, sendo que, como adiantado, os Crimson Tide não tinham mais jogos para fazer, e Badgers e Buckeyes se enfrentavam. Se Wisconsin vencesse, a decisão do Comitê do college football não teria mistério, afinal, a equipe terminaria a temporada invicta e com o título da Big Ten no currículo. Contudo, estamos falando de college football, e o normal nunca acontece totalmente. Então, Ohio State venceu por 27-21 e criou o cenário que todo fã de futebol americano queria ver.
Não seria justo deixar Alabama de fora
A situação ficou a seguinte: Alabama terminou o ano com campanha 11-1, sendo sua única derrota para um finalista da SEC, Auburn (26-14). Além disso, em seu currículo, de mais importante, estavam três triunfos contra adversários ranqueados, uma diferença média de 32,09 pontos sobre os oponentes nas vitórias e um futebol americano que deixava claro que os Tide podem derrotar qualquer equipe do país. Do outro lado, Ohio State fechou sua temporada com retrospecto 11-2, tendo sido derrotado por Oklahoma (31-17) e Iowa (55-24), naquela que talvez tenha sido a grande zebra da temporada entre o Top 25. No mais, os Buckeyes impressionavam o Comitê basicamente pela conquista da Big Ten, uma vez que as atuações do time oscilavam bastante e houveram só duas vitórias contra oponentes ranqueados (sendo que ambos fazem parte da Big Ten, Penn State e Michigan State).
Ficou claro que Alabama foi melhor que Ohio State ao longo do ano. Porém, uma arrancada de outras equipes da SEC no fim do ano fez com que uma única derrota dos Crimson Tide fosse suficiente para deixar o time longe do fim de semana mais decisivo da temporada regular. No caso dos Buckeyes, campeões de conferência, o problema foi que a Big Ten nunca impressionou neste ano. Os Nittany Lions perderam o brilho. Os Wolwerines não emplacaram nada. Os Spartans também não. Até mesmo os próprios Badgers, perante ao Comitê, não recebiam tantos WOW. Em outras palavras, a SEC esteve em alta – e o fato de termos visto duas equipes de uma mesma conferência indo para os playoffs do college football pela primeira vez mostra isso. A Big Ten não.
No fim do dia, classificaram-se, nesta ordem: Clemson, Oaklahoma, Georgia e Alabama. Ademais, ficou claro que o Comitê prezou por escolher os quatro melhores times de futebol americano universitário do planeta, e não necessariamente as conquistas de cada programa. E por isso Alabama ficou com a última vaga, merecidamente.
O que esperar dos confrontos dos playoffs do college football?
Rose Bowl Game: #2 Oklahoma Sooners vs. #3 Georgia Bulldogs
Quando: 01 de janeiro de 2018, 19hrs (Brasília)
Onde: Rose Bowl
De uma maneira geral, o confronto passa por Baker Mayfield. O favorito ao Heisman já deixou claro que pode marcar muitos pontos contra qualquer adversário e, portanto, resta saber se 1) os Sooners conseguirão aparecer defensivamente; e 2) o que os Bulldogs conseguem fazer para limitar o sistema ofensivo de Oklahoma. Em tese, é um confronto bastante equilibrado e que promete muitos pontos. A equipe com cometer menos erros e levar a melhor nos pequenos detalhes deve conseguir a classificação. Para ambos os lados, será a primeira final desde que o college football introduziu este formato de playoffs.
AllState Sugar Bowl: #1 Clemson Tigers vs. #4 Alabama Crimson Tide
Quando: 01 de janeiro de 2018, 22h45min (Brasília)
Onde: Mercedes-Benz Superdome
Este é o jogo que todo fã de futebol americano universitário queria ver antes do começo da temporada. A única diferença é que era esperado vermos Alabama e Clemson frente a frente em uma eventual final nacional, não numa semi-final. De qualquer forma, é mais um confronto muito equilibrado e que tem os dois times em situações diferentes em relação aqueles que se enfrentaram na última decisão. Enquanto os Tigers agora estão no topo do Top 4 e vendo Kelly Bryant surpreender a cada rodada, os Crimson Tide deixaram claro que têm muita qualidade, mas não vêm sendo quase imbatíveis como há alguns anos. Vale lembrar que as duas últimas finais do college football foi decida por essas duas universidades.
Qual será a final nacional do college football de 2017? Deixe sua opinião nos comentários ou nas redes sociais!
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