O dia 19 de fevereiro marcou o inicio do prazo que as franquias têm para colocarem alguma das tags em um potencial free agent. Se você, leitor, quiser estar a par das principais datas desta offseason, isso foi assunto na 30MFA da semana. E quando falamos em free agency, tags, offseason, tem sido comum lembrarmos de Le’Veon Bell.
Bell recebeu a franchise tag do Pittsburgh Steelers nas duas últimas temporadas. Para ambos os lados, contudo, o objetivo era conseguir uma extensão contratual. Porém, isso não aconteceu. Pior ainda, ambas as partes não cederam em nada de um modo geral e dificilmente o running back vestirá as cores preto e amarelo novamente.
Vamos falar mais sobre isso.
LEIA TAMBÉM: Os destinos sensatos para Antonio Brown
A relação Le’Veon Bell-Pittsburgh Steelers
Bell recebeu a franchise tag dos Steelers em 2017, ganhando naquele ano US$ 12,1 milhões. O rendimento do camisa #26 dentro de campo foi exatamente como esperado: quase 2.000 jardas de scrimmage, além de 11 touchdowns e 85 recepções.
Uma temporada mais tarde, Bell esperava que Pittsburgh reconhecesse a produtividade de um dos principais jogadores da NFL na atualidade e, ao invés de prorrogar as negociações de um novo contrato, surgisse com um acordo mais longo e interessante logo de cara. Isso até aconteceu. Entretanto, a proposta dos metaleiros não agradou o corredor — expliquei isso melhor neste artigo.
Assim sendo, sem contrato definido, os Steelers optaram por arcar com US$ 14 milhões de salário para Bell em 2018 (o que acabou não acontecendo posteriormente) e colocaram a tag novamente no jogador. No entanto, Bell não entrou em campo. Ele jamais treinou com a equipe de Pittsburgh em 2018, inclusive.
O protesto de Bell por não ter concretizado uma proposta de contrato de longa duração da forma como esperava, então, indica que o running back, mais do que nunca, estará em busca de um novo destino em 2019.
O que pode acontecer nesta offseason
Os Steelers não vão colocar a franchise tag pelo terceiro ano consecutivo em Le’Veon Bell. Isso custaria ao time US$ 25 milhões. 25 milhões de dólares é salário de quarterback. Ponto final. Portanto, a menos que time e jogador surpreendentemente se acertem, Bell estará no mercado na próxima offseason. De longe, ele será o melhor jogador disponível. Não deixe que esse “tempo sem Le’Veon Bell” apague da memória o quão bom Bell é dentro das quatro linhas.
A questão agora, então, é quanto pagarão pelos serviços de Bell nesta offseason. O running back encontrará de fato um destino que pague bem melhor que Pittsburgh? Fontes indicam que os Steelers ofereceram cinco anos, US$ 70 milhões ao jogador. O problema foi no valor garantido. Mas como as outras equipes se comportarão perante a isso?
Não se surpreenda se os Steelers colocarem a transition tag em Le’Veon Bell. A transition tag permite que outras franquias façam propostas pelo jogador, mas que o Pittsburgh Steelers tenha a opção de cobrir tais ofertas para manter o atleta.
ATUALIZAÇÃO (21/02/2019): o Pittsburgh Steelers declarou que não irá colocar a tag em Le’Veon Bell. Portanto, o corredor, enfim, será free agent. Assim sendo, vamos direto para o próximo tópico: os destinos sensatos para o jogador.
Imagine que alguma equipe ofereça a Bell um vínculo em torno de cinco anos, US$ 55 milhões, com US$ 33 milhões garantidos. Se isso acontecer, por mais que a proporção da quantidade assegurada para o total seja superior, os valores finais estariam inferiores ao que os Steelers se propuseram a pagar há alguns meses.
Em outras palavras, é ter uma chance de talvez mostrar para Bell: “Viu, você não vai ganhar mais longe daqui?!”. Ah, e se o atleta assinar essa tag (o que não parece provável pelo desfecho da offseason 2018) ele também pode ser trocado.
Destinos sensatos para o running back
Suponhamos que Le’Veon Bell deixe, de fato, o Pittsburgh Steelers como free agent. Seria sensato imaginar em 2019 ele correndo com as cores…
Do Indianapolis Colts. A franquia tem o maior espaço no teto salarial nesta temporada, não conta com uma super-estrela na posição de running back e quer vencer com Andrew Luck.
Do New York Jets. O espaço no salary cap está lá, bem como a necessidade de um ótima playmaker ao lado de Sam Darnold. Além disso, os Jets talvez sejam os mais dispostos em oferecer a Bell um contrato enorme.
Do Houston Texans. Houston sabe que tem um elenco competitivo atualmente e precisa aproveitar isso. A posição de RB é uma carência no ataque e o espaço no teto salarial poderia ajudar a resolver isso.
Do San Francisco 49ers. Na teoria, funciona muito bem: Jimmy Garoppolo adquire um playmaker de elite, ambos sob o comando de Kyle Shanahan. Mas outras prioridades no elenco podem ser uma complicação.
Do Baltimore Ravens. O ataque dos Ravens tem como prioridade o jogo corrido em 2019, com Lamar Jackson under center.
Do Tampa Bay Buccaneers. Não é de hoje que os Bucs precisam de um running back de elite. E Bruce Arians adora running backs versáteis, como Bell. Neste caso, o salary cap seria um empecílio.
Do Oakland Raiders. Oakland tem necessidade na posição de running back, espaço no teto salarial e um head coach que gosta de contratar veteranos.
Do Miami Dolphins. O repórter Matt Verderame reportou que, de acordo com fontes cientes do assunto, Bell teria Miami como destino preferido.
Você quer ver Le’Veon Bell no seu time? Até que preço?
É preciso sempre olhar os dois lados. Dar um “All-In” pelo RB tem ressalvas também, e não apenas jardas e touchdowns. Aqui, deixo três perguntas para se ter em mente.
- Tendo em vista o contexto Le’Veon Bell-Pittsburgh Steelers, qual o tamanho do comprometimento do camisa #26 para com a organização ao seu redor?
- Bell brilhou em Pittsburgh, assim como James Conner, seu sucessor. O esquema ofensivo e principalmente os bloqueadores dos Steelers são sólidos. Qual a porcentagem que eles tiveram para o sucesso desses corredores?
- Bell se lesionou em 2015 (perdeu 10 partidas) e passou por uma cirurgia de hérnia em 2017. Além disso, já foi suspenso por posse de maconha e violação da política de substâncias ilegais da liga. Ele estará em campo com mais frequência agora?