Selecionar um jogador promissor na primeira ou segunda rodada de um Draft já é algo espetacular e que impacta todo o time que está envolvido. Todavia, no dia do recrutamento, algo surpreendente (positivamente falando) pode acontecer e acabar sendo melhor que tudo isso: imagine como os planos de uma franquia mudam quando essa recruta um prospecto sem grandes expectativas, mas esse vem a ser um dos melhores da história?
Pois então, a isso damos o nome de steal. É nesta definição que devemos enquadrar quarterbacks que venceram Super Bowls tendo sido selecionado em quintas rodadas, por exemplo. Ou jogadores dominantes em suas posições que entraram na liga apenas na 27ª (!) rodada, como veremos abaixo.
Conseguir um steal em Draft pode mudar drasticamente os rumos de uma equipe na National Football League – e os fatos abaixo falam por si só.
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Menções honrosas: Willie Davis, Antonio Brown, Richard Sherman, Jared Allen, Andre Reedm Richard Dent, Raymond Berry.
10) Larry Wilson (Utah)
Selecionado na 7ª rodada (74ª escolha) em 1960, pelo St. Louis Cardinals
Quem diria que o estilo e jogo imposto por Larry Wilson na década de 1960, na época uma raridade, seria vital nas estratégias defensivas que vemos na NFL atualmente. Foi justamente com Wilson que os coordenadores defensivos começaram a mandar free safeties em blitz.
O defensive back pendurou as chuteiras com 52 interceptações e oito idas ao Pro Bowl no currículo.
Em termos de conquistas e coisas do tipo, Larry Wilson nunca fez muita coisa no futebol americano. Contudo, seu impacto para o jogo, sabendo que ele foi escolhido apenas em uma sétima rodada, é algo a ser aplaudido de pé.
9) Roosevelt Brown (Morgan State)
Selecionado na 27ª rodada (321ª escolha) em 1953, pelo New York Giants
Dificilmente encontraremos algum steal do Draft da NFL escolhido abaixo da 27ª rodada, como Roosevelt Brown. Isso se deu, em grande parte, devido à fama de Morgan State (universidade pouco reconhecida no futebol americano) e à negligência para com offensive linemen. Contudo, em algum momento, o New York Giants decidiu apostar em Brown – e não se arrependeu.
O bloqueador atuou na NFL por 13 temporadas, indo ao Pro Bowl em nove anos. Além disso, defendeu os Giants em seis finais, tendo conquistado uma delas. Na história da liga, poucos offensive linemen foram tão ágeis quanto Roosevelt Brown.
8) Shannon Sharpe (Savannah State)
Selecionado na 7ª rodada (192ª escolha) em 1990, pelo Denver Broncos
Atualmente, é relativamente comum vermos tight ends ágeis na NFL, os quais conseguem fazer a diferença em campo como recebedor ou bloqueador, não importa onde estiverem posicionados. Entretanto, houve uma época em que isso não era comum e foi um cara chamado Shannon Sharpe que começou a mudar esse padrão.
Sharpe foi um dos primeiros tight ends da liga a realmente fazer a diferença dentro de campo, criando confrontos desfavoráveis para os adversários. Seus números comprovam todo o sucesso: 815 passes recebidos, 10.060 jardas e 62 touchdowns. E pensar que isso é fruto de um prospecto vindo na sétima rodada, da universidade de Savannah State…
7) Roger Staubach (Navy)
Selecionado na 10ª rodada (129ª escolha) em 1964, pelo Dallas Cowboys
Você talvez esteja se perguntando porquê Roger Staubach aparece apenas em sétimo lugar nesta lista, uma vez que sua história valeria facilmente um Top 5 nesta discussão. Todavia, lembre-se que Staubach venceu o Heisman Trophy em 1963, o que mostra que suas habilidades eram consideravelmente visadas para o Draft de 1964. O problema para ele (e para todas as equipes não chamadas Dallas Cowboys) foram os serviços militares, que possibilitaram a entrada do quarterback na NFL apenas cinco anos após ter sido draftado.
Tudo isso fez com que apenas os Cowboys ainda pretendessem o jogador; e a aposta não foi em vão. Roger Staubach talvez seja o melhor jogador da história de Dallas, tendo se aposentado com duas conquistas de Super Bowl, um MVP de Super Bowl e seis Pro Bowls no currículo.
6) Terrell Davis (Georgia)
Selecionado na 6ª rodada (196ª escolha) em 1995, pelo Denver Broncos
Antes de qualquer coisa, também considere Terrell Davis um dos jogadores mais atrapalhados por lesão que já passou pela NFL, tanto que ele atuou em apenas quatro temporadas completas. Ainda assim, podemos dizer que, nos anos em que esteve saudável, Davis foi o melhor jogador da liga.
Não à toa, foi um dos grandes responsáveis pelos dois Super Bowls conquistados pelos Broncos no fim dos anos 90 (1997 e 1998), tendo sido nomeado o MVP em uma das ocasiões. Além disso, Terrell Davis recebeu o prêmio de Jogador Mais Valioso do Ano uma vez e esteve no Pro Bowl em três oportunidades – números dignos de alguém escolhido na primeira rodada de um Draft.
5) Bart Starr (Alabama)
Selecionado na 17ª rodada (200ª escolha) em 1956, pelo Green Bay Packers
Bart Starr atuou na National Football League em uma época que o foco dos sistemas ofensivos não era o jogo aéreo, o que faz sua carreira estar longe de ser brilhante no quesito estatísticas – principalmente por isso os quarterbacks de sucesso daquele período merecem tanto destaque.
Todavia, pouquíssimas vezes na história de um esporte vemos alguém chegando como escolha nº 200 e saindo com sete títulos no currículo (sendo dois deles Super Bowls).
4) Johnny Unitas (Louisville)
Selecionado na 9ª rodada (155ª escolha) em 1955, pelo Pittsburgh Steelers
O que Johnny Unitas representou para a NFL na década de 1950 raramente foi visto na liga em outras épocas. A dominância imposta por Unitas em grande parte das 17 temporadas que esteve na National Football raramente é vista por um quarterback. Todavia, é preciso lembrar que, além de ter sido apenas a 155ª escolha do Draft de 1955, Johnny fora dispensado pelos Steelers antes mesmo de entrar em campo pela franquia.
Mal sabia Pittsburgh (e as equipes que não selecionaram Unitas) que estaria perdendo um jogador que foi campeão da NFL quatro vezes, esteve no Pro Bowl em dez ocasiões e no All Pro outras sete. Em 1979, Johnny Unitas viu seu nome entrar no Hall da Fama.
3) Deacon Jones (Mississippi)
Selecionado na 14ª rodada (186ª escolha) em 1961, pelo Los Angeles Rams
A importância de Deacon Jones para o futebol americano vai além de seus ótimos números. Jones atuou em uma época em que o sack ainda não existia na NFL – tendo sido ele um dos pioneiros no surgimento deste termo. Rumores indicam que Deacon Jones tenha totalizado 26 sacks em 1967 e 24 em 1968, as quais seriam as duas maiores marcas da história da liga se oficializadas.
Ele foi o protagonista da grande defesa dos Rams (“Fearsome Foursome”) e chegou ao Pro Bowl em oito das 14 temporadas que disputou. Ademais, neste período, estudos recentes apontam que Jones se aposentou com 173,5 sacks na carreira, a terceira maior marca de todos os tempos. Tudo isso, para um jogador menosprezado no Draft.
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2) Joe Montana (Notre Dame)
Selecionado na 3ª rodada (82ª escolha) em 1979, pelo San Francisco 49ers
Fisicamente falando, Joe Montana nunca foi um exímio quarterback. Sua estatura era inferior às médias de posição e devemos concordar que ele não ficou conhecido pela força de seu braço. Tudo isso fez com que 81 nomes fossem chamados antes de Montana no Draft de 1979, até que o San Francisco 49ers – espertamente – decidiu apostar no QB.
Como falado, 81 nomes vieram antes do camisa #16 naquela classe, porém nenhum se tornou maior que Joe Montana. Ele se aposentou com quatro Super Bowls conquistados (100% de aproveitamento em finais), tendo feito uma das maiores duplas que a liga já viu com Jerry Rice e elevado o San Francisco 49ers dos anos 80 como um dos maiores times que já existiu.
1) Tom Brady (Michigan)
Selecionado na 6ª rodada (199ª escolha) em 2000, pelo New England Patriots
Todos os times da NFL tiveram pelo menos cinco oportunidades de selecionar Tom Brady no Draft de 2000, mas ele acabando passando por todos eles. Nem mesmo a sólida carreira de Brady pelos Wolwerines fez com que o camisa #12 atraísse a atenção das franquias da liga. Até mesmo o New England Patriots, foi atrás de Brady para “compor seu elenco”.
O resultado final de tudo isso é uma das grandes histórias que a National Football League já viu: Tom assegurou as oportunidades que teve, conquistou o mundo do futebol americano, venceu cinco Super Bowls (um recorde da liga) e hoje talvez seja o maior quarterback de todos os tempos. Não hesite em afirmar: a escolha mais “roubada” da história da NFL foi Tom Brady no New England Patriots.
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