Em 2015, pouquíssimas defesas tiveram a agressividade, consistência e “solidez” que a dos Broncos teve. Talvez nenhuma, tendo em vista que possivelmente o setor defensivo de Denver tenha sido o melhor da temporada regular entre os outros 31 da NFL.
É importante lembrarmos das principais características do setor coordenado por Wade Phillips: muita pressão no QB adversário e consistência na parte central da defesa, sempre com grande apoio dos defensive backs. Isso explica porque esse sistema defensivo foi o melhor em sacks (com 52), em jardas totais (283,1) e de passe (199,6) cedidas por partida. Em termos de jardas corridas, arma forte dos Panthers, os Broncos tiveram a terceira melhor marca da Liga, cedendo 83,6 por jogo em média.
Ah, e quarterbacks que tentaram correr contra Denver também não tiveram tanto sucesso até aqui: 40 corridas, 207 jardas e nenhum touchdown.
–
Como falado, é difícil encontrar uma defesa como essa dos Broncos na temporada 2015. Raramente um sistema que pressiona tanto um QB consegue ser tão sólido nos outros pontos do setor. Mas aqui temos um caso desses. Se formos voltar aos jogos do Carolina Panthers na temporada regular, veremos que o sistema defensivo que mais se assemelha ao dos Broncos foi o do Houston Texans.
Ambos os times usam formação 3-4, e se diferem um pouco ao se tratar de onde a pressão vem. Enquanto Denver tem suas armas nos OLB – Von Miller e DeMarcus Ware -, os Texans trabalharam bem usando um defensive lineman e um OLB. Respectivamente, J.J. Watt e Whitney Mercilus. Em devidas proporções, Houston teve em Kareem Jackson e Johnathan Joseph a mesma segurança que DEN tem em Aqib Talib e T. J. Ward; todos eles apoiam muito e oferecem grande auxílio nos tackles.
–
Muito tempo se passou desde que Carolina Panthers e Houston Texans se enfrentaram na semana 2, no Bank of America Stadium. Naquela ocasião, CAR teve um dos jogos mais difíceis da temporada, especialmente no ataque. O placar final foi 24 a 17 para o time mandante. Os 24 tentos de Carolina foi a terceira menor marca de pontos anotados pela franquia em um jogo desta temporada (a 2ª menor se olharmos apenas os triunfos).
Cam Newton teve dificuldade em completar lançamentos – terminou com 18/37 – e somou apenas 195 jardas aéreas. Todavia, é de se destacar que o camisa #1 teve apenas um turnover (interceptação) e deixou o campo – novamente – como o melhor jogador. Newton usou uma de suas várias armas: quando o braço não funciona, vai com as pernas! As dez corridas, que somaram 76 jardas e um TD, não só fizeram o SuperCam ser o líder dos Panthers em jardas terrestres da partida (já que os três RBs tiveram menos de 100 jardas combinadas), mas também mostraram aquilo que todo mundo viria a ver após o termino da temporada regular. O MVP da Liga já mostrava que vinha com tudo.
Podemos concluir que…
Podemos concluir que SIM, os Panthers tiveram dificuldades na partida que disputaram contra uma defesa parecida, em teoria, com a dos Broncos, e passaram longe de brilhar como vimos em algumas semanas. Entretanto, podemos analisar tal jogo como uma preocupação ainda maior para o Denver Broncos: foi um dia que o jogo aéreo não funcionou para Carolina e os running backs tiveram um dia apenas OK. Mas mesmo assim foram 24 pontos e uma vitória conquistada. Por quê? Pois contra essa franquia, não basta combater os passes do QB e restringir as boas jogadas dos corredores. Cam Newton tem uma arma a mais. O “Super-Homem” soube usar suas pernas e, se conseguir fazer o mesmo no Grande Jogo, tem boas chances de escrever seu nome de vez na história do Carolina Panthers.