A NFL viu o Dallas Cowboys surgir como um dos times mais competitivos da liga na segunda metade do campeonato 2018. A equipe de Jason Garrett venceu sete dos últimos nove jogos que disputou, foi aos playoffs e só acabou derrotado pelo Los Angeles Rams na Rodada Divisional. Em geral, os Cowboys tiveram uma boa — e surpreendente — campanha na temporada passada.
Naturalmente, os olhares nesta offseason se voltam para a pergunta: como Dallas poderia se reforçar a fim de chegar ainda mais longe em 2019? Aliás, avançar a segunda rodada da pós-temporada tem sido algo que a equipe busca há um bom tempo.
De um modo geral, o elenco dos Cowboys é equilibrado e tem armas em diversos setores, dos dois lados da bola. Portanto, a offseason não solicitava uma medida desesperadora, digamos assim. A ideia era fazer ajustes, manter a base competitiva e colocar o elenco em posição de estar entre os principais times da liga ainda mais em 2019.
Foi exatamente isso que aconteceu.
Adquirir Robert Quinn em troca com o Miami Dolphins reforça um dos lados do pass rush. Quinn, de fato, não é mais aquele jogador que totalizou 19 sacks em 2013, porém, seus 15 sacks combinados em 2017 e 2018 mostram que ele continua produzindo. Detalhe: os 6,5 sacks obtidos por Quinn no ano passado seriam a segunda melhor marca dos Cowboys no ano.
Entre outras aquisições interessantes aparecem Randall Cobb, Jason Witten e George Iloka. Cobb chega em Dallas para ocupar a função de Cole Beasley, o qual foi assinou com o Buffalo Bills. A perda de Beasley pode ser sentida no ataque dos Cowboys pela sintonia que o wide receiver tinha com Dak Prescott, mas Cobb é uma aposta interessante para a função pelo que já fez pelo Green Bay Packers. Ficar saudável será o grande desafio para ele.
A posição de tight end dos Cowboys, a qual pouco produziu na temporada passada, contará com a volta de Witten. Em 2017, o camisa #82 não teve o mesmo sucesso recebendo a bola como outrora conquistou na carreira. Ainda assim, pela identificação com o time, experiência e contribuição nos bloqueios, apostar em Witten parece ter sido uma opção interessante de Dallas. O mercado de TEs não foi brilhante.
Além disso, a contratação de Iloka, por mais que não resolva o problema da franquia na posição de safety, complementa o setor. O ex-Vikings e Bengals está na liga desde 2012, já foi titular em dezenas de ocasiões e chega por um bom custo (um ano, US$ 1,02 milhões).
Ainda sobre o atual elenco dos Cowboys, a diretoria da equipe fez questão de manter nomes cruciais para este campeonato. O principal deles, claro, é Dexter Lawrence. O camisa #90 recebeu um dos grandes contratos da offseason, cinco anos, US$ 105 milhões. Sim, o valor é muito alto; mais do que o defensor realmente vale. Contudo, pass rushers estão se valorizando cada vez mais, e Lawrence é, de longe, o melhor de Dallas. Perdê-lo significaria ter uma baixa desesperadora no plantel. Tenha em mente que estamos falando de um jogador que liderou os Cowboys em sacks nas duas últimas temporadas, somando 25 sacks neste período.
Outra renovação que chamou atenção foi a de Cameron Fleming, por dois anos, US$ 7,5 milhões. Fleming, mesmo que não titular, é parte importante da rotação da linha ofensiva dos Cowboys. Quando Tyron Smith se lesionou em 2018, por exemplo, Fleming assumiu a titularidade por três jogos e deu conta do recado. Cada vez mais, ter bloqueadores de confiança, adaptados e com boa experiência é vital na NFL. Principalmente para um elenco com Ezekiel Elliott.
O Draft 2019 dos Cowboys, também pois o time não tinha enormes necessidades no elenco, foi, digamos… básico. Ao que tudo indica, nenhum calouro deve ser titular neste ano. Todavia, o DT Trysten Hill (59ª escolha geral) adicionará profundidade ao grupo de interior defensive linemen da equipe, algo característico do coordenador defensivo (e técnico de linha defensiva) Rod Marinelli. Ademais, Connor McGovern (90ª), Joe Jackson (165ª) e Donovan Wilson (213ª) são os potenciais titulares (à linha ofensiva, pass rush e secundária, respectivamente) que mais chamam atenção.
Lembrando que Jerry Jones não teve a escolha de primeira rodada neste draft pela troca por Amari Cooper em 2018. E aqui é preciso dar os devidos créditos à diretoria dos Cowboys. Cooper foi a peça que faltava para o time realmente encaixar e estar em posição de chegar aos playoffs.
Mas as decisões tomadas (ou melhor, não tomadas) pelos Cowboys nesta offseason também merecem questionamentos.
É difícil entender como a equipe não chamou nenhum recebedor no Draft. Zero wide receivers para o slot. Zero tight ends.
Faltou mais agressividade na busca por um safety durante a free agency também. Por melhor que os jovens defensive backs dos Cowboys tenham evoluído em 2018, nomes possivelmente mais preparados estavam disponíveis no mercado. Persuadir um veterano seria sensato, portanto.
Verdade seja dita, Eric Berry ainda está disponível. Berry, no entanto, disputou somente três partidas desde 2017.
Uma questão em torno dos Cowboys neste momento — e que ficou em aberta nesta offseason — são as renovações contratuais de alguns atletas. Lawrence ganhou um novo contrato em 2019, e os valores do acordo do defensor mostram que o teto salarial de Dallas não suportará todos os novos contratos que estão por vir.
Prescott (último ano de contrato: 2019), Elliott (2020), Cooper (2019), Jaylon Smith (2019) e Byron Jones (2019). Em (muito) breve, os Cowboys terão que renovar com todos esses jogadores.
Todos eles são titulares e, mais que isso, referências em suas posições. É difícil imaginar que todos eles permaneçam no elenco — e Dallas sabe disso. Então a estratégia para resolver eventuais perdas entra em cena já na offseason 2019. O resultado disso está por vir.
A curto prazo, a offseason 2019 manterá os Cowboys competitivos. Além disso, colocará alguns setores específicos do time com sólidas opções por vários anos. Porém, como visto, esta offseason ainda terá desdobramentos que colocarão o elenco do America’s Team em xeque.
Por ora, sim, os Cowboys passaram no teste.