Pela primeira vez na história dos playoffs do college football, o time melhor ranqueado no Top 25 perdeu o posto tendo vencido na rodada. E isso se deu pois, o novo primeiro nome do ranking venceu aquele que foi considerado o “jogo do ano”.
LSU viajou até Tuscaloosa e derrotou Alabama por 46-41, uma vitória de tamanha grandeza que colocou os Tigers como novo #1 do futebol americano universitário, ultrapassando Ohio State, que entrou na rodada no topo mas desceu uma posição depois de ter goleado Maryland por 73-14.
Enquanto isso, os Crimson Tide caíram para a quinta posição, deixando o Top 4 apenas pela quinta vez desde 2014.
Acima de Alabama — e fechando o Top 4 — aparecem Clemson, que havia ficado fora desse grupo na primeira parcial, e Georgia, rival direto dos Crimson Tide na SEC. Os Tigers venceram NC State e os Bulldogs desbancaram Missouri no sábado.
Rivais da Pac 12, de campanha 8-1 e que folgaram na rodada, Oregon e Utah aparecem como 6º e 7º, respectivamente.
Outro embate entre ranqueados que movimentou o ranking foi Penn State versus Minnesota. E a surpreendente vitória dos Golden Gophers por 31-26 resultou na maior escalada e segunda pior queda da rodada: Minnesota foi de 17º para 8º, e Penn State despencou de 5º para 9º.
Fechando o Top 10, aparece Oklahoma, que levou a melhor sobre Iowa State no fim de semana, 42-41. Também integrante da Big 12, Baylor, com nove vitórias em nove jogos, é o invicto pior ranqueado (13º).
Cincinnati (17º) é a melhor universidade fora do Power 5.
Confira abaixo o Top 25 completo, seguido de seis questionamentos relevantes após a semana 11 do college football.
- LSU (9-0)
- Ohio State (9-0)
- Clemson (10-0)
- Georgia (8-1)
- Alabama (8-1)
- Oregon (8-1)
- Utah (8-1)
- Minnesota (9-0)
- Penn State (8-1)
- Oklahoma (8-1)
- Florida (8-2)
- Auburn (7-2)
- Baylor (9-0)
- Wisconsin (7-2)
- Michigan (7-2)
- Notre Dame (7-2)
- Cincinnati (8-1)
- Memphis (8-1)
- Texas (6-3)
- Iowa (6-3)
- Boise State (8-1)
- Oklahoma State (6-3)
- Navy (7-1)
- Kansas State (6-3)
- Appalachian State (8-1)
Questões para se ter em mente
O que a vitória de LSU significa? O fato de os Tigers terem ultrapassado o ótimo time dos Buckeyes na primeira colocação fala por si só. Derrotar Alabama, da forma como LSU fez, terminará a temporada regular como o maior triunfo do campeonato.
Além disso, considerando que Tigers e Crimson Tide ocupam a divisão oeste da SEC, o resultado final indica que LSU basicamente tirou as chances de Alabama de vencer a conferência. Ou seja, os atuais vice-campeões nacional terão que impressionar o Comitê apenas com o que têm no currículo.
Por outro lado, os Tigers, além de se aproximarem da decisão da SEC, ganham crédito em caso de eventual/improvável tropeço.
Vale lembrar que, individualmente, o show de Joe Burrow contra Tua Tagovailoa pode (e deve) ter implicações diretas na definição do Troféu Heisman.
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Clemson está segura agora? Sim, até mais do que se imaginava após o time ter sido ranqueado como nº 5 na semana passada.
O fato de tanto Alabama quanto Penn State terem sido derrotados na semana 11 colocou os Tigers diretamente em terceiro e, basta que a equipe confirme o título da ACC, para tal posição ser mantida.
Estamos falando do atual campeão, que ainda está invicto e tem tudo para vencer sua conferência; não tem como deixar isso fora do Top 4 final, mesmo com o calendário e atuações em geral não sendo brilhantes.
A equipe de Dabo Swinney continua dependendo das próprias forças para chegar aos playoffs, e neste momento pode até ser visto como favorita à terceira colocação geral.
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Por que Georgia sobre Alabama? Uma discussão após o novo ranking do Comitê foi a opção por Georgia sobre Alabama. Afinal, ambas as equipes têm uma derrota, porém enquanto o revés dos Bulldogs aconteceu para o limitado elenco de South Carolina, os Crimson Tide caíram para o atual melhor time da NCAA.
Neste caso, a força das vitórias fala mais alto. O time comandado por Kirby Smart acumula duas vitórias contra equipes ranqueadas (Notre Dame e Florida, ambas no Top 10, inclusive); o esquadrão de Nick Saban tem uma (Texas A&M).
Isto significa que…
Considerando que os dois rivais provavelmente não se enfrentarão neste ano, é preciso olhar para formas que cada um tem de impressionar o Comitê. A primeira delas será o desempenho contra Auburn, o único oponente ranqueado em comum restante para cada um dos calendários.
Ademais, Georgia parece estar encaminhada a disputar a decisão da SEC contra LSU, o que deve criar mais um cenário similar nessa narrativa. Os Bulldogs podem ter que enfrentar os Tigers buscando um magnífico título de conferência ou, na pior das hipóteses, uma “derrota melhor” do que aquela que Alabama acabou de sofrer contra Burrow e companhia.
Em outras palavras, além de fazer o dever de casa, os Crimson Tide torcem por um eventual atropelo de LSU contra Georgia, bem como uma ou outra derrota de potenciais campeões de conferências.
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Quais as chances de Minnesota após o enorme triunfo? Minnesota é o candidato que ninguém está levando a sério. No entanto, verdade seja dita, as expectativas para com a equipe eram ainda menores antes da rodada, na qual os Golden Gophers alcançaram uma impressionante vitória diante de Penn State. Os Nittany Lions foram o primeiro adversário ranqueado de Minnesota até aqui.
Mas o fato de o time fazer parte da Big Ten, embora torne as coisas mais complicadas, traça claramente o caminho para os playoffs: os Gophers precisam vencer todos os três jogos restantes (dois ranqueados) e, depois disso, a final de conferência diante de Ohio State.
Se tudo isso acontecer, Minnesota terminaria 13-0, com a conquista da Big Ten e quatro vitórias contra ranqueados, incluindo frente aos Buckeyes. Não tem como deixar senhor currículo fora da pós-temporada.
As chances de Minnesota não são grandes. Porém, já foram menores e seguem alimentando uma das principais histórias do college football.
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Oregon e Utah têm chances reais de playoffs? Sim, um deles tem. Tudo indica que os rivais se encontrarão na final da Pac 12 e o vencedor da conferência seria o time sonhando com os playoffs (claro, se nenhum deles perder mais nenhum confronto até lá).
Uma das perguntas seria: o que o Comitê preferirá, o segundo colocado da SEC com duas derrotas (imaginando um cenário com Georgia derrotado por LSU) ou o campeão da Pac 12 com um revés?
Ou — contando até com um cenário mais surpreendente — o campeão da ACC ou Pac 12, ambos com uma derrota?
O fato de a Pac 12 estar abaixo de pelo menos duas conferências indica que a comparação direta dos calendários pode prejudicar seus integrantes. Portanto, Oregon ou Utah têm que serem impecáveis em suas campanhas, torcendo sempre para que poucas potências da SEC e Big Ten se destaquem.
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Qual é o futuro da Big 12? Em cinco edições do novo formato de playoffs do college football, Oklahoma marcou presença em três, protagonizando dois dos melhores jogos da última década nas duas últimas semifinais que disputou.
Em 2019, todavia, os Sooners — melhor ranqueado da Big 12 — aparecem apenas na 10ª posição. O time tinha campanha impecável (com um triunfo contra ranqueado), porém tropeçou diante de Kansas State, passando a depender de outros resultados para chegar novamente à pós-temporada.
Dois dos três adversários restantes da equipe são ranqueados, o que ajuda o caso. Entretanto, a atual posição do grupo de Lincoln Riley indica que uma combinação de resultados será necessária, algo parecido aos cenários levantados para os candidatos da Pac 12.
Importante ressaltar que os Sooners não são o único time da Big 12 sonhando: Baylor continua invicto. Com dois adversários ranqueados, mais a final de conferência no calendário, as chances da universidade também são reais. Detalhe: Sooners e Bears se enfrentam na semana 12.
Esse confronto, que deve se repetir na final da Big 12, manterá apenas um dos lados com esperança.