Josh Rosen se prepara para entrar na NFL e dar continuidade à uma carreira que pode vir a ser brilhante. De reserva em UCLA até a titularidade que se converteu mais tarde em vários recordes da faculdade, Rosen chega para o recrutamento da liga como um dos principais quarterbacks e um dos protagonistas de uma classe que pode ficar marcada para sempre na história do futebol americano. Mas por que tanta gente ama (e odeia) Josh Rosen? Quais são as principais características dele? Seu futuro é mesmo promissor na NFL? Saiba mais sobre esse jogador!
Consistência, mecânica, trabalho dos pés e presença no pocket: Josh Rosen tem tudo isso
Josh Rosen não está entre os principais quarterbacks deste Draft por acaso. Entre as váricas características positivas do jogador no futebol americano estão três das mais importantes quando o assunto é National Football League. Três que em raríssimas vezes é possível ensinar: sim, a maioria dos grandes quarterbacks já precisa ter nascido com isso.
Consistência
Quando você, leitor, assiste aos jogos do New Orleans Saints, você sabe exatamente o que irá ver de Drew Brees, certo? Os tipos de lançamentos não costumam falhar (independentemente das situações de jogo), não existe uma sequência “dois ótimos lançamentos e depois um péssimo” para ele, o toque na bola permanece o mesmo nos confrontos…Isso é a chamada consistência ideal para um quarterback under center. Consequentemente, ser consistente na posição faz com que suas estatísticas apontem para alto aproveitamento nos passes e, no fim das contas, poucas interceptações. Diferentemente de Josh Allen que algumas vezes tenta passes “inexplicáveis”, Baker Mayfield que peca pela indecisão durante as partidas e Sam Darnold com seus “apagões” por alguns períodos, Josh Rosen tende a ser o mesmo sempre que está dentro das quatro linhas jogando para milhares de pessoas.
Em momento algum estou comparando Drew Brees a Josh Rosen como QBs. Um está prestes a quebrar alguns dos principais recordes de passe da história da NFL e com lugar garantido no Hall da Fama, enquanto o outro ainda levanta incertezas para o Draft 2018. A questão aqui é que, de fato, Rosen tem um atributo que nem sempre é visto em prospectos pós-college football. Assistindo aos jogos de UCLA, era possível perceber exatamente que Josh é um daqueles jogadores que em qualquer dia, estádio, hora ou situação, ele manterá seu estilo de jogo. Os recebedores dos Bruins sabiam que podiam confiar no QB time quando estavam fazendo as rotas, afinal, eles tinham alguém consistente passando a bola.
Mecânica
Muitos fãs de futebol americano não reparam ou não dão a devida importância à ela, mas entenda que a mecânica no futebol americano é algo crucial para um quarterback. A forma como o QB movimenta seu braço antes de soltar a bola para seu recebedor impacta diretamente na trajetória da bola, como essa chega para o alvo (spin), pode diminuir os turnovers e, em especial, quanto tempo o QB demora para realizar o lançamento após a leitura da jogada – lembre-se que vários pass rushers estão correndo em sua direção neste momento.
Verdade seja dita, mecânica é algo que já vimos vários quarterbacks conseguindo corrigir ou, melhor dizendo, melhorar uma vez que chegaram à NFL. Entretanto, o ideal para um prospecto da posição é já estar pronto em todos os sentidos. Assim sendo, marque mais um ponto para Josh Rosen. A mecânica do camisa #3 é a melhor desta classe.
Trabalho dos pés/presença no pocket
Um quarterback de sucesso na NFL precisa ter presença de pocket. Tenha em mente que um bom QB não é aquele que consegue um passe de 25 jardas em uma segunda descida para quatro jardas. O QB ideal é aquele que consegue dez jardas de passe em uma terceira descida para dez jardas, quando a defesa adversária sabia que ele tentaria o lançamento. Nesse tipo de situação, os sistemas ofensivos colocarão seus defensive ends mais agressivos em campo, os pass rushers sabem que não precisam se preocupar com o jogo corrido e é possível que aconteça alguma blitz ainda. Quando essa conjuntura está em pauta, terá sucesso aquele quarterback que não ficar apavorado e nem buscar uma outra solução (diferente de um lançamento) quando o pocket se fechar. É preciso ter a certeza que com um segundo a mais ali você terá um recebedor desmarcado. Isso é a presença de pocket.
Porém, de nada adianta permanecer no pocket se seus pés estiverem estagnados no chão. Um quarterback que faz isso perde agilidade, pode demorar mais para realizar o lançamento e, consequentemente, estará mais sujeito a sofrer um sack na jogada.
Mas como podemos avaliar Josh Rosen nesses dois conceitos? Bom, ele não é “quase perfeito” como nos dois itens anteriores, contudo, vai muito bem. Rosen peca em mobilidade e isso já o atrapalhou bastante em algumas situações no college. Todavia, ele costuma castigar as defesas quando está dentro do pocket. Em outras palavras, a presença de pocket vista em Rosen pode ser melhor, mas ainda assim está entre as principais da classe. Seu trabalho dos pés, entretanto, talvez seja o melhor entre os QBs cotados para a primeira rodada.
Mas, porém, contudo, entretanto, todavia…
Não pense que Josh Rosen não tem defeitos. Até hoje, nenhum quarterback que chegou à NFL foi assim. Por exemplo, o ex-UCLA não tem ótimo aproveitamento em passes de longa distância. Sua precisão nesses lançamentos cai bastante, muito porque o toque na bola em profundidade dele não é o ideal na maioria das vezes – algo que, por exemplo, não acontece com Darnold e Allen. Está claro que a força, técnica e, consequentemente, precisão dos passes em profundidade de Rosen devem melhorar.
Já fora destacado anteriormente que a mobilidade também não é o forte de Rosen; pelo contrário. Ademais, é preciso destacar a durabilidade deste quarterback. Em três anos no college football, Josh Rosen só disputou uma temporada completa, em 2015. De 39 partidas possíveis, ele esteve presente em 30. Os motivos das ausências foram tanto uma pequena lesão no ombro (mas que acabou precisando de cirurgia) quanto concussões (duas vezes).
Rosen precisa estar no ataque certo, com o head coach ideal e o coordenador apropriado
No fim das contas, não são os “defeitos” expostos nos parágrafos anteriores que colocam a carreira profissional de Josh Rosen em xeque. Certamente que todos eles precisam ser corrigidos, mas a verdade é que a personalidade de Rosen preocupa alguns scouts. De uma maneira geral, Josh Rosen precisa de um sistema ofensivo para ele. O ataque ideal para Rosen é um que ele tenha liberdade para liderar, controlar algumas jogadas e tomar decisões importantes. Em outras palavras, um sistema ofensivo que tenha um head coach e coordenador “mais liberais”, digamos assim.
Tudo isso porque Josh é muito competitivo. Sempre foi, desde os tempos de high school. Fontes já relataram que Rosen sempre fez questão de vencer disputas por posição em busca de garantir a titularidade. Por exemplo, ele já declarou ser o melhor QB do Draft 2018, e até tentou esconder do treinador uma concussão que sofrera em 2016 por UCLA. Nos esportes, nunca é ruim ser competitivo, porém às vezes é preciso entender que nem tudo irá acontecer conforme o planejado e desejado, principalmente na NFL. Josh Rosen precisa estar atento a isso ou suas chances de prosperar na liga podem ficar restritas à pouquíssimas franquias.
O que você está esperando de Josh Rosen na NFL? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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